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Outubro em campo

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Outubro em campo

Por Vinícius Figueiredo, pesquisador do Idesam

No início do mês de outubro viajei para Apuí, no sul do estado do Amazonas, com algumas atividades previstas para o Projeto Café, como o 2o Encontro Café Agroflorestal, dias de campo, visitas técnicas aos produtores e a coleta de dados para a minha pesquisa de mestrado.

Primeiro tivemos o prazer de receber o Dr. Luiz Augusto de Souza, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e palestrante convidado para o evento do Café. Souza também é meu co-orientador no projeto de mestrado sobre práticas agroecológicas no manejo dos cafezais em Apuí, que faz parte do PEPEPRS, do Idesam. Juntos, realizamos visitas de campo visando à compreensão da realidade dos produtores e o conhecimento das lavouras de café com manejo agroecológico.

O 2o Encontro Café Agroflorestal, realizado pelo Idesam, foi um sucesso! O número de participantes superou as expectativas e gerou um ambiente muito enriquecedor com a participação de técnicos, pesquisadores e produtores rurais. No “dia de campo”, que integra a atividade, o grupo visitou um plantio clonal do Idesam no Viveiro Santa Luzia, implantado com apoio da Embrapa-RO, que também esteve presente e contribuiu com explicações teóricas e práticas sobre a variedade clonal desenvolvida por eles.

Outra área visitada foi uma unidade demonstrativa de sistema agroflorestal do Idesam com café e guaraná como cultivos prioritários. Essa atividade foi muito interessante, pois houve uma inversão de papéis entre técnicos e produtores. Assim, foram identificados alguns problemas e surgiram diversas recomendações para melhoramento da área.

Após esse evento, ocorreu o dia de campo da pecuária silvipastoril, também organizado pela equipe do Idesam em parceria com a empresa ViaVerde. Desta vez eu estava como participante e pude notar alguns produtores de café também envolvidos nas capacitações sobre pecuária. Esta observação é relevante, pois quando pensamos em sustentabilidade na agricultura familiar, a diversidade de atividades e produtos é o caminho a ser seguido.

Na segunda semana em Apuí aproveitei para coletar alguns dados para a minha pesquisa de mestrado e acompanhar os técnicos do Idesam, Marcelo Jacaúna e Aparecida Sardinha, na realização do monitoramento das mudas plantadas em consórcio com o café.

Por fim, as últimas atividades em campo foram a verificação técnica do Projeto Café em Agrofloresta, realizada pelo consultor e professor da Universidade Federal do Amazonas, Leonardo Sena, e a capacitação em manejo da cultura, que ocorre uma vez por ano a fim de obter informações sobre o andamento do projeto.

A capacitação foi realizada pelo engenheiro agrônomo Thiago Duarte, com a construção de um calendário de práticas adequadas de manejo, visando ajudar os produtores na organização do tempo e das atividades nos cafezais. Essa ação faz parte do cronograma de trabalho em parceria com Imaflora e ViaVerde.

Programação encerrada em Apuí, a estadia de volta a Manaus durou poucos dias. Viajei novamente no final do mês para participar com Gabriel Carrero, do Idesam, de mais um encontro de parceiros organizado pelo Fundo Vale. Este ano, o evento foi realizado em Alter do Chão, no município de Santarém, Pará, onde estiveram presentes representantes de diversas instituições que desenvolvem projetos apoiados pelo Fundo Vale, todos engajados na conservação da Amazônia e desenvolvimento de suas comunidades.

A programação contou com palestras e debates sobre a relação do setor privado e sociedade civil e dinâmica em grupo sobre assuntos de interesse comum com plenária de compartilhamento. No último dia do evento fomos conhecer o trabalho do Projeto “Saúde e Alegria”, na comunidade Anã, localizada entre os rios Tapajós e Arapiuns.

O projeto visa fortalecer a articulação da comunidade ribeirinha e a melhoria da renda através do apoio ao turismo de base comunitária e a produção e o plantio de sementes do viveiro de mudas. A participação no encontro foi bem positiva para estreitar a relação com o Fundo Vale e outras instituições, assim como planejar os próximos passos de atuação dos nossos projetos.

E assim foi o mês de outubro em campo com o Idesam. Muito trabalho, troca de experiências e a certeza que estamos no caminho certo.

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