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Idesam ajuda comunidades de Apuí a valorizar em 74% o preço da Copaíba

Idesam ajuda comunidades de Apuí a valorizar em 74% o preço da Copaíba

Projeto foi selecionado por meio do Edital Floresta em Pé e financiado pelo Fundo Amazônia

 

Texto e foto por Henrique Saunier 

 

Por muitos anos, as famílias das comunidades que compõem o Projeto de Assentamento Agroextrativista Aripuanã-Guariba, na região de Apuí-AM, lutam para valorizar o cada vez mais árduo trabalho de extração do óleo de Copaíba. Com apoio do edital Floresta em Pé e recursos do Fundo Amazônia, O Idesam tem trabalhado junto a essas comunidades na organização da cadeia de produção do óleo até a sua comercialização, garantindo um preço mais justo e aumento de quase 50% na renda das famílias associadas.

Bastante utilizado nas indústrias farmacêutica e de cosméticos, o líquido já chegou a ser vendido pelos produtores a R$ 1,50 o litro, principalmente por conta de atravessadores locais. Graças ao trabalho de organização da associação, treinamento em boas práticas extrativistas e apoio logístico, o Idesam registrou uma melhoria do preço em 74% para os extrativistas, além de superar em 169% a meta de produção. Ao todo, mais de 3 toneladas de óleo de Copaíba foram extraídas com apoio do Instituto.

Raylton Pereira, um dos técnicos do escritório do Idesam em Apuí-AM, ressaltou que o projeto conseguiu trazer benefícios importantes aos comunitários, além de expandir os conhecimentos dos produtores com relação a preços, cálculos de perdas, planos de gestão e técnicas para atender mercados externos. “Nossas novas metas são aumentar a diversidade de produtos florestais não madeireiros, capitalizar recursos para aquisição de matéria-prima e utilizar o App do Cidades Florestais”, adiantou Pereira.

Com o projeto, financiado pelo Fundo Amazônia, são beneficiadas 11 famílias em 5 comunidades pertencentes ao PAE Aripuanã Guariba: Vila Batista; Pro Jó 1; Pro Jó 2; Aruanã e Bela Vista do Guariba. Essas comunidades estão distantes da sede do município, não possuem escola, posto de saúde e estrutura comunitária. Essa realidade, somada aos desafios relacionados à copaíba, torna a atividade cada vez mais rara entre jovens, algo que o projeto também busca incentivar.

Esse é também um desafio do atual presidente da Associação Agroextrativista Aripuanã Guariba (Asaga), Rosivaldo Góes, que depois de aprender o ofício com seu pai, também copaibeiro, há cerca de dez anos dá continuidade à tradição. Ele é um dos personagens centrais do vídeo “Copaíba: O óleo que ajuda a manter a floresta em pé”, lançado esta semana pelo Idesam.

“A gente melhorou as técnicas, mas elas continuam as mesmas de anos atrás. Meu pai ia me dizendo como era para fazer, a tampar a árvore depois, então cada vez melhoramos mais a atividade. O que mudou muito foi a dificuldade, pois foi ficando cada vez mais longe para encontrar áreas com Copaíba”, explica Góes sobre um dos efeitos de mais de 40 anos de extração desenfreada.

O material audiovisual, já disponível em todas as mídias sociais do Idesam, acompanha parte do trabalho realizado pelo instituto com as comunidades nesse período, o que incluiu ainda estudos de precificação da Copaíba, acompanhamento técnico aos produtores, oficinas de plano de negócio e finanças, além de encaminhar amostras para serem examinados em laboratório.

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