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COP18 na reta final. O que está por vir?

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COP18 na reta final. O que está por vir?

por Mariana Pavan, pesquisadora do Programa Mudanças Climáticas – IDESAM

Os últimos dois dias da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas foram intensos e movimentados. Todos os grupos técnicos estavam trabalhando duro para fechar seus textos e definições antes de passá-los para as sessões plenárias gerais (LCA e KP) e para o nível ministerial. O tempo está quase esgotado, ainda que as negociações possam se prolongar pelo fim de semana.

Existem tensões significativas em ambos os grupos de trabalho. No LCA, a questão principal é financiamento, e quanto dinheiro os países realmente se comprometem em repassar como apoio aos países em desenvolvimento. Estes estão exigindo penhores financeiros firmes e coerentes, com uma meta de US$60 bilhões para os próximos três anos, ou um acordo escrito que garanta que os fundos aumentarão ano a ano até 2020. Por outro lado, desde o início da COP, os países desenvolvidos se mostram relutantes em comprometer-se efetivamente.
No REDD+, grande parte do texto final que saiu ontem à tarde foi de consenso, mas ainda existem divergências sobre a questão dos arranjos institucionais e a proposta do “Comitê REDD”. Também existem alguns pontos novos, como o reconhecimento de benefícios não relacionados ao carbono. De acordo com o texto, será criado um programa de trabalho para definir e chegar a um acordo sobre como acontecerão os financiamentos baseados em resultados . O texto mais recente do LCA (disponível em: unfccc.int/resource/docs/2012/awglca15/eng/l04) ainda será levado para as discussões de alto nível e pode sofrer alterações antes de um para chegar à versão final.
Sobre o protocolo de Quioto, haviam boas indicações de que o protocolo ainda terá validade por mais alguns anos. O período efetivo, se até 2017 ou 2020, ainda será definido, e um dos principais itens em aberto ainda é a questão de transferir créditos do primeiro período do protocolo. Os países desenvolvidos, que possuem uma quantidade muito grande de créditos não utilizados, estão solicitando que estes créditos sejam elegíveis para o segundo período. Por outro lado, as nações em desenvolvimento destacam que isso significaria não ter reduções adicionais, perdendo o sentido.
É difícil dizer, com precisão, quando e como um COP vai acabar e os resultados que irá, de fato, gerar. O sentimento aqui é: este é um momento muito importante e muitas decisões precisam ser tomadas. Esperemos que os responsáveis por tomá-las lembrem-se da enorme responsabilidade que têm em suas mãos e sejam capazes de mover as coisas na direção certa.

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