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Monitoramento mensal de desmatamento e queimadas na região da BR-319 contribui para políticas públicas mais assertivas

Monitoramento mensal de desmatamento e queimadas na região da BR-319 contribui para políticas públicas mais assertivas

Lábrea (AM) e Porto Velho (RO) lideraram ranking de desmatamento da BR-319 de abril de 2019 a maio de 2020

Por Samuel Simões Neto para o Observatório da BR-319
Foto: Divulgação/Arquivo Idesam (2017)

A perda descontrolada da cobertura florestal amazônica preocupa setores diversos da sociedade brasileira e internacional e requer providências urgentes. De abril de 2019 a maio de 2020, os 13 municípios localizados na região de influência da BR-319, juntos, desmataram uma área equivalente a mais de 142 mil campos de futebol ou 101.205 hectares.

Entre eles, Lábrea/AM e Porto Velho/RO lideraram o ranking de desmatamento, totalizando 37.063 e 34.678 hectares desmatados, respectivamente, no mesmo período. Os dados resultam dos monitoramentos realizados pelo Observatório da BR-319 (OBR-319) que, a partir de agora, voltará a disponibilizar informações mensais sobre desmatamento e focos de calor do território da rodovia que liga Manaus a Porto Velho.

Outro dado relevante resultante do trabalho do Observatório da BR-319, relacionado ainda ao desmatamento naquela região, foi que maio, junho e julho de 2019 se apresentaram como os meses de maior desmatamento no período analisado, nos 13 municípios, com destaque para o mês de julho, com 21.448 hectares de perda florestal. “Se a tendência for a mesma em 2020, os maiores índices de desmatamento desse ano estão acontecendo agora”, ressaltou Paula Carolina Paes Guarido, pesquisadora de Políticas Públicas do Instituto de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), uma das oito organizações que participam do coletivo.

O OBR-319 monitora ainda taxas de desmatamento e queimadas em 69 Terras Indígenas e em 42 Unidades de Conservação localizadas nos mesmos municípios: Manaus, Careiro, Careiro da Várzea, Beruri, Borba, Manicoré, Tapauá, Canutama, Humaitá, Porto Velho, Manaquiri, Autazes e Lábrea. Estas áreas desempenham um importante papel de conservação da biodiversidade, fornecimento de serviços ecossistêmicos, geração de renda entre comunidades locais e garantia de direitos territoriais.

Focos de Calor

Somente os 13 municípios sob influência da BR-319 corresponderam, juntos, a 7% de todos os focos detectados na Amazônia Legal (9.083 focos), nos últimos 14 meses. O recorde coincide com os municípios que apresentaram maior taxa de desmatamento para o período: Porto Velho e Lábrea. Eles também se destacaram em números de focos de calor entre os municípios analisados.

Julho, agosto e setembro de 2019 apresentaram os maiores números de focos de calor, no período analisado, mas agosto superou todos os outros, com 5.190 focos registrados.

Para a coordenadora de Políticas Públicas do Idesam, Fernanda Meirelles, os monitoramentos mensais de desmatamentos e focos de calor sistemáticos podem contribuir para que políticas públicas sejam pensadas para região de forma mais realista. “Acreditamos que através da geração e disseminação de informações acessíveis e descomplicadas, é possível fomentar um debate qualificado e inclusivo sobre o território”, ressaltou Fernanda, que atua também como secretária executiva do Observatório da BR-319.

A compilação dos dados mais relevantes dos monitoramentos e outros conteúdos selecionados e estratégicos sobre a área de influência da BR-319 serão disponibilizados todos os meses no Informativo BR-319. Em formato PDF interativo, ele pode ser acessado no link: idesam.org/informativo-br319. Os interessados em recebê-lo mensalmente por e-mail também pode se cadastrar em: bit.ly/br-319

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