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Capacitação em Classificação e Beneficiamento de café

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Capacitação em Classificação e Beneficiamento de café

Por Geovani Machado, técnico do Projeto Café em Agrofloresta

 

No dia 18 de maio saí do município de Apuí, no sul do Amazonas, com destino a Ouro Preto do Oeste, em Rondônia, para receber uma capacitação em Classificação e Beneficiamento de Café. Comigo estava o produtor Zaqueu, que trabalha em uma torrefação de café de Apuí.

O curso aconteceu na sede da Embrapa Rondônia, entre os dias 20 e 21 de maio, e foi conduzida pelo técnico Benedito Alves, da Emater Rondônia, que trabalha há mais de 26 anos com classificação e degustação de café e tem apoiado bastante nosso trabalho em Apuí. O objetivo da capacitação foi explicar aos técnicos o passo a passo da classificação do café, pois é uma fase muito importante no processo da comercialização do produto. Na ocasião, tivemos a oportunidade de participar de uma prática de classificação por tipo ou defeitos dos grãos.

No primeiro momento, Benedito apresentou o processo de pós-colheita que os produtores devem adotar para conseguir um café de boa qualidade, onde o primeiro passo a ser realizado é colher os grãos quando apresentarem mais de 80% de maturação. Depois deve-se fazer a abanação para retirada de folhas, ramos secos e galhos ainda com o café em campo.

O café colhido durante o dia deve ser levado para o terreiro no mesmo dia para não iniciar o processo de fermentação, o que pode influenciar na hora de realizar a classificação e degustação do produto. No terreiro, durante o processo de secagem, deve-se fazer o revolvimento com rodo apropriado por várias vezes durante o dia, pois dependendo da espessura da camada das leiras de café, o grão corre o risco de fermentar, prejudicando a qualidade final.

A realização da classificação do café é feita da seguinte maneira: São coletadas pequenas amostras, de aproximadamente 20 gramas, furando todas as sacas nos 4 cantos do bloco, o café coletado é misturado e são separadas 300 gramas para realização da classificação, espalhando essa amostra em uma mesa e separando os grãos defeituosos. Em seguida, é feita a contagem dos grãos defeituosos. Com essa informação é possível identificar em qual tipo o mesmo se enquadra; lembrando que, nesse quesito, a classificação vai do tipo 2 ao 8, uma vez que não existe tipo 1 (que seria um café com zero/nenhum defeito).

Independente do café produzido, é importante que o produtor conheça melhor o seu café, para que possa qualificar sua produção entre cafés de maior ou menor qualidade e certificados ou não. Sabendo mais sobre o seu produto, o produtor pode obter melhor remuneração para os lotes mais qualificados e buscar meios de melhorar a produção.

Isso já está acontecendo em Apuí com o novo Café Apuí Agroflorestal, onde os produtores já estão recebendo mais pela venda de um produto diferenciado, com melhor classificação. Volto para Apuí com mais experiência e aprendizado, que serão repassados aos produtores envolvidos no Projeto Café em Agrofloresta.

 

 

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