bioeconomia – Idesam https://idesam.org Conservação e Desenvolvimento Sustentável Tue, 22 Dec 2020 21:25:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://idesam.org/wp-content/uploads/2021/01/cropped-logopsite_idesam-32x32.png bioeconomia – Idesam https://idesam.org 32 32 Tecnologia e meio ambiente impulsionam desenvolvimento da região amazônica https://idesam.org/tecnologia-e-meio-ambiente-impulsionam-desenvolvimento-da-regiao-amazonica/ Mon, 30 Nov 2020 16:03:15 +0000 https://idesam.org/?p=21844 Seminário internacional Amazon Tech destacou as inovações que estão unindo tecnologia e bioeconomia para o desenvolvimento sustentável da região

Publicado originalmente na Época Negócios
Foto: Derek Mangabeira/Divulgação

A região amazônica se estende por nove países e é considerada a maior biodiversidade do planeta. No Brasil, a floresta está presente em todos os estados da região Norte – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins -, em boa parte do Mato Grosso e ainda no oeste do Maranhão. Muitos não se dão conta, mas ela ocupa 60% do território brasileiro.

Isso mostra o imenso potencial brasileiro tanto na conservação ambiental da maior floresta tropical do mundo como no desenvolvimento da bioeconomia. O seminário internacional Amazon Tech, promovido nesta quinta-feira (26) para marcar a abertura de um novo escritório regional da Câmara Brasil – Israel (BRIL Chamber) no Amazonas, apresentou algumas das iniciativas que usam inovações e tecnologias para a preservação da floresta e para o desenvolvimento sustentável da população local por meio da bioeconomia. “Precisamos ter visão de prosperidade para região, olhar para 2030. Levar emprego, empreendedorismo e economia próspera. O desmatamento é o subproduto de um sistema muito ruim, com muita informalidade. Temos que encontrar soluções econômicas, sociais e políticas para a prosperidade da região”, avalia Denis Benchimol Minev, cofundador e conselheiro da Fundação Amazônia Sustentável (FAS).

Além das solução de monitoramento e segurança da região, especialmente nas fronteiras internacionais, com satélites, radares, drones e inteligência artificial de olho nos rios, nas florestas e nas eventuais ações de garimpo e extração madeireira ilegal, a região abriga projetos como o da See Tree, uma plataforma que faz o monitoramento da ‘saúde’ de cada árvore, catalogando e analisando os dados colhidos.

Criada há apenas sete meses, outra iniciativa local, a Moss, já se tornou a maior viabilizadora de crédito de carbono no mundo, segundo seu CEO, Luis Adaime. Ele destaca que o diferencial da Moss está em usar criptografia de blockchain no comércio de créditos. “Somos uma grande varejista de crédito de carbono. Fazemos uma grande curadoria dos melhores projetos de carbono da Amazônia e com o uso da tecnologia criptografando os créditos, damos segurança, credibilidade e transparência ao processo, e com escala”, explica Luis.

Já a Melodea explora biomateriais como alternativa à matéria-prima de origem fóssil, como o plástico, o causador de um sério problema ambiental hoje. A solução da Melode consiste em nanocristais de celulose (CNC), extraídos das fibras das plantas para desenvolver um novo tipo de embalagem, biodegradável, sem perder as características de condicionamento, proteção e armazenamento.

Soluções de telemedicina, com dispositivos de monitoramento à distância, ajudam nos cuidados com a saúde de populações em áreas remotas da região. Além disso, a tecnologia aplicada à gestão da navegação fluvial, com uso de dados para predição de profundidade das águas dos rios, evita bloqueios no fluxo dos barcos, por exemplo. Essas soluções também estão entre as iniciativas em curso na região amazônica com foco no desenvolvimento sustentável. “A questão não é ter apenas boas práticas, nós temos isso. Muitas organizações empresariais e governamentais estão envolvidas, mas a grande questão é escala”, aponta Jacques Marcovitch, professor emérito da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

Mariano Cenamo, diretor de Novos Negócios do Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas), acredita que a tecnologia pode atender os desafios de logística, desenvolvimento sustentável, biotecnologia e preservação das espécies de flora e fauna da região. “Temos o capital ambiental e o de conhecimento, precisamos fazer convergir esses dois patrimônios em potencial para o Brasil. É preciso complementar conhecimentos em laboratórios e nossa experiência local acumulada. Acredito que vai haver demanda e interesse crescentes de pessoas e instituições em colocar seus esforços nas soluções sociais e ambientais”, conclui.

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Programa Prioritário de Bioeconomia contrata assistente de campo para projeto de PD&I https://idesam.org/programa-prioritario-de-bioeconomia-contrata-assistente-de-campo-para-projeto-de-pdi/ Fri, 06 Nov 2020 18:27:48 +0000 https://idesam.org/?p=21659 PROCESSO DE SELEÇÃO SUSPENSO [ATUALIZADO EM 10/11/2020]

Fique atento no nosso site e redes sociais para oportunidades futuras

Por Comunicação Idesam
Foto: Arquivo Idesam

Até o próximo dia 20 de novembro, o Idesam está selecionando profissional para apoiar a condução de projetos de PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), no âmbito do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), atualmente coordenado pelo instituto. A pessoa escolhida irá auxiliar na instalação de experimentos, acompanhar e executar as atividades do projeto, além de elaborar relatório de atividades. 

Instituído pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) como estratégia diversificar e impulsionar investimentos no contexto da política de incentivos fiscais, o PPBio abrange soluções para a exploração econômica sustentável da biodiversidade. Para o cargo específico, a pessoa vai atuar como assistente de campo em projeto de desenvolvimento tecnológico hortícola

É competência do Programa receber e enquadrar projetos nos eixos definidos pela Suframa e apresentar para empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus) para serem investidoras, ou ainda, atender demandas das empresas do PIM por temas da bioeconomia ou destinação e tratamento de resíduos, identificando agentes executores, ICTs, empresas nascentes de base tecnológica (startpus) ou negócios de impacto.

Para saber quais os requisitos necessários para a vaga e como participar, acesse o Termo de Referência (TDR) da oportunidade no link abaixo: 

TDR 53 – Assistente de Campo – PPBio

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Entidades do meio ambiente debatem o futuro do Fundo Amazônia em audiência pública no STF https://idesam.org/entidades-do-meio-ambiente-debatem-o-futuro-do-fundo-amazonia-em-audiencia-publica-no-stf/ Wed, 28 Oct 2020 17:23:46 +0000 https://idesam.org/?p=21625 Idesam apontou a necessidade de olhar para Amazônia com mais ambição e visão de longo prazo

Por Comunicação Idesam (Com informações de assessoria)
Foto: Divulgação STF

Com participação do Idesam, representantes de institutos ligados ao Meio Ambiente apresentaram suas diferentes visões sobre a situação do desmatamento da Amazônia Legal e quais os mecanismos para reverter essa situação, em audiência pública remota de dois dias no Supremo Tribunal Federal (STF). Convocada pela ministra Rosa Weber, a audiência teve como foco central o papel do Fundo Amazônia enquanto mecanismo para fomentar iniciativas sustentáveis de desenvolvimento regional.  

Mariano Cenamo, diretor de novos negócios do Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia) participou do segundo dia exposições na audiência pública, afirmando que o Fundo Amazônia é o maior laboratório de bioeconomia do mundo. No entanto, ele alerta que estamos perdendo grandes oportunidades. Segundo Cenamo, o aumento do desmatamento na Amazônia não interessa economicamente ao Brasil e tem gerado prejuízos para a nossa imagem e nossa economia, como recentemente destacou matéria do Estado de São Paulo. 

“Não podemos nos dar ao luxo de boicotes a produtos nacionais ou fuga de investidores e investimentos do Brasil, especialmente no momento crítico pelo qual estamos passando”, salienta Cenamo. Para Mariano Cenamo é preciso olhar para Amazônia com mais ambição e visão de longo prazo, aproveitando o potencial para Brasil para se diferenciar e se destacar globalmente na área ambiental. 

“Quando falamos numa economia baseada na natureza, seguramente (o Brasil) será o endereço principal”, afirma Mariano Cenamo, em audiência pública no STF (Divulgação)

“O Brasil não será uma potência industrial. Mas, quando falamos numa economia baseada na natureza, seguramente será o endereço principal”, ressalta o representante do Idesam. “Quando se trata de combate ao desmatamento na Amazônia não existe uma ‘bala de prata’ e o Fundo Amazônia foi um enorme sucesso ao financiar projetos com diferentes abordagens, desde o combate a incêndios até pesquisa, desenvolvimento e inovação com negócios comunitários que geram renda protegendo a floresta”, completa Cenamo.

Na avaliação de Carlos Souza Junior, pesquisador do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), a tendência de desmatamento em 2020 é 29% maior que em 2019 e segundo ele, a solução para esse aumento está na prevenção. Ele disse que o Imazon está investindo em ferramenta que vai permitir prever o desmatamento a curto prazo. “Esse modelo será útil na criação de políticas públicas, envolvendo os governos municipais, estaduais e federal, para identificação de áreas de risco e intervenções mais efetivas”, observa.

RDS como modelo de promoção de negócios sustentáveis 

A audiência pública no STF também foi uma oportunidade para que os gestores estaduais das pastas de meio ambiente na Amazônia apontem as alternativas de modelos de negócios que não impliquem na exploração irresponsável dos recursos da floresta. O secretário de Estado do Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, destacou na audiência online que as RDS (Reservas de Desenvolvimento Sustentável) são verdadeiros modelos sustentáveis de economia que podem abranger de maneira mais horizontal a população.

Taveira citou casos bem sucedidos como a cadeia de pirarucu manejado, o manejo madeireiro comunitário de pequena escala, além do turismo de base comunitária e o ecoturismo. “A RDS do Uatumã, por exemplo, gerou R$ 5 milhões na última temporada com o turismo. Ao mesmo tempo, temos a oportunidade concreta de potencial imenso nessas cadeias produtivas de se configurarem como economia de ponta para o Estado e para o Brasil, ainda que precisamos ampliar em escala e em velocidade essas experiências”, defende Taveira. 

O trabalho que o Idesam realiza com a Rede de Óleos da Amazônia e o projeto Cidades Florestais em comunidades extrativistas pelo interior do Amazonas é um dos exemplos de atividades de fomento a cadeias que promovem o uso múltiplo da floresta. Graças aos recursos do Fundo Amazônia, o Idesam apoia cadeias produtivas florestais, madeireiras e de óleos vegetais, de comunidades e famílias dos municípios amazonenses de Apuí, Carauari, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Silves, Lábrea, Boa Vista do Ramos, Novo Aripuanã, Nova Olinda do Norte e Urucará, impactando centenas de famílias. Com o Fundo Amazônia e todo esse trabalho de estruturação de uma cadeia de óleos, também foi possível criar uma marca coletiva para que as famílias pudessem alcançar novos mercados. 

A audiência foi realizada após Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 59, impetrada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e contou ainda com a participação de representantes do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Ministério do Meio Ambiente. 

Veja na íntegra a participação do Idesam na audiência:

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“Bioeconomia já é o mais novo polo da ZFM”, diz IDESAM https://idesam.org/bioeconomia-ja-e-o-mais-novo-polo-da-zfm-diz-idesam/ Fri, 16 Oct 2020 16:28:01 +0000 https://idesam.org/?p=21554 Alfredo Lopes entrevista Carlos Gabriel Koury sobre as oportunidades de investimento na Bioeconomia da Amazônia

Por Alfredo Lopes para a coluna Follow Up, publicada Originalmente no Jornal do Commercio e Brasil Amazônia Agora
Foto: Divulgação Idesam/Bruna Rozella

“Nós não podemos ficar dependendo de uma única cesta de alternativas de desenvolvimento, sobretudo quando ela depende de vontades políticas”. A frase é do presidente do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas, Wilson Périco, ao recomendar a mobilização da indústria e setor público de esforços e investimentos na direção de novas matrizes econômicas.

E é isso que tem feito a Suframa ao escalar o IDESAM, Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, uma instituição qualificada que, há quase duas décadas, entendeu essa recomendação e tem muito o que relatar na consolidação da matriz bioeconômica no Amazonas. É o que conta Carlos Gabriel Koury, do Comitê Gestor da instituição e responsável pelo Programa Prioritário de Bioeconomia da Suframa.

Confira abaixo a entrevista completa com Carlos Gabriel Koury – Comitê Gestor do IDESAM

Follow Up – Figuras públicas de famílias empreendedoras,  como o empresário Denis Minev e  a ex-superintendente da Suframa e empresária Rebeca Garcia, estão sugerindo às empresas que pretendem investir seus recursos de P&D&I para adotar o IDESAM, dentro do PPBIO, Programa Prioritário de Bioeconomia da Suframa. Como é que funciona isso?

Carlos Gabriel Koury – O PPbio é um instrumento inovador e simplificado para empresas do PIM e outros interessados investirem na agenda da Bioeconomia da Amazônia, sem ônus de gestão ou glosa. Empresas podem optar por diversificar seus os investimentos ou buscar em ICTs Institutos de Ciência e Tecnologia, ou startups, biosoluções para sua linha de produção. Sem risco de glosa e com o suporte técnico do IDESAM e das ICTs parceiras. O IDESAM atua em projetos e parcerias da economia sustentável, desde 2004, tendo construído um portfólio robusto de resultados na diversificação/fortalecimento socioeconômico e ambiental das populações ribeirinhas da Amazônia. Um de seus programas, em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, é o PPA, Parceiros pela Amazônia, para a construção de iniciativas e empreendimentos sustentáveis na região. 

Fup – Depois de quase 20 anos da construção do Centro de Biotecnologia da Amazônia em que, entidades da indústria como o CIEAM e a FIEAM, Centro e Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, passaram a recomendar a adoção da um novo polo industrial em Manaus de Bioeconomia para diversificar o desenvolvimento regional, parece que o Brasil e as empresas da ZFM acordaram para essa alternativa de negócios. O que você pensa a respeito?

C.G.K. – Estamos em momento de evolução de diferentes legislações e aprendizados na Amazônia, que tem gerado uma confluência promissora: i. os projetos pilotos na Amazônia amadureceram preparando melhor comunidades para o mercado e criando destacando o papel dos negócios de impacto social e ambiental positivos; ii a lei de Inovação regulamentou como as Universidades e Centros de Pesquisa podem interagir com as empresas, teve seus fundamentos finais, recentes; iii. A Lei de acesso aos recursos genéticos e conhecimento tradicional também evoluiu; e por fim, iii. A SUFRAMA abriu o caminho simplificado para as empresas do PIM diversificar seus investimentos sem risco de glosa, pelo Programa Prioritário de Bioeconomia, no qual IDESAM foi declarado vencedor do Edital, no final de 2018, passando a operar somente em março de 2019.

Fup – Alguns resultados na área de beneficiamento de insumos regionais estão sinalizando caminhos promissores. Quais são as novidades dessas startups da floresta?

C.G.K. – A atenção tem sido dada não somente em gerar produtos da floresta, mas também para gerar soluções em formato de negócios para atender todos os elos da cadeia. Assim, uma solução desenvolvida passar a estar disponível para atender todo o ecossistema produtivo da Amazônia. Isso significa atender a realidade local com inovação tecnológica e reconhecimento do papel das comunidades. Atualmente, o PPBio já tem 1 projeto concluído e outros 3 projetos em andamento, nas áreas de tecnologia, biocosméticos e agricultura

Fup – Continuaremos a exportar extratos e produtos do extrativismo para beneficiamento no sudeste do Brasil ou no exterior?

 C.G.K. – A Bioeconomia da Amazônia tem condição de atender diferentes mercados, seja atender as indústrias do PIM, ou exportar produtos e soluções baseadas na biodiversidade amazônica. As soluções locais começam a gerar renda com produtos de alto valor agregado, gerados localmente, como os produtos da empresa, uma startup de cosméticos, a Biozer, ou o óleo de breu destilado pelas Comunidades na RDS do Uatumã e comercializado por mais de R$1.000 o quilo, recurso que fica na floresta, com as Comunidades.

Fup – E com toda essa mobilização e parcerias, quais os resultados esperados? 

C.G.K. – Nosso conselheiro Denis Minev costuma apontar três gargalos desafiadores para lograr bons resultados. O primeiro deles é a geração de recursos humanos aptos a inovar soluções tecnológicas para velhos problemas. Temos a UEA, mantida pela indústria, com quem temos que trabalhar para preparar empreendedores. O segundo desafio é infraestrutura de energia alternativa, de transportes adequados e rápidos e a comunicação de dados e voz. Aí o poder público tem que jogar pesado. E, finalmente, uma mudança de atitudes em relação a novos empreendimentos, isto é, maior flexibilidade da burocracia que prioriza o “vamos fazer juntos”.  O desafio não é simples, mas o momento é bom e nos exige mais próximos. E quanto mais integrado estiverem as agendas de promoção da Bioeconomia maiores as chances de vermos esta agenda definitivamente se estabelecer na Amazônia: bionegócios crescendo, envolvimento do setor privado, e agendas de governo. Nossa meta é colaborar na interiorização do desenvolvimento com empreendedorismo de bons resultados, afinal, há séculos já se faz economia na floresta. Agora, queremos focar esforços na perspectiva de fazer da Bioeconomia, cada vez mais, o novo polo da Zona Franca de Manaus

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Projetos sustentáveis são apresentados pelo Idesam à Suframa https://idesam.org/projetos-sustentaveis-sao-apresentados-pelo-idesam-a-suframa/ Tue, 22 Sep 2020 21:19:50 +0000 https://idesam.org/?p=21364 Por Comunicação Suframa
Foto: Divulgação

Toda a potencialidade e as oportunidades advindas da biodiversidade local fazem com que esse possa ser um dos vetores econômicos complementares às atividades já realizadas no âmbito da Zona Franca de Manaus (ZFM)

A bioeconomia é um dos assuntos com maior destaque quando o tema em discussão é Amazônia. Foi para tratar desta temática que a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) visitou, no dia 11 de setembro, o Idesam, coordenador do Programa Prioritário de Bioeconomia do Comitê de Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda).

A visita, que reuniu a alta gestão da Autarquia e dirigentes do Instituto, foi oportuna para que o Idesam pudesse apresentar alguns dos projetos desenvolvidos por meio de recursos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na região, além das iniciativas para ampliar investimentos em projetos sustentáveis e de cunho bioeconômico.

Óleos naturais, cafés regionais e o tradicional tucupi foram alguns dos exemplos comentados dentre os diversos produtos oriundos de projetos desenvolvidos e apoiados localmente.

O diretor técnico do Idesam, Carlos Koury, destacou o compromisso do instituto com sua missão, focada em promover a valorização e o uso sustentável de recursos naturais na Amazônia e buscar alternativas para a conservação ambiental, o desenvolvimento social e a mitigação das mudanças climáticas. Koury agradeceu o apoio da Suframa e dos demais parceiros que acreditam e desenvolvem projetos que utilizam insumos da biodiversidade amazônica.

Parceiros

Durante a agenda, foi promovida ainda uma reunião entre representantes de sete parceiros institucionais que atuam em conjunto com o Idesam – no desenvolvimento de projetos pelo Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) – e a equipe da Suframa, de forma a estreitar o relacionamento e permitir a apresentação de projetos que já geram resultados positivos e outros que estão em fase de implementação.

Para o superintendente da Suframa, Algacir Polsin, foi de grande valor conhecer a estrutura e as atividades desenvolvidas por meio do Idesam, em especial devido ao foco de atuação do instituto e aos projetos já estabelecidos no mercado. A interlocução com os parceiros também foi importante para avançar em pautas que estimulem o desenvolvimento de ações e projetos.

“Acho fundamental que tenhamos maior integração, que atuemos com objetividade, para que os resultados esperados sejam alcançados, em especial no que se refere a desenvolvimento regional. Assim, pode-se gerar benefícios à população”, afirmou Polsin.

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A biodiversidade amazônica como saída para um novo modelo de desenvolvimento regional https://idesam.org/a-biodiversidade-amazonica-como-saida-para-um-novo-modelo-de-desenvolvimento-regional/ Wed, 09 Sep 2020 18:41:30 +0000 https://idesam.org/?p=21302 A região atualmente representa menos de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional

Por Comunicação Idesam
Foto: Luiz Rocha

Um diagnóstico recente produzido pelo Idesam aponta que a Amazônia Legal — que ocupa cerca de 60% do território brasileiro — contribui com menos de 8% do PIB do País. Mesmo com a perda acumulada de 20% da cobertura original de florestas, a participação da Amazônia na economia nacional permanece inalterada há pelo menos três décadas. O estudo faz parte de uma série de três diagnósticos feitos pelo instituto para a iniciativa Concertação pela Amazônia, que defende a construção de uma visão de futuro para a região com valorização dos ativos ambientais e culturais. 

A convite do Arapyaú (que junto com a ICS e Humanize encabeçam a iniciativa), o Idesam produziu três diagnósticos setoriais de um universo de 15 eixos que contribuem para a construção de uma visão de futuro para a Amazônia. Essa visão passa pela discussão sobre conceito e modelos de desenvolvimento para a região, portanto, o Idesam ficou responsável pelos diagnósticos dos setores de bioeconomia na Zona Franca de Manaus, serviços ambientais e negócios de impacto na Amazônia (este último ainda inédito). 

No diagnóstico sobre bioeconomia, o destaque fica para o Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), que visa a injeção de recursos oriundos das contrapartidas financeiras obrigatórias das empresas de eletroeletrônicos instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e inovação na Amazônia. Segundo o diagnóstico, até 2023,  a meta é investir R$ 80 milhões em P&D e inovação para bioeconomia na Amazônia, incluindo aporte em startups amazônicas e em incubadoras e aceleradoras de novos negócios sustentáveis.

Já o diagnóstico sobre serviços ambientais e mercados de carbono defende a valoração dos serviços ambientais prestados pela conservação das florestas através de incentivos econômicos, como estratégia para o Brasil atrair uma nova leva de investimentos nacionais e internacionais. No levantamento, o Idesam aponta que a Amazônia Legal tem um alto potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa, o que poderia gerar um valor de US$ 20 bilhões captados em serviços ambientais.  

Para Pedro Soares, gerente de mudanças climáticas e serviços ambientais do Idesam, o principal entrave para alavancar essa economia ainda é um mercado de carbono voluntário incipiente, porém com grande potencial de aumento na sua demanda. “Movimentos recentes liderados por grandes empresas, bancos e investidores mostram uma clara tendência de aumento na demanda por créditos florestais, o que poderá representar novos investimentos privados, em escala, para a conservação das florestas e para o desenvolvimento de sistemas produtivos sustentáveis”, afirma Soares.

Sobre a Concertação pela Amazônia 

O volume de iniciativas envolvendo a Amazônia em curso no Brasil e no mundo é bastante vasto, o que acaba resultando em ações fragmentadas. O intuito dessa concertação é contribuir para que essas iniciativas tenham maior articulação, por isso, a ICS, Humanize, Arapyaú e outras organizações estão empenhadas em articular a construção de uma base de conhecimento ampla sobre a Amazônia, fundamentada nas várias iniciativas em curso.

“Acima de tudo, busca-se articulação dos esforços realizados pela academia, sociedade civil, governo, comunidades locais, filantropia e mainstream econômico, em prol da institucionalização da Amazônia pela sociedade brasileira. A visão de uma Concertação pela Amazônia vai além do apoio a um plano de desenvolvimento econômico sustentável para a região e é altamente dependente de um movimento institucional que torne perene a reflexão sobre a região e contribua para a implementação de uma agenda amazônica para o País”, defende a iniciativa.

Clique aqui para conhecer mais sobre a Concertação Pela Amazônia e acessar os demais diagnósticos setoriais produzidos.

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Startups da Amazônia impulsionam a bioeconomia https://idesam.org/startups-da-amazonia-impulsionam-a-bioeconomia/ https://idesam.org/startups-da-amazonia-impulsionam-a-bioeconomia/#respond Tue, 01 Sep 2020 22:09:44 +0000 https://idesam.org/?p=20926 Baseados em ativos da floresta, pequenos negócios unem biodiversidade, tecnologia e sustentabilidade para aumentar o valor dos produtos e beneficiar as populações locais

Texto: Cleide Silva e Giovana Girardi para O Estado de São Paulo
Foto: Luiz Rocha/Arquivo Idesam

O universo de startups que está nascendo na Amazônia com foco em atividades sustentáveis pode ser exemplo para fomentar a bioeconomia que governos, grupos empresariais, investidores e ambientalistas buscam para desenvolver a região e gerar renda para a população sem derrubar ou queimar a floresta.

Baseados em produtos e projetos locais, que vão de açaí a cosméticos, pequenos negócios inovadores começam a transformar o cenário regional.
A economia verde, ou de baixo carbono, deve ajudar a região amazônica – que representa cerca de 60% do território brasileiro – a dar um salto em sua participação no Produto Interno Bruto (PIB), hoje de apenas 8%, segundo avaliação de especialistas no tema.

O caminho trilhado por um número crescente de startups amazônicas para essa nova economia envolve comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas e agricultores familiares. A lógica está em aplicar ciência e tecnologia a dezenas de ativos da região desde o início da cadeia de produção para aumentar o valor dos produtos e beneficiar as populações locais.

Fabricante de cosméticos feitos com óleos extraídos de plantas da região, a startup Biozer se prepara para exportar seus produtos para os Estados Unidos, Emirados Árabes e Europa. Já o Café Agroflorestal de Apuí utiliza grãos de plantações em áreas sombreadas pela floresta e será enviado para a Alemanha.

Os chocolates da DeMendes são feitos com cacau nativo colhido por ribeirinhos e índios e chegam a consumidores de vários Estados e também do exterior. Dono da maior biodiversidade vegetal do mundo, o Brasil possui cerca de 50 mil espécies de plantas, das quais pelo menos 20 mil endêmicas – que ocorrem somente no País.

Embora todos os biomas nacionais tenham capacidade de desenvolver uma
economia baseada na biodiversidade, é a região da Amazônia que oferece as condições para investimentos imediatos. Estudo feito pelo WRI Brasil, lançado na semana passada com base em dados do censo agropecuário do IBGE, mostra que 74% das atividades extrativistas não exaustivas (a
partir de sementes, folhas, frutos, óleos, sem levar à derrubada da árvore) estão na Amazônia.

Idealizador do projeto Amazônia 4.0, o pesquisador Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da USP, define que, para a região, o conceito de bioeconomia visa a promover sistemas de produção baseados no uso e na conservação dos recursos biológicos da floresta em pé. Ele compara que as atividades extrativistas realizadas na região, apesar de ainda em pequena escala, já são mais lucrativas do que desmatar.

O valor anual da produção de carne e soja, por exemplo, é de R$ 604 por hectare; no caso do açaí, cacau e castanha, esse montante chega a R$ 12,3 mil.

Especialista do WRI no tema, o economista e biólogo Rafael Feltran-Barbieri vai na mesma linha e calcula que o extrativismo não exaustivo é particularmente rentável para os pequenos proprietários.

“Para as pequenas propriedades, os produtos nativos cultivados trazem renda média de R$ 3.100 por hectare ao ano. Quem faz rotação de soja e milho tira cerca de R$ 1.762/ha/ano. Já a pecuária de corte rende apenas R$
1.250/ha/ano”, afirma.

“Mas a exploração de produtos in natura é só a ponta do iceberg para a bioeconomia. Há uma grande diversidade de substâncias que podem ser produzidas em escala”, diz.

Na avaliação de Carlos Nobre, para isso vingar como uma alternativa econômica, é preciso investir em uma bioindustrialização local, que possa beneficiar os produtos, gerando mais renda e empregos.

“A indústria 4.0 no mundo moderno tem, logicamente, um caminho que é o da bioindústria fazendo um produto que chega ao consumidor”, explica. “Mas esse não é o maior mercado possível, mas sim o chamado ‘business to
business’, em que os produtos de uma indústria fluem para outra maior, mais próxima dos centros consumidores ou de centros exportadores, que faz o produto final. Esse potencial tem de ser desenvolvido, porque ele é bem grande.”

Para o economista José Roberto Mendonça de Barros, há aí uma enorme
oportunidade. “Com pesquisa, que foi justamente o que transformou o agronegócio brasileiro, é sim possível desenvolver esses projetos e ganhar escala”, afirma. O caminho, segundo ele, passa pela transformação de matérias-primas em novos materiais e pelo pagamento por serviços ambientais, como dar a proprietários de terra uma renda para preservar uma nascente.

Mendonça de Barros ressalta que a pandemia acentuou a tendência de que a sustentabilidade é indispensável. “Ganha força a ideia de que é possível transformar partes do sistema de produção em direção à sustentabilidade. E isso vai entrar na experiência das grandes empresas.”

“É a primeira vez que a gente vive uma pressão tangível de quem aloca o capital para que o País faça a transição para práticas mais sustentáveis”, diz Ricardo Zibas, sóciodiretor da KPMG, que viu crescer neste ano em 20% a procura de empresas por consultoria sobre iniciativas em relação à pauta ESG, sigla em inglês para os aspectos ambiental, social e de governança.

Ricardo Abramovay, professor do Programa de Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, lembra que nos Estados Unidos, a bioeconomia hoje já corresponde a 5% do PIB do país, de acordo com um estudo das Academias de Ciências, de Engenharia e de Medicina dos EUA. Mas diz que esse modelo é muito baseado na aplicação de ciência e tecnologia para desenvolver recursos biológicos voltados à produção de energia, fibra e alimentos.

“Com pesquisa, que foi justamente o que transformou o agronegócio brasileiro, é sim possível desenvolver esses projetos e ganhar escala.”
José Roberto Mendonça de Barros, economista.

“Essa bioeconomia contemporânea não é a biodiversidade florestal. Aqui temos muito a ganhar se concentrarmos os esforços de inovação para fazer emergir uma economia da biodiversidade florestal, que respeite o conhecimento dos povos tradicionais, mas não se limite só a ele”, afirma.

Ele pontua que esse movimento também tem de levar em conta as dificuldades, principalmente de infraestrutura, que ainda marcam a Amazônia, como o acesso à energia.

“Há um certo pensamento em torno da bioeconomia de que basta juntar os
recursos da floresta com investimento tecnológico. Tem de fazer com que seja uma resposta para os problemas das populações da região que são muito elementares, como dificuldade de deslocamento, falta de saneamento”, complementa.

E para isso, diz, há que se investir em ciência e tecnologia locais. Ainda não há dados precisos sobre o número de startups da floresta, mas, em duas
chamadas feitas nos últimos dois anos pelo Instituto de Conservação e
Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) para programas de aceleração de negócios de impacto promovido pela Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) foram inscritos 280 projetos.

O instituto captou R$ 6 milhões no período e escolheu 30 empreendedores para participar de cursos de capacitação, monitorias e oficinas sobre como conciliar o desenvolvimento econômico e a conservação da Amazônia. Desse grupo, 12 receberam investimentos híbridos, parte obtido no mercado e parte do capital filantrópico do Idesam, que tem entre seus apoiadores a Sitawi e o Fundo Vale.

“Não tem como manter a floresta de pé sem gerar renda para a população local”, afirma Mariano Cenamo, engenheiro florestal e diretor de Novos Negócios do Idesam.

O Idesam também coordena o Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) do governo federal, que tem como base a Lei de Inovação e possibilita às empresas do Polo Industrial de Manaus incentivo tributário para investimentos em pesquisa e desenvolvimento em projetos ligados à bioeconomia.

Iniciado em março do ano passado, o programa recebeu 73 inscrições e captou R$ 9,5 milhões entre sete empresas que vão fazer aportes em 14 projetos selecionados.

“Conseguir esse valor em um ano e mantê-lo mesmo com a crise do coronavírus mostra que há uma demanda reprimida e que as empresas estão olhando os investimentos sustentáveis como oportunidade de negócios”, diz Carlos Gabriel Koury, também engenheiro florestal e responsável pelo PPBio.

O programa envolve parcerias com Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e universidades públicas e privadas.

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A Nova Economia da Amazônia: seminários online sobre bioeconomia vão até dezembro https://idesam.org/a-nova-economia-da-amazonia/ Wed, 26 Aug 2020 23:21:17 +0000 https://idesam.org/?p=20859 Os seminários são mensais e contam com importantes nomes do setor

Por Comunicação Idesam
Foto: Divulgação/Arquivo Fapeam

Até dezembro, uma série de cinco seminários online sobre “A Nova Economia da Amazônia” irá colocar nossa bioeconomia no centro do debate sobre as oportunidades de investimentos em negócios de impacto e serviços ambientais na região. Em parceria com a Revista Página 22, o pontapé inicial foi dado no último dia 20 de agosto, com o primeiro webinar que promoveu importantes discussões sobre as perspectivas para o setor de inovação

O seminário inaugural teve como ponto central a “Zona Franca de Manaus: Oportunidades para Inovação e Investimentos em Bioeconomia”, moderado pelo diretor de Novos Negócios do Idesam, Mariano Cenamo e com as participações do diretor-presidente do Grupo Bemol, Denis Minev, o coordenador de Economia Verde do Ministério da Economia, Gustavo Fontenele, e a CEO do Grupo GBR e ex-titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Rebecca Garcia.

Neste primeiro encontro, o fomento da bioeconomia como estratégia para redução do desmatamento na Amazônia permeou as discussões entre os participantes. Outro destaque foi a apresentação do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), uma oportunidade de investimento em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para o fortalecimento do ecossistema de inovação na Amazônia.

“A Zona Franca reúne uma série de atributos fundamentais para posicionar Manaus e o Brasil como o hub global de inovação em bioeconomia. Precisamos ter ambição e visão de longo prazo para tornar isso uma realidade”, ressalta Mariano Cenamo. 

Acesse aqui o webinar na íntegra

O PPBio já deu um primeiro passo para este cenário se tornar um futuro mais próximo, ao investir R$ 1 milhão em projetos inovadores que beneficiam diretamente cadeias produtivas amazônicas. O programa coordenado pelo Idesam é um dos quatro programas prioritários criados para o aporte de parte dos investimentos que empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) são obrigadas a fazer em (P&D), dentro da Lei de Informática.

Para Denis Minev, “temos condições de desencadear uma verdadeira revolução verde, o que exige discutir a Amazônia de dentro para fora”. O PPBio, portanto, busca contribuir para esta revolução, ao conectar pesquisadores a empresas investidoras para transformar a biodiversidade em produtos  e soluções.

O próximo encontro virtual acontece no dia 17 de setembro, com o webinar “Biotecnologia e Inovação: Como promover investimentos em P&D e negócios disruptivos”. Já no dia 08 de outubro, o seminário irá debater o “Financiamento Híbrido: Como Alavancar Investimentos do Setor Privado em Negócios de Impacto”. 

Confira a programação completa: 

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PPBio: um ano de investimentos em soluções inovadoras https://idesam.org/programa-prioritario-de-bioeconomia-um-ano-de-investimentos-em-solucoes-inovadoras/ Fri, 07 Aug 2020 17:52:46 +0000 https://idesam.org/?p=20688 Desde a sua criação em março de 2019, 10 aportes que representam R$ 9,3 milhões em apoio foram concretizados

 

Por Henrique Saunier
Foto: Divulgação/Valentina Ricardo

 

O primeiro ano do Idesam a frente do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) já trouxe muitos avanços e resultados positivos no apoio a projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na Amazônia. Mesmo com alguns obstáculos, o programa tem sido estruturado para atender a sua missão de conectar as duas maiores potencialidades da região: o Polo Industrial de Manaus (PIM) e a biodiversidade amazônica.

Desde a sua criação em março de 2019, 10 aportes que representam R$ 9,3 milhões em apoio foram concretizados, graças a empresas do PIM que acreditaram na iniciativa, que oferece formas ágeis e inovadoras para a aproximação da indústria com a biotecnologia da Amazônia. Esses resultados também são frutos de um intenso trabalho do Idesam de aproximação e simplificação do tema para as indústrias sobre investimentos em bioeconomia.

Em suas fases iniciais do PPBio (antes da pandemia do novo coronavírus), a equipe do programa contabilizou mais de 20 visitas a empresas, participações em 07 eventos, viagens para apresentar o programa em outros Estados da Amazônia Ocidental, além de uma Conexão de Negócios de Bioeconomia com a participação de 20 proponentes de projetos e cinco potenciais investidores.

Outro grande feito do programa em seu primeiro ano foi a criação do Banco de Projetos em Bioeconomia, o que agregou mais de 70 propostas interessadas em conseguir recursos para avançar com suas pesquisas. As propostas estão não só alinhadas com as necessidades dos processos produtivos das indústrias como também escutam as demandas da sociedade, incluindo soluções para o combate a COVID-19.

“São indicados projetos com elevada característica social e ambiental, com indicadores de mensuração do impacto positivo. Todos esses tipos de relacionamento entre empresas do PIM e PD&I caracterizam-se por ser uma forma descomplicada em investimento de PD&I na região”, afirma Karol Barbosa, analista do Programa Prioritário de Bioeconomia. 

A maioria das propostas inscritas no PPBio está voltada para processos produtivos e serviços relacionados aos diversos setores da bioeconomia, incluindo ainda iniciativas de prospecção de princípios ativos e novos materiais a partir da biodiversidade amazônica. Negócios de impacto social e ambiental, biologia sintética, nanobiotecnologia e bioinformática são outros segmentos que compõem o escopo dos projetos apresentados.

Investimento na prática e próximos passos

A pandemia do novo coronavírus pode ter trazido incertezas e atrasado o desenvolvimento de projetos no setor público e privado, mas também instigou a necessidade de mobilização do setor de inovação para encontrar soluções efetivas de combate e mudanças na legislação para facilitar o acesso a esses recursos.

Mesmo com alguns percalços, o PPBio conseguiu apoiar projetos relevantes de empresas amazônicas, como é o caso da Biozer, que captou recursos para  desenvolver uma linha de cosméticos que usa o açaí e a copaíba como matéria-prima, beneficiando comunidades instaladas do interior do Amazonas.

“Com a diversificação dos investimentos oriundos do programa prioritário, há um ecossistema favorável para o desenvolvimento de produtos e processos nesse segmento. Além disso, o desenvolvimento de novas alternativas econômicas na região é essencial, devido a essa inconstância e ataques ao modelo Zona Franca”, destaca Danniel Pinheiro, da Biozer. 

Desde março de 2020, o PPBio viabiliza o processo de escolha das iniciativas pelas empresas apoiadoras e fechamento de parcerias para início da execução dos projetos. Entre os projetos com grande potencial para investimentos estão soluções para doenças como a diabetes, projetos voltados ao manejo de pescado, tecnologias de inclusão social para agricultura familiar, gestão florestal, cosméticos e novas tecnologias para o combate a queimadas. Todos os projetos atendem a regulação de PD&I do CAPDA/Suframa.

 

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Como a economia da floresta pode salvar a Amazônia https://idesam.org/como-a-economia-da-floresta-pode-salvar-a-amazonia/ https://idesam.org/como-a-economia-da-floresta-pode-salvar-a-amazonia/#respond Wed, 08 Jul 2020 18:49:08 +0000 https://idesam.org/?p=20522 Por Carlos Gabriel Koury, diretor técnico do Idesam

 

Ordenamento e regularização das atividades produtivas, educação para vida amazônica e subsídio à produção de baixo impacto realizada por moradores tradicionais. Estas foram as ações prioritárias para evoluir a economia da floresta como uma das formas de conservação da Amazônia. Cada uma dessas ações que a Amazônia precisa, foram citadas por um dos participantes para responder a pergunta final no Webinar “Como a economia da floresta pode salvar a Amazônia”. 

Promovido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema-AM), o web-evento aconteceu no último 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. O evento foi moderado pelo secretário de Estado do Meio Ambiente do Amazonas Eduardo Taveira, e teve como participantes eu, o Dr. Henrique Pereira – professor de Ciências Agrárias da UFAM – e o Dr. Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS (Fundação Amazonas Sustentável).

Apesar de diversos outros pontos importantes debatidos no evento para a manutenção da floresta amazônica, a economia da floresta e papel das populações tradicionais, as ‘balas de prata’ que cada participante apresentou no final do evento, são uma boa síntese para o debate e para a Amazônia, pois são complementares e, na minha visão, bastante certeiras, se adotadas trariam mudanças positivas em curto, médio e longo prazo para a economia da Amazônia. Sem a ordenação e regulamentação não se consegue crédito subsidiado para moradores tradicionais; e sem educação pensada de dentro para fora da Amazônia, não se evolui para traduzir as características amazônicas como diferenciais positivos no posicionamento com a economia global, nem se alcança a biotecnologia de base florestal com inclusão socioprodutiva adequada. 

Outros temas importantes foram debatidos no evento, que teve uma abordagem bem ampla, como o questionamento do que se esperar de uma economia para a Amazônia, com valorização e direitos dos povos originários e ribeirinhos; como ‘personalizar‘ para a Amazônia qualquer ação ou política pública, sem trazer pronto de outras regiões, mas preparar tecnologias e aproveitar as características locais como oportunidade de desenvolvimento e não como entrave. Apesar do desafios, também foram apresentados os bons resultados de comercialização de produtos florestais desenvolvidos por comunidades apoiadas por Idesam e FAS.

A seguir, tomei a liberdade de separar, com livre interpretação, alguns highlights do evento, acompanhe:

  Sem ordenamento e regularização nunca será possível enxergar a verdadeira produção sustentável da Amazônia, separar a produção sustentável das atividades ilegais e predatórias. Também não será possível aproveitar a Amazônia e suas potencialidades como um todo, posicionando e colocando em prática a vocação amazônica de forma integrada: áreas para produção florestal de larga escala por empresas e comunidades com evolução da relação com a floresta através da biotecnologia, áreas de extrativismo comunitário, espaços protegidos de moradia e sagrados de povos tradicionais, e áreas de preservação absoluta onde necessário. Este tema foi apresentado por mim;

  O subsídio à atividade de produção sustentável, apresentada pelo prof. Henrique, reconheceria a devida importância para a Amazônia, através de um formato que é praticado no mundo inteiro: subsidiar a atividade produtiva para garantia da atividade e manutenção das formas de vida no interior.

  E a educação para a floresta é uma exigência para se pensar o futuro da Amazônia conservada: sem uma mudança para que a formação do jovem amazônida seja voltada para valorizar os conhecimentos tradicionalmente aprendidos em casa e sem preparar seu olhar para enxergar os recursos naturais amazônicos como oportunidades únicas em todo mundo, continuaremos com êxodo e ausência de material humano preparados para trabalhar com a floresta.

Parabéns à Sema-AM por provocar este debate. Agradeço também aos participantes pela positiva interação. Que continuemos firmes nos propósitos de desenvolvimento “com” Amazônia.

 

O Projeto Cidades Florestais

O evento me deu, ainda, a oportunidade de mostrar exemplos práticos, por meio do Projeto Cidades Florestais, financiado pelo Fundo Amazônia/BNDES. O apoio a cinco organizações sociais do interior do Amazonas, permitiu que as mesmas comercializassem R$962 mil em óleos vegetais, em 21 meses de apoio do projeto. Mas também foi apresentado que o número de ações necessárias pra que a comercialização de óleos alcançasse estes números não torna simples a promoção de resultados deste tipo em larga escala. 

Ainda no Cidades Florestais, estão previstas ações de: uso de tecnologias (internet nos polos de produção no interior, novo aplicativo de gestão e rastreabilidade, software de acompanhamento contábil), soluções financeiras (subsídio para instalações, apoio para o capital de giro), inovação produtiva (técnicas de aproximação do extensionista com o produtor e  inovação no processo produtivo), e suporte para chegar a mercados que reconheçam o valor da produção comunitária, com o apoio na prospecção de novos mercados e a certificação FSC a caminho.

Para mais informações do projeto, acesse: www.cidadesflorestais.org.br

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