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Apoio ao manejo florestal da RDS Igapó Açú

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Apoio ao manejo florestal da RDS Igapó Açú

Por André Vianna, coordenador do Programa Manejo Florestal

Em junho, fui convidado a participar de uma atividade na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Igapó Açú, que abrange áreas dos municípios de Beruri, Manicoré e Borba.

O convite partiu na gestora da unidade de conservação, Francisca Dioneia; também estava em nossa equipe o consultor Josinaldo Aleixo. Nosso objetivo era apresentar aos moradores da RDS do Igapó Açú a experiência do Idesam em manejo florestal na RDS do Uatumã, assim como ajudá-los a planejar suas atividades para obter licenças para manejar a floresta do Igapó Açú e discutir as regras de manejo florestal que estarão no Plano de Gestão da reserva, em fase de elaboração.

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Saímos de Careiro Castanho e começamos a viagem pela BR-319. O trecho da estrada que percorremos até a RDS, apesar de já possuir licença ambiental para sua recuperação, me fez lembrar hora estradas em filmes de guerra, pedaços de asfalto quebrados em pequenas placas, hora parecia um grande rali com atoleiros onde somente motoristas habituados ao local conseguem passar sem maiores problemas.

Quem dirigia nosso carro era um morador da RDS já acostumado com os buracos, barrancos, atoleiros e surpresas da estrada. Graças à sua habilidade e com cooperação da chuva, ou falta dela, conseguimos ir e voltar sem grandes problemas, mas sempre ouvindo histórias sobre os perigos da rodovia. Na volta até passamos por trás caminhonetes que estavam sendo filmadas em um grande atoleiro, a última delas ainda brigava contra a lama quando deixamos o atoleiro para trás.

Após horas de viagem a estrada foi interrompida por um rio, pegamos a balsa e atravessamos; a outra margem já é território da RDS do Igapó Açú. A primeira vista eram algumas casas às margens da BR, que muito fugia das características de uma estrada federal, com trânsito apenas das crianças brincando. Fomos muito bem recebidos em uma pousada local. De acordo com os donos, lá são recebidos muitos turistas de pesca esportiva, mas em número menor se comparado à época em que vários ônibus interestaduais paravam por ali.

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Na manhã seguinte, pude falar um pouco sobre minha experiência com manejo florestal na RDS do Uatumã. Também expliquei um pouco sobre o que é, o porque, assim como sobre as atividades e os passos necessários para atuar com manejo florestal.

Pela tarde as discussões geraram resultados interessantes: foi possível criar uma agenda com atividades, prazos e responsáveis até a exploração madeireira licenciada. Os moradores locais também discutiram e chegaram a alguns consensos quanto às regras de manejo florestal da RDS, as quais estarão no Plano de Gestão da Unidade.

Os moradores pareceram bem satisfeitos e esperançosos por estarem tratando do tema que parecia tão distante de sua realidade. Agora é preciso dar início aos trabalhos.

À noite, após o dia todo de discussões, os moradores ainda fizeram mais uma reunião: uma assembleia de fundação da Associação Mil Maravilhas de Ecoturismo, com objetivo de unir esforços dos moradores na organização da atividade na reserva, um importante passo para gerar de renda e, assim, melhorar da qualidade de vida das famílias que vivem na Unidade.

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