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Por Ana Rezende, técnica extensionista do Idesam

O ‘Dia de Campo’ é uma ação bastante conhecida nas atividades do Programa Produção Rural Sustentável (PPRS) no sul do Amazonas. A ideia é promover visitas técnicas em Unidades Demonstrativas, levando conhecimento aos produtores e promovendo a troca de experiências.

A mais recente dessas atividades aconteceu no dia 18 de abril, na Vila do Matupi (localizada no KM 180 da Rodovia Transamazônica, no município de Manicoré). A propriedade escolhida abriga uma Unidade Demonstrativa do Sistema Silvipastoril Intensivo (SSPI), construída através da Chamada Pública do Incra, o qual o Idesam é responsável por executar.

A região do Matupi e seus arredores tem na pecuária (de corte e leite) sua principal atividade, sendo a exploração da madeira ainda muito forte. Em razão da falta de conhecimentos técnicos e ferramentas que possibilitem o aumento de produção, o desmatamento para abertura de novas pastagens ainda têm muitos adeptos no local.

Esse foi um dos fatores que nos levou a implantar uma Unidade Demonstrativa em propriedade da região. Com isso, queremos iniciar uma mudança de entendimento e comportamento daqueles que durante muitos anos de suas vidas aprenderam e acreditaram que, para ter melhor rendimento, era preciso ter grandes áreas (desmatadas) de pastejo.

Voltando ao ‘Dia de Campo’, após as boas vindas, fizemos a apresentação dos palestrantes, orientando como se daria a sequência de nossa atividade. Também aproveitamos a ocasião para repassar informações relevantes aos produtores locais, como o término do prazo para adesão ao CAR (Cadastro Ambiental Rural).

Durante a parte teórica da atividade, tivemos as contribuições do médico veterinário Álvaro Zapata, do Cipav (Centro para la Investigación en Sistemas Sostenibles de Producción Agropecuaria), e do agrônomo Murilo Bettarello, da empresa de consultoria ViaVerde.

Representando o Idesam, o gerente do PPRS, Gabriel Carrero, e o técnico em agropecuária Melquesedek Alcântara também acompanharam a atividade, com orientações gerais e repasses aos produtores.

Antes de conhecer a unidade, os participantes aproveitaram para interagir com o produtor rural João Rech, que compartilhou suas experiências e os principais benefícios que já alcançou desde a implementação do novo modelo em sua propriedade.

A caminhada iniciou pelo local onde instalamos o eletrificador (equipamento que converte a energia solar em energia elétrica para as cercas), passando pelo para-raios e pela pastagem, cercas elétricas, cochos d’água e, finalmente, as árvores plantadas (com espécies madeireiras, leguminosas e forrageiras).

Todos puderam ver na prática a evolução da área. Os técnicos e pesquisadores visitantes estavam dispostos para tirar as dúvidas sobre benefícios, custos e maneiras de aplicar aqueles conhecimentos nas propriedades.

Este dia de campo foi para nós um marco. Acreditamos que a semente deste dia irá germinar nos pensamentos de muitos produtores que puderam estar ali presentes.

Atividades como esta marcam a todos e são mais efetivas. Demonstrar na prática a melhor e/ou a mais correta maneira de desenvolver a pecuária é, sem dúvida, uma ferramenta muito eficaz para o desenvolvimento de sistemas mais sustentáveis.

Saímos com a esperança de que, daquele momento em diante, aqueles que tiverem a oportunidade, irão buscar por mudanças no modo de explorar a terra e conservar o solo.

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