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‘Pecuária verde’ começa a ser implantada em Apuí, no interior do Amazonas

‘Pecuária verde’ começa a ser implantada em Apuí, no interior do Amazonas

08 de fevereiro de 2012, Texto de Clarice Manhã, retirado do Portal D24AM

Foram investidos R$ 180 mil para a implementação das quatro UDs iniciais. O recurso foi desembolsado em parceria entre o Idesam e os fazendeiros.

Tradicional vilã na preservação da Amazônia, a pecuária começa a ser tingida de verde. Em Apuí, terceiro município mais desmatado do Estado, pesquisadores e pecuaristas formaram parceria para experimentar a criação de gado com menor impacto ambiental. A expectativa é alcançar maior produtividade, mais lucro e evitar a degradação da área.

O Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) iniciou na primeira semana de janeiro o manejo rotacional semi-intensivo em quatro fazendas do município, chamadas de Unidades Demonstrativas (UDs).

O coordenador do projeto Semeando Sustentabilidade em Apuí, Gabriel Carrero, afirma que o sistema de rotatividade do pasto garante que o gado coma o capim no tempo certo, quando há maior teor de proteína. “No modelo tradicional de pecuária extensiva o produtor muda de pasto a cada cinco ou seis anos, quando o solo fica fraco e o capim não oferece mais os nutrientes necessários. Isso motiva a abertura de novos pastos e aumenta o desmatamento. Já o manejo contribui para o uso permanente da área, o que estimula a preservação”, explica.

As UDs possuem entre 15 e 23 hectares e são subdivididas em seis partes de tamanhos iguais. O gado pasta de seis a sete dias em cada piquete, rotativamente. Quando completa um ciclo, os animais voltam para o subpasto original. É a rotatividade, que batiza o sistema, que permite o rebrotamento do pasto e possibilidade de manejo.   Foram investidos R$ 180 mil para a implementação das quatro UDs iniciais. O recurso foi desembolsado em parceria entre o Idesam e os fazendeiros.

Carrero destaca que o lucro com o aumento da produtividade ficará integralmente com os pecuaristas. “É importante que o Estado fomente linhas de crédito para que outros produtores possam aderir ao sistema”, disse. O primeiro ‘teste’ sobre a eficiência do experimento será aferido em março, por meio de um estudo de viabilidade econômica. O resultado final do projeto será conhecido em dezembro deste ano.

O agropecuarista Robson Marmentini, 34, proprietário de uma das UDs, já planeja aumentar a área rotacionada de seu pasto com o lucro desta primeira experiência. Ele calcula que poderá triplicar a produção se expandir o manejo para todas as suas cabeças de gado. “Acredito que as experiências práticas vão facilitar a aceitação da novidade por toda sociedade pecuarista”, disse.   Confira aqui a edição impressa da reportagem.

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