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O trabalho do Idesam em Apuí: desafios e propostas de melhoria

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O trabalho do Idesam em Apuí: desafios e propostas de melhoria
Por Gabriela Albuja, pesquisadora do Programa de Mudanças Climáticas do Idesam

Com dinâmicas de desmatamento complexas, modos de vida simples, estruturas de mercado pouco funcionais e iniciativas não governamentais pioneiras, Apuí se apresenta como um município sumamente interessante para se trabalhar.

O Idesam, aproveitando desta oportunidade e da relação favorável com os líderes políticos do município vem implementando várias iniciativas para reduzir o desmatamento e promover a melhora na qualidade de vida dos produtores locais de forma ambientalmente sustentável.

O propósito da minha viagem a Apuí, realizada em julho de 2013 foi verificar os dados financeiros do Viveiro Santa Luzia (VSL), iniciativa empresarial apoiada pelo Idesam, para buscar estratégias de melhoria de processos e compor um plano de negócios que permita fortalecer a atuação do viveiro a nível regional e nacional.

O Viveiro foi criado pelo agricultor Dalcir Saatkamp e, com o início das atividades do Projeto Semeando Sustentabilidade em Apuí, passou a receber o apoio financeiro e técnico do Idesam. Atualmente o empreendimento conta com uma estrutura física com capacidade de produção de 120.000 mudas por ano, mas está utilizando um pouco mais de 50% da sua capacidade instalada.

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Isso se deve a vários motivos entre os quais está a escassez de coletores de sementes que forneçam insumos para a produção de mudas, a falta de um representante de vendas para garantir suficiente demanda anual e incentivar maior produção e o processo de irrigação realizado manualmente que demanda muito tempo por parte dos funcionários do viveiro.

Novos investimentos

Visando aumentar a produção e melhorar a qualidade das mudas, o viveiro irá investir neste mês de junho, na instalação de um sistema de irrigação, o qual permitirá aos funcionários do viveiro dedicar mais tempo para outras atividades operacionais.

Além de um sistema de irrigação, é preciso que haja outros investimentos tais como cursos de capacitação para os funcionários do viveiro, construção de uma estrutura para armazenamento do composto orgânico elaborado pelo viveiro e a contratação de um representante de vendas para organizar a comercialização de mudas e sementes. Esperamos que estes investimentos possam ser realizados no curto e médio prazo para melhorar a produtividade do viveiro e fortalecer este empreendimento que representa um exemplo Apuiense de geração de emprego aliada é responsabilidade ambiental.

Outras iniciativas do Projeto

Além do viveiro, se aproveitamos a viagem para visitar algumas áreas de reflorestamento, pecuária semi-intensiva rotacional e café em agrofloresta.

Ao visitar estes projetos, percebe-se a necessidade de trabalhar em várias frentes para fazer com que os projetos tenham sucesso. No caso do reflorestamento, é preciso ter técnicos que sejam ao mesmo tempo educadores e pessoas que tenham a capacidade de desafiar a mentalidade dos proprietários para fazer com que eles percebam os benefícios do replantio.

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Ao trabalhar com pecuária semi-intensiva é necessário trabalhar com dados financeiros que mostrem que o maior investimento inicial deste sistema vale a pena ao longo do tempo já que gera maiores lucros no longo prazo.

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Já nos projetos de café em agrofloresta é preciso reestruturar o mercado para que o café com maior qualidade seja vendido a um preço mais favorável. Devido à existência de um monopsônio, que é a forma de mercado com apenas um comprador, o preço pago pelo café não beneficiado é baixo e homogêneo. Visando mudar este cenário, está prevista a construção de uma usina de beneficiamento de café, a qual se espera compre o café a um preço justo e diferenciado.

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