Mudanças Climáticas e REDD+ – Idesam https://idesam.org Conservação e Desenvolvimento Sustentável Tue, 11 Jun 2019 15:36:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://idesam.org/wp-content/uploads/2021/01/cropped-logopsite_idesam-32x32.png Mudanças Climáticas e REDD+ – Idesam https://idesam.org 32 32 Café Apuí foi escolhido para participar em evento que aconteceu pela primeira vez na América Latina https://idesam.org/cafe-apui-no-conexao-carbono-zero/ https://idesam.org/cafe-apui-no-conexao-carbono-zero/#respond Tue, 11 Jun 2019 15:36:57 +0000 https://idesam.org/?p=19254 *Atualizada em 13/06/2019

A escolha do Café Apuí pelos organizadores do evento foi alinhada ao público de interesse, formado por empreendedores preocupados com a responsabilidade socioambiental.

 

Por Camila Vasconcelos
Edição de Samuel Simões Neto

 

Nos dias 11 e 12 de junho, empreendedores tiveram a oportunidade de debater mais sobre emissões de CO₂ no evento Conexão Carbono Zero, que aconteceu em São Paulo. No evento, foi organizado o ‘Café Apuí Lounge’, onde o produto pôde ser apreciado pelo público presente.

O evento ocorreu pela primeira vez na América Latina, e teve o propósito de apontar soluções viáveis para reverter a situação climática mundial. A proposta do evento foi de aproximar empreendedores, empresas, investidores e poder público em torno de negócios bons para todos, inclusive para o clima.

Para Pedro Soares, gerente de Mudanças Climáticas e REDD+ do Idesam, tratou-se de uma ótima oportunidade para empresas pequenas ganharem visibilidade no mercado e ainda divulgar o empreendedorismo sustentável.

“A parceria do evento com o Café Apuí foi um ótimo indicativo de que a sociedade está se movendo cada vez mais rápido para valorização de produtos saudáveis, sustentáveis e que provam benefícios para comunidades e produtores rurais”, afirmou Soares.

Para os organizadores do evento, o Café Apuí é a materialização do empreendedorismo atrelado à sustentabilidade e à geração de renda aos produtores de comunidades do interior da Amazônia.

“O público estava buscando histórias inspiradoras de empreendedores que geram empregos de qualidade, respeitam os recursos naturais e fazem sucesso e o Café Apuí traz justamente isso”, declarou Cassia Christe, organizadora.

O evento Conexão Carbono Zero aconteceu em São Paulo, nos dia 11 e 12 de junho, para mais informações, acesse: conexaocarbonozero.com.br

 

 

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Brasileiros estão dispostos a pagar mais por companhias aéreas que reduzem impacto ambiental https://idesam.org/brasileiros-dispostos-a-pagar-mais-pesquisa-corsia/ https://idesam.org/brasileiros-dispostos-a-pagar-mais-pesquisa-corsia/#respond Tue, 21 May 2019 14:51:38 +0000 https://idesam.org/?p=19150 Pesquisa revela que 68% dos respondentes pagariam mais se parte do valor fosse revertido para redução ou compensação das emissões de carbono

 

Com o aumento da população e a maior facilidade de acesso a viagens aéreas, a aviação civil internacional é séria candidata a assumir a liderança dos maiores emissores de gás carbono do planeta já em 2050, quando o setor deverá produzir um quinto das emissões globais. Esses dados levaram a Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês) a estabelecer o primeiro acordo global a fim de limitar as emissões do setor a partir de 2021.

“Se a aviação civil internacional fosse um país, já estaria entre os 10 maiores emissores do planeta. É urgente atacar essa questão de forma imediata”, destaca o gerente de Mudanças Climáticas do Idesam, Pedro Soares.

Para isso, a Icao criou o Corsia – Esquema de Redução de Emissões da Aviação Civil Internacional, a ser iniciado em 2021, ainda em caráter voluntário. 72 países já se comprometeram a participar do Corsia, enquanto o Brasil garantiu sua participação apenas na fase obrigatória, a partir de 2027.

 

> O Brasil deve aderir ao Corsia/Icao? Organizações defendem a ideia

 

Para entender os hábitos de consumo, percepção e opiniões dos brasileiros sobre o tema, a Aliança REDD+ Brasil encomendou uma pesquisa ao IDEIA Big Data que foi conduzida junto a 800 passageiros de voos internacionais entre os dias 1º e 10 de abril. Todos os entrevistados viajaram de avião para fora do país nos últimos 12 meses ou pretendem viajar nos próximos 12 meses, e são responsáveis pelo pagamento da própria passagem aérea.

Dos entrevistados, 89% não conseguem citar nenhuma companhia que tenha preocupação com a redução ou compensação de carbono. Porém, a grande maioria (75%) consente que voar em uma companhia área que se preocupa com a redução de carbono é importante.

“Em geral, os jovens demonstraram maior preocupação com as emissões de carbono emitidas e seus impactos no meio ambiente”, destaca Soares.

Ao decidir comprar uma passagem aérea para viajar para fora do país, quase metade dos entrevistados revela não possuir preocupação com as emissões de carbono. Ainda assim, sete em cada 10 entrevistados acreditam que companhias aéreas que se comprometem a reduzir ou compensar essas emissões terão maior preferência dos clientes. 68% dos respondentes mostraram disposição até de pagar entre R$5 e R$8 a mais por bilhete se soubessem que o valor seria revertido para redução ou compensação das emissões de carbono do seu voo, enquanto 18% não estão dispostos a pagar a mais por isso.

“Os consumidores estão cada vez mais conscientes de sua responsabilidade nas emissões de carbono e precisam compartilhar os custos do combate às mudanças climáticas. As companhias aéreas que se anteciparem na adoção dessas ações terão mais chances de fidelizar esses clientes”, destaca Paula Bernasconi, Coordenadora de Incentivos Econômicos para Conservação do Instituto Centro de Vida (ICV).

Com relação às medidas que poderiam ser adotadas para ajudar a reduzir os prejuízos ao meio ambiente, a maioria (57%) avalia que a melhor estratégia seria o uso de biocombustíveis ou melhorias tecnológicas nas aeronaves. A segunda melhor opção, considerada por 39%, é a conservação ambiental e a biodiversidade, com apoio a programas de reflorestamento e conservação florestal.

“A vinculação do CORSIA a mecanismos de mercado, como a aquisição de créditos florestais certificados oriundos da redução do desmatamento é a estratégia mais eficiente, barata e imediata para reduzir emissões no país, promovendo incentivos reais à conservação da Floresta Amazônica  e combatendo o desmatamento”, afirma o coordenador de projetos da Biofilica, Caio Gallego.

Acesse aqui o documento completo com os resultados da pesquisa.

 

Sobre a Aliança REDD+ Brasil

Formada por BVRio (Bolsa de Valores Ambientais do Rio de Janeiro), Biofílica Investimentos Ambientais, Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) trabalha para divulgar o REDD+ como ferramenta de forma a pôr fim no desmatamento ilegal e gerar recursos para governo, produtores, comunidades tradicionais e indígenas. O Brasil tem potencial para captar até US$ 45 bilhões através do REDD+ na Amazônia até 2030, e a Aliança quer contribuir para que o país esteja em posição de liderar o crescente mercado de compensação de emissões de carbono por nações, unidades subnacionais, setores produtivos e grandes eventos.

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Idesam abre vaga de estágio em Piracicaba-SP https://idesam.org/idesam-abre-vaga-de-estagio-em-piracicaba-sp/ https://idesam.org/idesam-abre-vaga-de-estagio-em-piracicaba-sp/#respond Thu, 09 May 2019 23:07:22 +0000 https://idesam.org/?p=19126 Interessados têm até o dia 24 para enviar currículo e carta de intenção

Por Comunicação Idesam
Foto: Rodrigo Duarte/Arquivo Idesam

Estudantes universitários dos cursos de gestão ambiental, economia, administração — e áreas correlatas — podem se candidatar para uma oportunidade única de atuar em uma das organizações não governamentais mais relevantes da Amazônia. Até o próximo dia 24 de maio, o Idesam recebe currículos e cartas de intenção de interessados em trabalhar diretamente no Programa de Mudanças Climáticas e REDD+ do instituto.

A pessoa escolhida irá auxiliar as atividades gerais dos projetos, como a realização de análises de dinâmicas de desmatamento e uso da terra em Estados da Amazônia, apoio com relatorias, análises econômicas e inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs). Além de cursar entre o quarto e quinto ano, um dos requisitos para o estágio é possuir conhecimento avançado em pacote office e planilhas financeiras.

Experiência prévia em elaboração de relatórios, busca de informações online, análise econômico-financeira e inventário de emissões de GEEs serão diferenciais no processo de seleção, que também busca candidatos (as) que tenham afinidade com questões socioambientais, boa organização, criatividade, comunicação e inglês fluente.

Uma ótima oportunidade para incrementar o currículo acadêmico, o estágio do Idesam também vai proporcionar vasta experiência na elaboração de propostas para submissão de projetos voltados as atividades do Programa de Mudanças Climáticas e REDD+, o que inclui pesquisa, produção textual e busca de documentos institucionais e online. O estágio é para atuar na cidade de Piracicaba (SP) e da direito a uma bolsa mensal de R$ 1.060, que já inclui vale-transporte. Os currículos e carta de intenção devem ser enviados para o e-mail [email protected] e [email protected] com o título “Estágio PMC Piracicaba”, até o dia 24 de maio.

Para mais detalhes da vaga, confira o Termo de Referência abaixo:

TDR – Estágio PMC Piracicaba_Maio 2019

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Brasileiros estão dispostos a pagar mais por companhias aéreas comprometidas em reduzir o impacto ambiental https://idesam.org/brasileiros-estao-dispostos-a-pagar-mais-por-companhias-aereas-comprometidas-em-reduzir-o-impacto-ambiental/ https://idesam.org/brasileiros-estao-dispostos-a-pagar-mais-por-companhias-aereas-comprometidas-em-reduzir-o-impacto-ambiental/#respond Tue, 07 May 2019 15:07:14 +0000 https://idesam.org/?p=19107 Publicado em 06/05/2019, no SEGS

Por Gabriele Clemente

 

Pesquisa do IDEIA Big Data para a rede de organizações brasileiras Aliança REDD+ Brasil revela que 68% dos respondentes pagariam entre R$5 e R$8 a mais por bilhete se soubessem que o valor seria revertido para redução ou compensação das emissões de carbono do seu voo.

Com o aumento da população e a maior facilidade de acesso a viagens aéreas, a aviação civil internacional é séria candidata a assumir a liderança dos maiores emissores de gás carbono do planeta já em 2050, quando o setor deverá produzir um quinto das emissões globais. “Se a aviação civil internacional fosse um país, já estaria entre os 10 maiores emissores do planeta. É urgente atacar essa questão de forma imediata”, destaca o gerente de Mudanças Climáticas do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia – IDESAM, Pedro Soares.

Esses dados preocupantes levaram a Organização Internacional da Aviação Civil – ICAO a estabelecer o primeiro acordo global a fim de limitar as emissões do setor a partir de 2021. Para isso, criou o CORSIA – Esquema de Redução de Emissões da Aviação Civil Internacional, que será implementado em três fases. As duas primeiras, entre 2021 e 2026, serão por adesão voluntária, e a partir de 2027, se tornarão mandatórias para todos os países da ICAO, incluindo o Brasil.

Para entender os hábitos de consumo, percepção e opiniões dos brasileiros sobre o tema, a Aliança REDD+ Brasil encomendou uma pesquisa ao IDEIA Big Data que foi conduzida junto a 800 passageiros de voos internacionais entre os dias 1º e 10 de abril. Todos os entrevistados viajaram de avião para fora do país nos últimos 12 meses ou pretendem viajar nos próximos 12 meses, e são responsáveis pelo pagamento da própria passagem aérea.

O estudo revelou que 89% dos entrevistados não conseguem citar nenhuma companhia que tenha preocupação com a redução de carbono ou compensação, assim como também não se posicionaram sobre a afirmação das companhias estarem prejudicando o meio ambiente – 52% não concordaram, nem discordaram. Porém, a grande maioria (75%) consente que voar em uma companhia área que se preocupa com a redução de carbono é importante. “Em geral, jovens demonstram maior preocupação com as emissões de carbono emitidas durante voos internacionais de longa duração e seus impactos no meio ambiente”, destaca Pedro Soares.

Ao decidir comprar uma passagem aérea para viajar para fora do país, quase metade dos entrevistados revela não possuir preocupação com as emissões de carbono. Ainda assim, sete em cada 10 entrevistados acreditam que companhias aéreas que se comprometem a reduzir ou compensar essas emissões terão maior preferência dos clientes. As mulheres tendem a concordar mais com a afirmação (75%) se comparado com os homens (65%). 68% dos respondentes mostraram disposição até de pagar entre R$5 e R$8 a mais por bilhete se soubessem que o valor seria revertido para redução ou compensação das emissões de carbono do seu voo. Apenas 18% não estão dispostos a pagar a mais por isso. “Os consumidores estão cada vez mais conscientes de sua responsabilidade nas emissões de carbono e precisam compartilhar os custos do combate às mudanças climáticas. As companhias aéreas que se anteciparem na adoção dessas ações terão mais chances de fidelizar esses clientes”, destaca a coordenadora de Incentivos Econômicos para Conservação do Instituto Centro de Vida – ICV, Paula Bernasconi.

Com relação às medidas que poderiam ser adotadas para ajudar a reduzir os prejuízos ao meio ambiente, a maioria (57%) avalia que a melhor estratégia seria o uso de biocombustíveis ou melhorias tecnológicas nas aeronaves. A segunda melhor opção, considerada por 39%, é a conservação ambiental e a biodiversidade, com apoio a programas de reflorestamento e conservação florestal. “A vinculação do CORSIA a mecanismos de mercado, como a aquisição de créditos florestais certificados oriundos da redução do desmatamento é a estratégia mais eficiente, barata e imediata para reduzir emissões no país, promovendo incentivos reais à conservação da Floresta Amazônica e combatendo o desmatamento”, afirma o coordenador de Projetos da Biofilica, Caio Gallego.

Por fim, a terceira medida para diminuição ou compensação das emissões em voos internacionais, preferida por 31%, é por meio do apoio a projetos de eficiência energética. “O investimento em biocombustíveis e em melhorias tecnológicas das aeronaves deve ser a principal estratégia do setor no médio e longo prazo. Porém, devido a urgência das mudanças climáticas, novos investimentos em ações de conservação das florestas e da biodiversidade é fundamental”, conclui Pedro Soares.

 

Sobre a Aliança REDD+ Brasil

Formada por BVRio (Bolsa de Valores Ambientais do Rio de Janeiro), Biofílica Investimentos Ambientais, Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) trabalha para divulgar o REDD+ como ferramenta de forma a pôr fim no desmatamento ilegal e gerar recursos para governo, produtores, comunidades tradicionais e indígenas. O Brasil tem potencial para captar até US$ 45 bilhões através do REDD+ na Amazônia até 2030, e a Aliança quer contribuir para que o país esteja em posição de liderar o crescente mercado de compensação de emissões de carbono por nações, unidades subnacionais, setores produtivos e grandes eventos.

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Projeto Campo Sustentável inicia plantio de mudas em fazenda piloto https://idesam.org/projeto-campo-sustentavel-inicia-plantio-de-mudas-em-fazenda-piloto/ https://idesam.org/projeto-campo-sustentavel-inicia-plantio-de-mudas-em-fazenda-piloto/#respond Thu, 24 Jan 2019 14:21:33 +0000 https://idesam.org/?p=18381 Publicado em 23/01/2019, no Portal Surgiu.
Por Assessoria de Comunicação

 

O plantio de três mil mudas nativas do cerrado (caju, ipê e baru) está sendo realizado em 25 hectares de uma área degradada na Fazenda Agropecuária Kehler, no município de Brejinho de Nazaré, pelo Projeto Campo Sustentável, implantado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), com o objetivo de desenvolver a integração lavoura, pecuária e floresta. As mudas começaram a ser plantadas na segunda, 21, e o plantio segue até sexta-feira, 25.

A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é a principal tônica do Projeto Campo Sustentável, que propicia a recuperação de áreas alteradas pelas atividades agropecuárias, como lavoura para pastagem da gado ou plantações de grãos. O projeto tem como objetivo implementar 50 hectares de ILPF em duas propriedades rurais selecionadas. Esta primeira etapa acontece na Fazenda Agropecuária Kehler, como projeto piloto, e a segunda fase será realizada em propriedade que já sendo selecionada.

O secretário da Semarh, Leonardo Cintra, pontua que o Projeto Campo Sustentável auxilia na recuperação de nascentes, acúmulo de carbono e recuperação do solo, por meio do plantio de espécies nativas do cerrado. “O Tocantins se destaca por sua produção agropecuária e temos que trabalhar para que essas atividades impactem o menos possível o meio ambiente. A ação que o Governo do Tocantins apresenta é para reduzir os impactos ambientais, com a eficiência dos recursos, como terra e insumos, melhoria na qualidade de solo e água e redução de uso de agrotóxicos”, afirmou Cintra.

 

Parceiros

A Semarh é a gestora do projeto, como captadora do recurso junto ao GCF (sigla em inglês para a Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas), um valor aproximado de U$ 372 mil (cerca de R$ 1,4 milhão de reais). O Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) é o gestor financeiro, conforme determina o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) selecionado para intermediar o repasse dos recursos aos estados por meio de instituições parceiras. As outras instituições envolvidas são o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), que auxiliou na seleção da propriedade rural piloto, e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com amplo suporte técnico.

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Idesam fecha parceria com Goodwings para oferecer hospedagem ‘carbono neutro’ https://idesam.org/idesam-fecha-parceria-com-goodwings-para-oferecer-hospedagem-carbono-neutro/ https://idesam.org/idesam-fecha-parceria-com-goodwings-para-oferecer-hospedagem-carbono-neutro/#respond Mon, 08 Oct 2018 16:32:21 +0000 https://idesam.org/?p=17834 Empresa de reserva de hotéis vai reverter parte de sua receita para o plantio de árvores no AM

Texto: Comunicação Idesam

 

O Idesam juntou forças com o serviço online de reserva de hotéis Goodwings para oferecer hospedagens ‘carbono neutro’ aos seus clientes. Através da parceria, cada vez que alguém fizer uma reserva pela plataforma, um valor será revertido ao Programa Carbono Neutro Idesam, que fará a compensação da emissão de dióxido de carbono (CO2) equivalente, por meio do plantio de árvores na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã (AM) e nas áreas do projeto Café Agroflorestal Apuí.

A ação não terá custo adicional aos clientes e conta ainda com alguns atrativos voltados às empresas que escolherem a startup como plataforma para a reserva de suas hospedagens corporativas. A ausência de taxas de adesão e relatório dos impactos ambientais são alguns dos benefícios.

O gerente do Programa de Mudanças Climáticas do Idesam, Pedro Soares, ressalta a relevância da parceria, principalmente por se tratar de uma empresa de nível mundial. Com isso, o Idesam passa a promover a plataforma Goodwings aos seus parceiros institucionais, com retorno esperado para o Programa Carbono Neutro IDESAM e para o Café Agroflorestal Apuí.

“É uma parceria bastante promissora, onde o Idesam pode alavancar novos recursos para desenvolver suas atividades relacionadas a reflorestamentos, recuperação de áreas degradadas e fomento a cadeias produtivas sustentáveis. Em todas essas atividades o Idesam contabiliza as reduções de emissões geradas e o impacto positivo que essas atividades geram para o clima, ressalta Soares.

Parte da comissão gerada pela reserva de hotel via plataforma será revertida para o Idesam, que vai utilizar o recurso no plantio de mudas. Com isso, o instituto consegue ampliar o alcance de suas ações socioambientais relacionadas à mitigação das mudanças climáticas, além de colaborar com as Metas Globais das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável até 2030.

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Mineração ilegal força suspensão do primeiro projeto de REDD+ indígena do mundo https://idesam.org/mineracao-ilegal-forca-suspensao-do-primeiro-projeto-de-redd-indigena-do-mundo/ https://idesam.org/mineracao-ilegal-forca-suspensao-do-primeiro-projeto-de-redd-indigena-do-mundo/#respond Wed, 12 Sep 2018 13:55:30 +0000 https://idesam.org/?p=17527 Com informações de Mongabay
Tradução de Felipe Sá
 

Como primeiro esforço de conservação liderado por indígenas a ser financiado pela venda de créditos de carbono, o Projeto de Carbono Florestal Suruí (PCFS) diminuiu drasticamente o desmatamento e apoiou programas de desenvolvimento sustentável na Terra Indígena Sete de Setembro (TISS), mas um aumento dramático nas atividades de mineração ilegal ao longo da região onde a TISS está localizada forçou o povo indígena Paiter-Suruí e seus parceiros a suspenderem o programa indefinitivamente.

A Verified Carbon Standard (Verra/VCS) utilizará sua reserva técnica  (“buffer pool“) para garantir a integridade ambiental das compensações de carbono já vendidas durante o período de avaliação do projeto. O PCFS, gerou lições aprendidas fundamentais para promover esforços atuais e futuros de redução de desmatamento ao redor do mundo.

 

Contexto

Os Paiter Suruí lançaram o PCFS em 2009 para reduzir o desmatamento em seu território, começando pelo engajamento de ONGs socioambientais e consultores de carbono florestal para estimar a taxa de desmatamento que ocorreria caso as pressões e dinâmicas relacionadas as mudanças no uso da terra no território, permanecessem as mesmas (business as usual). Através de um trabalho de pesquisa realizado no âmbito da pós graduação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) com a francesa AgroParis Tech, eles desenvolveram um modelo chamado SimSuruí, que levou em consideração as taxas históricas de desmatamento e as pressões dominantes dentro da TISS, como extração ilegal de madeira e agricultura não regulada, além de características geográficas como topografia, proximidade de estradas e o status da floresta existente.

Eles então criaram um “plano de gestão” que visava salvar tanto a floresta quanto seu modo de vida tradicional, em parte promovendo modos de vida sustentáveis que não impulsionam o desmatamento, como criação de pequenos animais, extrativismo, agricultura de menor impacto (tradicional) e produção de artesanato. Para catalisar essas atividades, eles criaram uma proposta para gerar compensações de carbono evitando o desmatamento sob um mecanismo, que então estava em ascensão, conhecido como REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, somado ao manejo florestal sustentável).

Eles submeteram a proposta a organizações científicas e da sociedade civil para análise de terceiros sob o processo da VCS, que chegou a um consenso de que, se as tendências prevalentes fossem mantidas, pelo menos 13.575 hectares dos 248.147 hectares do território indígena seriam desmatados nos próximos 30 anos, emitindo 7,8 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono na atmosfera.

Os Paiter Suruí votaram então para implementar uma moratória sobre a extração ilegal de madeira e suspender outras atividades que impulsionam o desmatamento na esperança de obter compensações de carbono por manter as taxas de desmatamento abaixo da linha de base.

 

Resultados

O projeto reduziu drasticamente o desmatamento dentro da TISS nos primeiros cinco anos de operação, mesmo quando as taxas nos territórios vizinhos quase dobraram. Apesar das repetidas incursões de empresas madeireiras ilegais e da relutância das autoridades federais e locais em processar os responsáveis, o projeto teve um início positivo.

Durante esse período, o projeto gerou 299.895 compensações de carbono certificadas sob o VCS, com cada compensação representando uma tonelada métrica de emissões reduzidas de dióxido de carbono. As reduções totais tiveram o mesmo impacto ambiental que tirar 64.000 carros das ruas durante um ano, e 48.366 das compensações foram colocadas em uma reserva técnica (“buffer pool“) do VCS, que agrega compensações de vários projetos para garantir que reversões em qualquer projeto individual seja devidamente mitigado.

Os Paiter Suruí venderam as demais 251.530 compensações para entidades que as usaram para reduzir suas próprias pegadas de carbono, com os recursos da venda sendo usados para catalisar seis iniciativas de desenvolvimento comunitário sustentável e treinar quase duas dúzias de agentes  indígenas ambientais para conduzir biomonitoramento e expedições de vigilância dentro do território.

 

Desafios

Em 2011, os agentes ambientais dos Paiter Suruí, operando em nome do projeto, identificaram novas estradas madeireiras que conectavam serrarias próximas e, em 2012, o Parlamento Paiter Suruí apelou formalmente à presidente Dilma Rousseff e a Marta Azevedo, então presidente da autoridade indígena federal (FUNAI), para intervir. Esses recursos foram ignorados, mas o projeto continuou a reduzir o desmatamento até 2014, quando depósitos de ouro e diamantes foram identificados no território.

Em fevereiro de 2015, a Associação Metareilá do Povo Indígena Surui, uma das organizações comunitárias que representa os Paiter Suruí, documentou e relatou várias instâncias de mineração ilegal (garimpo) para as autoridades, mas desta vez as pressões mostraram-se intransponíveis – em parte porque um pequeno contingente de membros dos Paiter Suruí que pactuaram com mineiros usou a renda das atividades ilegais para comprar gado e aumentar as pastagens dentro da TISS, mas também, como documentou o The Guardian em 2017, porque religiosos e anti-desenvolvimentistas extremistas se alinharam com esse contingente pró-mineração dentro dos Paiter Suruí em um esforço equivocado para “salvar” o povo da devastação da economia de mercado.

Como a perda excede as 48.366 compensações que os Paiter Suruí contribuíram para o buffer pool da VCS, o mesmo está aposentando compensações adicionais para garantir a integridade ambiental do projeto.

 

Conclusões

Sozinho, um homem não pode parar um maremoto, e o financiamento de carbono não pode acabar com o desmatamento ilegal por conta própria. O PCFS evidentemente retardou o aumento do desmatamento ilegal na TISS, mas não conseguiu evitá-lo sem o apoio regulatório e sem que os órgãos públicos responsáveis pela proteção do território atuassem para conte-lo, uma vez que os territórios indígenas da região sofreram um desmatamento recorde em 2017.

Ao mesmo tempo, a introdução de novos vetores de desmatamento ilegal destaca o desafio de equilibrar a necessidade de estabelecer uma linha de base conservadora para garantir a integridade ambiental, com a necessidade de refletir com precisão as circunstâncias em mudança e criar incentivos para esforços contínuos para combater pressões emergentes, como o relatório de perdas da VCS deixa claro.

“As atividades de mineração na Terra Indígena Sete de Setembro são recentes e não foram registradas até 2015 como um de seus vetores de desmatamento”, conclui o relatório. “Portanto, o modelo de desmatamento que compôs o cenário de referência do projeto – baseado nas dinâmicas e taxas históricas de desmatamento verificadas na TISS antes da data de início do projeto – não incluiu atividades relacionadas ao garimpo de minerais de alto valor”.

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Em quatro meses, Terras Indígenas somam desmatamento superior a 300 campos de futebol https://idesam.org/em-quatro-meses-terras-indigenas-somam-desmatamento-superior-a-300-campos-de-futebol/ https://idesam.org/em-quatro-meses-terras-indigenas-somam-desmatamento-superior-a-300-campos-de-futebol/#respond Fri, 17 Aug 2018 21:23:39 +0000 https://idesam.org/?p=17348 Terceira edição do boletim já está disponível no site do Idesam e indica pontos de desmatamento nas TIs que compõem o corredor

 

Por Henrique Saunier
Edição de Samuel Simões Neto

 

Somente nos primeiros quatro meses de 2018, o desmatamento no corredor Tupi-Mondé já atingiu um nível equivalente a 378 campos de futebol: foram 269,7 hectares apenas entre janeiro e abril. Considerando todo o acompanhamento do estudo, desde janeiro de 2017, são 2,5 mil hectares de floresta devastada.

Ainda que o número registrado de janeiro a abril de 2018 mostre uma retração nas taxas  de desmatamento em relação ao mesmo período de 2017, os pesquisadores indicam que o desmatamento pode ser ainda maior, uma vez que uma intensa cobertura de nuvens no período pode ter contribuído com a não identificação de todas as novas áreas desmatadas.

No total, foram detectados 3.595 alertas de desmatamento via satélite, pelo sistema GLAD, da plataforma Global Forest Watch (GFW).

O Tupi-Mondé compreende uma área de 3,5 milhões de hectares, localizada na fronteira dos estados de Rondônia e Mato Grosso. O corredor é atualmente uma das regiões sob maior pressão de desmatamento na Amazônia. Para as organizações que assinam o boletim do desmatamento, a perda de florestas afeta as TIs não apenas pela fragmentação de um enorme corredor florestal, mas também se torna uma grande ameaça à cultura e ao modo de vida tradicional de 6.000 indígenas dos povos Cinta Larga, Zoró, Paiter Suruí, Arara e Gavião.

A exploração ilegal de madeira, o uso de queimadas para implementação de pastagens, invasões irregulares e atividades ligadas à mineração foram identificados como os principais vetores de desmatamento. “A madeira é um vetor comum a todas as sete Terras Indígenas que formam o Corredor Tupi-Mondé”, indica Pedro Soares, gerente de Mudanças Climáticas do Idesam.

Em depoimento divulgado no informativo, o líder do povo indígena Gavião, Josias Gavião, afirma que a pressão pelo desmatamento está cada vez maior devido à expansão de atividades econômicas ligadas à pecuária dentro da TI. “Um longo caminho ainda falta ser percorrido para promover o desenvolvimento sustentável nesses territórios”, lamenta.

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e uma das colaboradoras na produção do boletim, Ivaneide Bandeira ressalta que a entidade possui ações de proteção ao território, tentando sempre deixar visível, através do monitoramento, os danos causados às terras indígenas.

“O objetivo desse tipo de alerta é gerar mudanças no comportamento daqueles que têm o dever de proteger, bem como do poder judiciário, que pode acabar com a impunidade de atos criminosos”, destaca.

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Emissões da aviação civil internacional poderiam financiar projetos sustentáveis no Brasil https://idesam.org/emissoes-aviacao-civil-internacional-poderiam-financiar-projetos-sustentaveis-brasil/ https://idesam.org/emissoes-aviacao-civil-internacional-poderiam-financiar-projetos-sustentaveis-brasil/#respond Tue, 14 Aug 2018 22:18:23 +0000 https://idesam.org/?p=17321 Por Henrique Saunier
Foto: Victor Salviati/FAS

 

O Idesam reuniu, na última terça-feira (14), empresas e órgãos do setor de aviação para discutir desafios e oportunidades da adesão do Brasil ao Esquema de Redução de Emissões da Aviação Civil Internacional (“Corsia/Icao”, na sigla em inglês). As informações apresentadas são fruto de um estudo elaborado pelo Idesam e organizações parceiras, que indica que a inclusão do país no sistema do Corsia poderia evitar uma emissão superior a 18 milhões de toneladas de dióxido de carbono (MtCO2), entre 2021 e 2029.

O objetivo central do Corsia é complementar os esforços de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) do setor de aviação civil internacional, além de limitar qualquer aumento das emissões de CO2 acima dos níveis de 2020.

Nos últimos dez anos, no entanto, as emissões decorrentes da aviação civil internacional no Brasil seguiram um sentido inverso e apresentaram forte aumento. Em 2006, os voos internacionais com destino ou origem no Brasil, operados por empresas nacionais e internacionais, emitiram 4,7 MtCO2. Em 2010, essas emissões subiram para 6,0 MtCO2 e, em 2015, atingiram 7,5 MtCO2.

A adesão ao Corsia poderia contribuir com a luta contra as mudanças climáticas e gerar incentivos positivos para redução de emissões no país, além de ajudar na redução do desmatamento na Amazônia brasileira, por meio do mecanismo de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).

“A demanda gerada por reduções de emissões pelo Corsia pode constituir uma ótima oportunidade para financiar programas e iniciativas que contribuam para o desenvolvimento sustentável no Brasil, em especial no setor de florestas, uso da terra e agropecuária, que atualmente respondem por mais de 70% das emissões nacionais de GEE”, afirma Pedro Soares, gerente do Programa Mudanças Climáticas e REDD+ do Idesam e um dos autores do estudo.

Benefícios ao Brasil

De 2021 a 2026, a adesão dos países ao Corsia é voluntária, e se torna obrigatório a partir de 2027. Caso o Brasil decida aderir às fases voluntárias do Corsia — o que não aconteceu até o momento — serão geradas reduções de emissões da ordem de 8,6 MtCO2, das quais 6 MtCO2 (76%) seriam de responsabilidade de companhias estrangeiras (que operam voos internacionais no Brasil) e 2 MtCO2 (24% do total) de companhias aéreas brasileiras.

Atualmente, o Brasil é o sétimo maior emissor de Gases de Efeito Estufa do mundo. Em 2016, o país emitiu um total de 2,2 gigatoneladas (GtCO2), sendo 73% decorrentes das mudanças no uso da terra (desmatamento) e agropecuária. Além disso, no intervalo de 2012 a 2017, o aumento do desmatamento observado na Amazônia foi de 45%.

O estudo alerta que caso não sejam criados novos mecanismos e fontes de recursos adicionais para financiar a redução do desmatamento e promoção do desenvolvimento sustentável na Amazônia, o setor seguirá sendo o campeão nacional de emissões de GEE.

Informações mais detalhadas podem ser encontradas na publicação completa, já disponível na biblioteca do Idesam. O estudo foi realizado em parceria com a BVRio, Biofílica, Instituto Centro Vida (ICV), Fundação Amazonas Sustentável (FAS) Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e do Environmental Defense Fund (EDF).

Além das organizações que assinam o novo estudo, o evento contou com a presença de representantes da Gol Linhas Aéreas, dos ministérios do Meio Ambiente, Transportes e das Relações Exteriores, do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e do Observatório do Clima.

Confira fotos do evento na fanpage do Idesam.

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Desmatamento em Territórios Indígenas atinge recorde, aponta boletim https://idesam.org/desmatamento-em-territorios-indigenas-atinge-recorde-aponta-boletim/ https://idesam.org/desmatamento-em-territorios-indigenas-atinge-recorde-aponta-boletim/#respond Thu, 17 May 2018 11:45:10 +0000 https://idesam.org/?p=16960 Por Henrique Saunier

 

O desmatamento em terras indígenas bateu recorde em 2017, devastando o equivalente a mais de 2.000 campos de futebol no Corredor Tupi-Mondé, mosaico composto de sete Terras Indígenas localizadas entre os estados de Mato Grosso e Rondônia. A análise foi divulgada nesta quinta-feira (17), na segunda edição do Boletim do Desmatamento do Corredor Tupi-Mondé, publicação semestral que acompanha o avanço do desmatamento na região.

O boletim aponta que, em todo o ano de 2017, um total de 2,3 mil hectares foi desmatado nas sete Terras Indígenas que compreendem o Corredor, o que representa taxas recordes de perda de cobertura florestal na região.

Um território bastante visado pelo garimpo e setor agropecuário, a TI Sete de Setembro, com uma área de floresta de 238 mil hectares e uma população de 1,3 mil indígenas, liderou o ranking de 2017, com mais de 900 hectares de perdas. A lista completa pode ser acessada na publicação, disponível no link abaixo.

>> Acesse aqui o boletim

As taxas de perda de cobertura de florestas nativas apresentadas no boletim atestam que os recursos naturais continuam sendo explorados e esgotados a um ritmo alarmante, sem controle pelos órgãos de fiscalização responsáveis. Entre os principais vetores do desmatamento identificados pelo estudo estão a exploração de minérios (ouro, diamante), retirada ilegal de madeira, seguida de incêndios ou cortes rasos para implantação de pastagens e agricultura, além de invasões irregulares por atores externos.

“Os desafios para a conservação das Terras Indígenas do Corredor Tupi-Mondé são enormes. A pressão pelo desmatamento está cada vez maior, devido à expansão de atividades econômicas relacionadas à produção pecuária e à retirada de madeira dentro das TIs. Ainda existe um longo caminho a ser percorrido para promover o desenvolvimento sustentável nesses territórios”, alerta Josias Gavião, Líder do Povo Indígena Gavião.

O desmatamento afeta cada território indígena em diferentes níveis, ocasionando a fragmentação do corredor florestal e ameaçando sua biodiversidade. Mas além da biodiversidade, a devastação da floresta ameaça a preservação da cultura tradicional dos quase seis mil indígenas dos povos Cinta Larga, Zoró, Paiter Suruí, Gavião e Arara, que vivem na região.

Ativista do movimento indígena, a coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira, considera o cenário alarmante e não muito diferente do que acontece em territórios indígenas ao redor do País. Ela defende não só uma presença maior de fiscalização dos órgãos públicos, mas também que sejam aplicadas as medidas punitivas que evitem a reincidência nesse tipo de crime.

“Isto reflete o que ocorre em quase todas as terras indígenas no Brasil, um reflexo da falta de aplicação da lei, gerando impunidade, danos ambientais e conflitos sociais. A pressão feita pelas ONGs tem contribuído para que alguma ação seja feita, mas esbarra no fato de, ao haver uma fiscalização, não há continuidade e punição dos infratores. Como as ONGs não tem assessoria jurídica para agir junto a Justiça, acaba que tudo morre só na fiscalização, pois os juízes, na maioria das vezes, soltam os infratores e devolvem os equipamentos e estes voltam novamente a roubar a terra indígena”, denuncia Bandeira.

Segundo o gerente do Programa Mudanças Climáticas do Idesam, Pedro Soares, além da atividade de garimpo degradar o território, o intenso fluxo de capital advindo da venda dos minérios acaba sendo investido em novos desmatamentos e ampliação de áreas de pastagens.

Soares reforça que um dos principais problemas é a ausência crônica dos órgãos competentes de controle, que não possuem a estrutura necessária para garantir a proteção e o desenvolvimento sustentável destes territórios.

Para desenvolvimento das análises do desmatamento no Corredor Tupi-Mondé, o Idesam contou com apoio da plataforma Global Forest Watch (GFW), que permitiu analisar as mudanças no uso da terra nesses territórios.  Também foram realizadas consultas a lideranças indígenas locais, para compreensão e validação dos agentes e vetores que pressio­nam os Territórios Indígenas e favorecem o des­matamento de florestas na Amazônia.

Além do GFW, são parceiros do Idesam no acompanhamento da região: Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), a Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí e a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé.

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