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‘Cidades Florestais’ entrega máquinas para produção de óleos amazônicos

‘Cidades Florestais’ entrega máquinas para produção de óleos amazônicos

Após Silves receber maquinário, Carauari e Lábrea são os próximos beneficiados

 

Texto: Henrique Saunier
Foto: Divulgação Idesam

 

A cadeia produtiva de óleos nobres da Amazônia ganha um importante reforço em 2019, graças ao projeto Cidades Florestais, que investiu na compra de maquinários para cooperativas do interior do Amazonas. Com a entrega iniciada pelo município de Silves, no começo de abril, os produtores de Lábrea e Carauari devem ser os próximos a receber as novas máquinas, que irão incrementar a qualidade dos óleos extraídos da floresta e a renda dos moradores dessas regiões.

Financiada pelo Fundo Amazônia/BNDES, a compra das máquinas atende a uma demanda de adequação dos produtores ao mercado atual, usando seus conhecimentos tradicionais da atividade de extração de óleos em conjunto com uma cadeia mais organizada e automatizada. Essa implementação dos novos equipamentos permite ainda um maior aproveitamento dos insumos, com menos esforço físico empregado pelas pessoas que vivem desse ofício.

A aquisição dos equipamentos faz parte do escopo de atividades do Cidades Florestais, que entre outras ações inclui a instalação da Rede de Óleos da Amazônia, cujo objetivo é construir duas novas mini usinas de extração de óleos vegetais, além de apoio estrutural e gerencial a outras três usinas já existentes.

Para Philippe Schmal, presidente da Cooperativa de Produtos Naturais (Copronat), uma das beneficiadas com os maquinários, os novos equipamentos são essenciais para ganho de tempo e produtividade. Ele explica que uma das novas máquinas, responsável pelo cozimento de matéria-prima, vai ajudar a dobrar a capacidade de 50 para 100 quilos, por uso.

Outra máquina que vai facilitar a vida dos trabalhadores é o quebrador de cumaru, atendendo a uma das reclamações mais recorrentes dos produtores, já que tradicionalmente a atividade era feita de maneira manual com um ferro, causando alguns acidentes de trabalho no passado. Com o serviço mais automatizado, o que antes levaria um dia inteiro de trabalho para se chegar a quatro quilos, agora rende um quilo com apenas uma guilhotinada do equipamento.

Schmal também comemora a aquisição de um triturador pelo projeto, o que vai trazer um índice maior de aproveitamento do que é extraído da floresta. “Trabalhávamos mais com as folhas de pau-rosa ou de preciosa. Com o triturador, a gente vai poder aproveitar melhor os galhos e madeira, então essa é a principal vantagem, o maior índice de aproveitamento”, ressalta Schmal.

Segundo o gerente do projeto Cidades Florestais, André Vianna, os equipamentos e máquinas adquiridos pelo projeto foram planejados junto a cada organização social, de forma a sanar lacunas existentes ou propiciar melhorias nas cadeias produtivas de cada usina de óleos. “Além das máquinas, a equipe do projeto atua na melhoria da gestão do negócio de cada organização, por meio do uso do aplicativo Cidades Florestais para quantificar os custos de produção e permitir rastreabilidade, assessoria contábil e melhorias nos processos de produção”, acrescenta Vianna.

Além do triturador, ‘cozinhador’ e quebrador de cumaru entregues em Silves, em breve, os produtores de Carauari já devem receber uma máquina de prensa, enquanto os extrativistas de Lábrea receberão um secador solar de frutos e sementes, de acordo com informações do coordenador-técnico do projeto, Matheus Pedroso.

“A estratégia definida pelos dirigentes das organizações do Cidades Florestais, em conjunto com a coordenação da Rede de Óleos não foi de aumento na capacidade produtiva, mas sim de melhoria de processos que auferem qualidade ao produto final e também na dissolução de alguns gargalos que limitavam a utilização total da capacidade produtiva instalada”, observa Pedroso.

O coordenador-técnico complementa afirmando que as melhorias principais na cadeia de óleos desses municípios apoiados serão nos processos de secagem das matérias-primas vegetais em outras etapas de pré-extração e melhorias na filtragem do óleo. “Neste momento, a Rede de Óleos da Amazônia está junto com as associações beneficiadas pelo projeto Cidades Florestais, investindo na cadeia produtiva e na melhoria de qualidade dos produtos e também nas estratégias de ampliação de acesso ao mercado, como a Vitrine Virtual das usinas de extração de óleos oriundos do extrativismo”, completa Pedroso.

 

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