PCN – Idesam https://idesam.org Conservação e Desenvolvimento Sustentável Fri, 16 Oct 2020 18:11:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://idesam.org/wp-content/uploads/2021/01/cropped-logopsite_idesam-32x32.png PCN – Idesam https://idesam.org 32 32 Com coleção carbono neutro, FARM lança projeto de reflorestamento de biomas brasileiros https://idesam.org/com-colecao-carbono-neutro-farm-lanca-projeto-de-reflorestamento-de-biomas-brasileiros/ Tue, 29 Sep 2020 16:57:00 +0000 https://idesam.org/?p=21561 Marca carioca lança projeto “Mil árvores por dia” com impactos socioambientais na Amazônia e Mata Atlântica

Por Juliana Cunha, publicado originalmente na Marie Claire
Fotos: Divulgação FARM

Apuí está localizado a cerca de 400 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas. Com pouco mais de 20 mil habitantes, é o município com a oitava maior taxa de desmatamento decorrente da produção pecuária: segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a cidade apresentou, até setembro de 2020, 2.697 focos de queimadas causadas pela técnica de limpeza do solo usada majoritariamente pela atividade pecuária.

Os territórios degradados pelas queimadas e a desatenção às pessoas que vivem em Apuí levaram o Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento da Amazônia) a buscar modelos alternativos de plantio na área, plano que tece junto à comunidade desde 2006. Mariano Cenamo, diretor de novos negócios dessa organização, contextualiza: “Apuí fica na região aonde o desmatamento tem migrado, e tem sofrido com o aumento das queimadas. Os moradores, abandonando a agricultura, passaram a trabalhar com pecuária.”

O Idesam criou um sistema agroflorestal com café na região, e monitora os moradores que estão dispostos a migrar para o formato da agricultura familiar: “Eles têm nos procurado porque conseguimos dar um retorno financeiro maior.” Do suporte da coleta das sementes até a comercialização do café, tudo feito regionalmente, são 40 famílias impactadas. “Vemos que as mulheres e filhos se envolvem mais com essa alternativa. Afinal, elas encabeçam o controle financeiro de suas casas e a nova geração sabe que tem que cuidar do mundo que vai herdar”, opina Cenamo.

FARM reforça compromisso ambiental

Impulsionada pela iniciativa “Mil árvores por dia”, da FARM, a ação do instituto em Apuí ganha reforços. Motivada pela ideia de carboneutralizar — ou seja, compensar as emissões de CO2 de toda a produção por meio do plantio de árvores, que na fotossíntese capturam o gás emitido — a marca de DNA carioca lançou uma campanha de reflorestamento: serão plantadas 140 mil árvores até 31 de dezembro. Foi lançada também a primeira coleção carbon neutral, batizada de “Futuro do Presente”.

Com parceiros como SOS Mata Atlântica (que auxilia na ação em Piranguçu, Minas Gerais) e One Tree Planted (cujo plantio ocorre na Serra da Mantiqueira), além do Idesam e do povo indígena Yawanawa, a FARM considerou que “o reflorestamento é quase óbvio. No final de 2018, a gente começou a articular iniciativas nesse sentido. Isso amadureceu ao longo da quarentena, e nosso objetivo não é mais ter uma coleção linda. Moda é comportamento e a gente vai se colocar como uma marca que pode construir esse movimento”, indica Taciana Abreu, head de marketing da companhia. A diretora criativa Katia Barros assina embaixo: “A FARM se inspira na natureza, no Brasil, nas pessoas e seus costumes. Nossa indústria polui o ambiente drasticamente e é nossa responsabilidade como marca líder de mercado atuar positivamente e minimizar esse impacto o máximo possível.”

A função social do carbono neutro

Em Apuí, serão plantadas espécies que contribuem para a alimentação da população, bem como aquelas com nutrientes na produção cafeeira. “O café demora dois anos para ser colhido, então é interessante plantar espécies de ciclo anual, que não só geram alimento como acumulam matéria orgânica, ou seja, adubo. Além do café, teremos castanha, açaí, banana, guaraná, pupunha”, conta Mariano Cenamo.

Outra população beneficiada pela ação “Mil árvores por dia” é indígena: o povo Yawanawa. São cerca de 1.200 pessoas que vivem às margens do Rio Gregório, no Acre. Ali, em áreas de recuperação de roçados, serão plantados alimentos como laranja, graviola, cupuaçu, tangerina e açaí. “Vai ajudar na alimentação da aldeia, mas também teremos árvores com palha que podem cobrir as casas e ser usadas como piso e parede. São espécies que já usamos, mas que agora estarão mais perto da gente”, conta Tashka Yawanawa, liderança do povo e coordenador-geral da Associação Sociocultural Yawanawa. Depois de aproveitar as frutas, eles poderão também usar as sementes no artesanato.

De acordo com Taciana Abreu, a FARM preza pelo diálogo com as comunidades: “Por mais que a gente estude e esteja interessado, eles são os especialistas. A gente não interfere no tipo de espécie que vai ser plantada, e sim respeita e acolhe o que eles trazem como necessidade.” 

A guinada sustentável da FARM

A FARM caminha para um modelo mais sustentável desde 2016, conta a head de marketing Taciana Abreu. “A gente não acredita que seja possível ser 100% sustentável, mas queremos implementar tudo que for possível. Temos um debate frequente dentro da empresa e colhemos muito a opinião dos funcionários, porque cada um traz um pouco de si. Isso também cria uma cultura de marca, que vai além do que se apresenta ao mercado”, indica ela, debatendo como o mercado da moda como um todo pode colaborar para ser mais respeitoso com o ambiente.

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A moda que regenera a Amazônia https://idesam.org/moda-que-regenera/ https://idesam.org/moda-que-regenera/#respond Mon, 24 Aug 2020 19:45:05 +0000 https://idesam.org/?p=20793 FARM, AMAR.CA e Gringa engrossam o time de parceiros que escolhem programa do Idesam para compensar suas pegadas de carbono no planeta

Por Henrique Saunier
Foto: FARM/Derek Mangabeira

Muito mais do que uma tendência, adotar modelos de produção sustentáveis no mundo da moda tem sido uma prática fundamental nos processos de grandes marcas, além de um fator determinante na hora do consumidor escolher o que vai vestir. Por isso, empresas como FARM, AMAR.CA e Gringa cada vez mais escolhem organizações como o Idesam para diminuir o impacto da sua ‘pegada’ no planeta.

Parceira do Idesam em outras iniciativas, a FARM escolheu o Idesam para compensar as suas emissões de CO2 da sua nova coleção, batizada de “Futuro do Presente”. Realizada pelo Programa Carbono Neutro Idesam (PCN), as neutralizações das emissões de dióxido de carbono emitidas pela marca se transformaram em um plantio de 5,3 mil árvores. Esta é a primeira linha inteiramente carbono neutro lançada pela marca. 

O plantio das árvores referentes a esta coleção vem sendo realizado desde o ano passado, beneficiando ao todo 19 famílias produtoras de café de Apuí, ao Sul do Amazonas, atualmente um dos municípios mais afetados pelo desmatamento, por conta das queimadas. Para a nova coleção, pelo menos 5,2 mil toneladas de CO2 serão compensadas, com o plantio de 21 hectares. 

Na prática, esse montante equivale a 26 mil viagens de carro movido a gasolina (Rio de Janeiro-São Paulo) ou a 5 mil viagens de avião (Rio de Janeiro-Nova Iorque).  “Mesmo que já estejamos caminhando para uma produção mais consciente, ainda emitimos CO2 na atmosfera e, por isso, acreditamos que compensar através do plantio dessas árvores foi a forma mais positiva e ativa de nos conectar com a natureza”, destaca a empresa em comunicado oficial sobre o lançamento. 

Esta é a primeira vez que a FARM desenha uma estratégia de compensação das suas emissões, apesar de não ser a primeira ação ambiental que a empresa realiza junto ao Idesam. A marca já realizou parcerias anteriores com o instituto em diversas frentes, incluindo ações como a Green Friday, Semana da Amazônia e Clube Farm, onde um valor era doado ao Idesam a cada adesão ao seu clube de fidelidade. 

“Agora damos mais um passo nessa parceria, com o primeiro piloto de compensação de emissões de uma coleção inteira para a FARM. Fizemos o mapeamento das emissões de carbono das atividades da empresa, incluindo a compra de matéria-prima, logística, consumo de energia, resíduos gerados, tudo isso foi levado em consideração, o que irá resultar em mais um plantio significativo”, explica Pedro Soares, 

Moda Carbono Neutro

Foto: Divulgação Gringa

Ao longo dos anos, o Programa Carbono Neutro Idesam tem consolidado sua presença no guarda roupa de quem opta por marcas sustentáveis. Recentemente, o PCN fechou parcerias com AMAR.CA, da modelo e empresária Thaila Ayala, também para compensar suas emissões de carbono. 

Pensada para atender uma necessidade de moda mais confortável para o home-office, prática mais comum por conta da pandemia do novo coronavírus, AMAR.CA combate as mudanças climáticas transformando as suas emissões de carbono em árvores na Amazônia. Assim, com o PCN, a empresa ajuda a gerar inclusão e renda para as populações amazônicas.

“Contribuímos para a produção sustentável da indústria brasileira e reafirmamos nosso compromisso com a preservação da saúde e bem estar de todos os nossos colaboradores e clientes”, afirma Ayala em comunicado oficial assinado em conjunto com suas duas sócias do empreendimento.

A startup ‘Gringa’, da atriz Fiorella Matheis, foi outra que fechou parceria com o PCN. Além de usar tecido não-tóxico, a Gringa recicla materiais gerados na sua produção, que possui selo do Idesam de Carbono Neutro.

Em seu site oficial, a Gringa convoca suas clientes para contribuir com o trabalho do Idesam, por meio de doações que podem ser feitas no momento do checkout da loja. “Todos nós emitimos gases de efeito estufa apenas por existir. Neutralizar nossas emissões de CO2 é o mínimo que podemos fazer para nos tornarmos mais sustentáveis. Por isso, nos comprometemos a compensar 100% das emissões de CO2 relacionadas ao nosso negócio através do Programa Carbono Neutro, do Idesam”, defende a empresa.

Para Pedro Soares, o segmento da moda tem se movimentado para entender o impacto das suas atividades no meio ambiente e na emissão de carbono, algo que todos os setores da economia precisam entender e tomar atitudes para frear as mudanças climáticas. 

“Todos temos responsabilidade no problema das mudanças climáticas. Buscar soluções, seja para reduzir seu impacto ou para apoiar iniciativas que consigam reduzir emissões através do plantio de árvores é algo que todas as empresas deveriam fazer. Tomando a FARM como exemplo, além de uma grande marca do setor, ela também é uma grande formadora de opinião, com consumidores conscientes dos problemas ambientais que enfrentamos. Por isso, o Carbono Neutro Idesam fica muito satisfeito em poder ajudar grandes marcas do setor da moda a reduzir suas emissões a partir de atividades produtivas sustentáveis na Amazônia”, completa Soares. 


Para mais informações sobre o Programa Carbono Neutro Idesam, acesse a página oficial da iniciativa e saiba como neutralizar suas emissões.

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Idesam neutraliza as próprias emissões de carbono e recupera 10 mil m² de floresta na Amazônia https://idesam.org/para-neutralizar-suas-emissoes-de-carbono-idesam-planta-mais-de-mil-arvores-na-amazonia/ https://idesam.org/para-neutralizar-suas-emissoes-de-carbono-idesam-planta-mais-de-mil-arvores-na-amazonia/#respond Mon, 23 Mar 2020 19:03:11 +0000 https://idesam.org/?p=20134 Todas as emissões foram neutralizadas pelo Programa Carbono Neutro

 

Por Comunicação Idesam
Foto: Divulgação/Arquivo Idesam

 

Nos últimos anos, o Idesam vem expandindo as suas ações de campo junto a cooperativas e associações do interior do Amazonas, trabalho que pelas longas distâncias demanda deslocamentos que causam impacto no meio ambiente. Como forma de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa dessas atividades, o instituto plantou mais de 1 mil árvores na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, pelo Programa Carbono Neutro Idesam.

Isso equivale a uma remoção de 278 toneladas de dióxido de carbono da atmosfera e a restauração de 10 mil metros quadrados de floresta amazônica. Dessa maneira, além cumprir seu papel de seguir na prática aquilo que prega em seu discurso, o instituto busca inspirar que mais instituições públicas e privadas sigam o exemplo e neutralizem suas emissões.

Atualmente, por mobilizar toda uma rede estratégica de empreendedores sociais que buscam soluções para a Amazônia, o instituto percebeu um aumento nas suas emissões, puxado principalmente pelos deslocamentos aéreos e terrestres. O relatório completo com informações detalhadas das emissões pode ser acessado neste link.

Segundo Talia Bonfante, coordenadora de novos negócios do Idesam, o aumento das emissões de carbono pelo instituto é decorrente de dois importantes projetos ligados ao Idesam, a PPA e o Cidades Florestais, que tiveram uma agenda intensa pelo interior do Amazonas e fora do Estado.

“Na PPA foram quatro grandes encontros de capacitações, rodadas de Captação de Recursos com investidores (…) E também o Projeto Cidades Florestais, que executou atividades de capacitações e assistência técnica em sete diferentes municípios  do Amazonas, como também empregou apoio na coleta de produtos florestais não madeireiros, no manejo florestal e no transporte.  Essas atividades demandaram logísticas aérea, terrestre e de barco, implicando no aumento de emissões, apesar dos esforços internos de promover reuniões virtuais e otimização logística e de uso de combustível ”, enfatiza Bonfante.

Sobre o PCN

As atividades de neutralização de suas emissões institucionais referente a 2019 foram promovidas pelo Programa Carbono Neutro (PCN), que é um dos eixos para alcançar a missão do Idesam de promover a valorização e o uso sustentável de recursos naturais na Amazônia, além de buscar alternativas para a conservação ambiental, o desenvolvimento social e a mitigação das mudanças climáticas.

O PCN nasceu em 2010, com o objetivo de conectar os grandes centros urbanos às florestas, permitindo que pessoas, empresas e iniciativas neutralizem impactos e geram no planeta, cuidando também das pessoas que protegem nossas florestas.

Conheça mais sobre o programa e saiba como você pode contribuir!

 

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Novos parceiros do Carbono Neutro Idesam somam 900 árvores ao plantio do programa https://idesam.org/novos-parceiros-do-carbono-neutro-idesam-somam-900-arvores-ao-plantio-do-programa/ https://idesam.org/novos-parceiros-do-carbono-neutro-idesam-somam-900-arvores-ao-plantio-do-programa/#respond Wed, 30 Oct 2019 22:59:14 +0000 https://idesam.org/?p=19795 Saiba como também você pode contribuir, acessando nossa Calculadora de CO2   ou entrando em contato com a nossa equipe

 

Por Henrique Saunier
Foto: Arquivo Idesam

 

Quando pessoas comuns e empresas se unem em favor da Amazônia, quem ganha são as pessoas que precisam da floresta para sobreviver. Com esse ideal em mente, dois novos parceiros se juntaram ao Programa Carbono Neutro Idesam (PCN) para plantar cerca de 900 árvores na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no plantio oficial do programa em 2020.

No último verão, o inglês Will Rawlingson, decidiu que queria conhecer mais a realidade amazônica e as soluções desenvolvidas por institutos como o Idesam. Após passar duas semanas na RDS do Uatumã visitando famílias e medindo o impacto socioambiental do Programa Carbono Neutro nas pessoas, foi Will que voltou impactado pela realidade local e resolveu mobilizar amigos e empresas ao retornar a Londres.

Ao completar 21 anos no início de outubro, em vez de presentes para si, o jovem pediu de amigos e familiares doações em uma campanha de financiamento coletivo online e vai reverter todo o arrecadado para o PCN. Will Conseguiu angariar doações em dinheiro que serão revertidas no plantio de 600 árvores na RDS do Uatumã, ajudando as famílias e contribuindo para a recuperação de áreas degradadas.

“Para mim é um grande prazer estabelecer essa parceria com o Idesam. Meu objetivo é conectar cada vez mais empresas ao redor do mundo, para que possamos fazer um impacto maior ainda. Toda essa iniciativa foi para conectar as pessoas dessa parte do mundo com a Amazônia e acredito que estamos conseguindo fazer isso, mas queremos fazer mais”, ressalta o jovem.

William em sua imersão de duas semanas na RDS do Uatumã (segundo da esq para a direita)/Arquivo Pessoal

Cooperação Técnico-científica

O Programa Carbono Neutro também firmou uma parceria promissora com a empresa de turismo francesa baseada em Recife, Alter-Native. Por meio de um termo de convênio de cooperação técnico-científica, a empresa irá apoiar o reflorestamento de 300 árvores na Amazônia, fortalecendo o plantio por Sistemas Agroflorestais (SAFs), principal característica do PCN.

A Alter-Native poderá acompanhar ativamente as atividades desenvolvidas pelo Idesam no PCN, requisitando relatórios, documentos, comprovantes, demonstrativos, inclusive em relação à aplicação de recursos financeiros. Além disso, por meio da nossa plataforma de monitoramento, todos os parceiros do Programa Carbono Neutro podem se informar sobre o status da área onde foram plantadas as mudas doadas aos comunitários, principais beneficiários da iniciativa.

“Iniciativas como essa precisam ser enaltecidas e replicadas, pois quem ganha são as populações tradicionais da Amazônia. Esperamos que mais empresas e pessoas físicas se engajem nessa causa, principalmente nesse período de tantas ameaças às nossas florestas”, ressalta o gerente de Mudanças Climáticas e REDD+ do Idesam, Pedro Soares.

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Carbono Neutro recebe novas famílias para o Plantio 2019 https://idesam.org/carbono-neutro-idesam-recebe-novas-familias-para-o-plantio-2019/ https://idesam.org/carbono-neutro-idesam-recebe-novas-familias-para-o-plantio-2019/#respond Mon, 11 Feb 2019 16:16:19 +0000 https://idesam.org/?p=18411 Modelo de Sistemas Agroflorestais (SAFs) tem mudado perfil e proporcionado melhoria de vida aos produtores da região 

 

Texto: Henrique Saunier
Foto: Athena Meincke

 

A transição de uma agricultura tradicional para a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) de menor impacto no meio ambiente é apenas uma das conquistas das cerca de 40 famílias moradoras de oito comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, todas apoiadas pelo Programa Carbono Neutro (PCN) Idesam. Com 9 famílias ingressando neste ano, os benefícios vão além da compensação e neutralização de toneladas de CO2 na atmosfera, gerando ainda um importante impacto social positivo na região.

Em avançada fase de preparação, com a finalização da abertura dos “ninhos” que receberão as mudas, o Plantio 2019 do PCN será um dos maiores já coordenados pelo Idesam, contabilizando 12 mil futuras árvores plantadas no um período de um ano.  Incluindo 9 novas famílias neste ano, o plantio nos 35 SAFs acompanhados pelo Idesam deve ser iniciado ainda na primeira metade de fevereiro.

A crescente participação das mulheres no setor e maior diversidade de produtos cultivados já são um reflexo deste trabalho de quase uma década do Idesam em parceria com moradores da região. Francimeire Brigido, uma das agricultoras que já está pronta para iniciar os trabalhos no plantio de mudas em 2019, é um claro exemplo do papel fundamental das mulheres no programa. Nascida e criada na comunidade do Livramento e apaixonada pelas plantas que enfeitam os arredores de sua casa, o serviço não é nenhum sacrifício ou novidade para Francimeire ou para as outras mulheres da RDS que ajudam a manter de pé e saudáveis as áreas de Sistemas Agroflorestais (SAFs) apoiadas pelo Idesam.

“Gosto muito de viver aqui e desde que começamos a atuar junto ao projeto do Idesam, pude trabalhar com diversas variedades de mudas. Me traz muita satisfação esse trabalho de cultivar, de cuidar da plantação, das minhas plantas. Sou muito grata por essas pessoas que apoiam esse projeto e nos ajudam a continuar esse trabalho tão importante para a natureza”, revela Francimeire em depoimento sobre os impactos do Carbono Neutro na comunidade.

Para o coordenador técnico do PCN, Jefferson Souza, que oferece assistência constante aos produtores e acompanha de perto da realidade local, esse tipo de mudança é uma das razões dele considerar o projeto bem sucedido e com esperança de continuidade por muitos anos. Na sua avaliação, o programa conseguiu desmistificar para os comunitários muitas questões acerca do trabalho de instituições como o Idesam e do cultivo em SAFs, o que ao longo dos anos, despertou o interesse de outros produtores que viram os resultados positivos concretos.

“A cultura extrativista é muito presente e agora que estamos percebendo essa mudança para uma agricultura para além do auto consumo, algo impulsionado bastante pelos cursos e conversas que o Idesam promoveu na região com as famílias. Antes, havia uma produção basicamente de mandioca, agora já existe uma perspectiva de cultivo de açaí, cacau e cupuaçu para produção futura, mas esse processo de conscientização também é gradativo”, destaca Jefferson.

O gerente de mudanças climáticas do Idesam, Pedro Soares, afirma que o plantio representa um marco para o PCN Idesam, pois reflete uma expansão do programa nos últimos anos. “Batemos recorde no plantio de arvores na RDS do Uatumã, com mais de 12 mil mudas no período de um ano, o que reflete diretamente na nossa missão de atrair parceiros para reduzir a sua pegada de carbono, além do benefício para o clima e para as comunidades”, ressalta.

Além dos próprios comunitários que participam ativamente do PCN, outros atores beneficiados são os viveiros de mudas que abastecem o programa, todas adquiridas de produtores locais. O plantio também se baseia na ideia de levar um incremento na renda dos moradores locais, visando espécies com forte apelo comercial para o mercado local e até mesmo exportação, como a introdução de tipos de pimentas e plantas para extração e beneficiamento de óleos vegetais.

 

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Parceiros ‘Carbono Neutro’ conhecem de perto benefícios de suas neutralizações https://idesam.org/parceiros-do-programa-carbono-neutro-idesam-conhecem-de-perto-beneficios-de-suas-neutralizacoes/ https://idesam.org/parceiros-do-programa-carbono-neutro-idesam-conhecem-de-perto-beneficios-de-suas-neutralizacoes/#respond Fri, 20 Apr 2018 14:10:04 +0000 https://idesam.org/?p=16761 Por Henrique Saunier

 

Durante três dias, nove parceiros do Programa Carbono Neutro Idesam (PCN) estiveram na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, localizada ao nordeste do Amazonas, para conhecer de perto o resultado do trabalho de compensação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio de Sistemas Agroflorestais (SAFs). Uma iniciativa do Idesam, o encontro aconteceu entre 03 e 06 de abril, aproximando os clientes do PCN com as comunidades beneficiadas.

Entre os resultados alcançados pelo Programa Carbono Neutro, até o momento, estão o plantio de mais de 22 mil árvores em 27 áreas, 26 hectares de áreas degradadas recuperadas, 60 parceiros carboneutralizados e 27 famílias beneficiadas pelas atividades. O principal objetivo do programa é perenizar a produção agrícola e florestal local, por meio de um modelo de desenvolvimento social de baixo carbono, de forma a gerar “créditos” de carbono para compensar a emissão dos parceiros interessados. No total, a visita à RDS do Uatumã contou com a presença de nove parceiros do Idesam neste programa, que representaram as instituições bi02, Sobrebarba, TRE-AM, TR Mídia e Herenboen Nederland Foundation.

Segundo a pesquisadora do Programa Mudanças Climáticas (PMC) do Idesam, Isabele Goulart, a ideia da visita é fazer com que os clientes conheçam o funcionamento da dinâmica de campo e entendam melhor o programa Carbono Neutro como um todo. Além de vivenciar a realidade amazônica, os parceiros puderam conhecer de perto as famílias que ajudam o programa a existir e os benefícios gerados por cada iniciativa de neutralização.

Adicional a essa maior aproximação dos clientes com o campo, a expedição pôde mostrar como as árvores são plantadas e como as comunidades locais se envolvem com o programa, a fim realizar uma conexão e “dar mais sentido ao investimento que eles (clientes) estão fazendo para a neutralização das emissões geradas por suas empresas ou iniciativas”, conforme explica Goulart.

“Durante a expedição foi possível mostrar alguns dos sistemas agroflorestais plantados para neutralizar as iniciativas de cada parceiro. Mostramos como os plantios são feitos e um pouco dos resultados gerados pelo programa. Os parceiros puderam, também, participar com o plantio de mudas”, completa a pesquisadora.

De acordo com o técnico agrícola do programa, Jefferson Araújo, o encontro entre as empresas e as famílias beneficiadas foi uma oportunidade para mostrar da forma mais prática a biodinâmica da reserva, com os próprios produtores falando sobre os benefícios do sistema, que vai muito além da plantação de mudas. Com isso, as empresas puderam conhecer áreas antes totalmente degradadas, mas que agora já têm produção encaminhada e geração de renda às famílias.

Entre as principais potencialidades da RDS estão as plantas madeireiras, que servirão para a produção futura de andiroba, cumaru e castanha, além da utilização de madeira das árvores ipê, tauari, paricá, cedro e itaúba prevista para os próximos 27 anos. Cupuaçu, graviola, açaí e cacau, todos plantados após uma análise local de mercado feita pelo Idesam, também são produtos com alto potencial de produção na região.

“Depois que o Idesam chegou houve mudanças significativas, com o apoio de assistência técnica não só no plantio, mas na criação de pequenos animais. Além disso, a RDS possui quatro viveiros de mudas atualmente, sendo que alguns deles já começaram a explorar o potencial turístico da área, com visitações do público”, relata Araújo.

Oficina de leitura reforça conceitos de preservação entre as crianças

A expedição, que contou com visitas nas comunidades de Santa Luzia e Jacarequara, foi responsável ainda por uma Oficina de Leitura voltada às crianças locais. A oficina foi uma iniciativa do autor do livro ‘Guerreiros da Amazônia’, Ronaldo Barcelos, da TR Mídia, uma das iniciativas que tiveram suas emissões neutralizadas pelo programa. O livro conta as aventuras de heróis da floresta com superpoderes de animais amazônicos e que usam seus conhecimentos mágicos para preservar o meio ambiente.

O livro escolhido para a atividade com as crianças da RDS do Uatumã não poderia ser mais apropriado, já que esta é a primeira publicação carbono neutro do mundo. A proposta da atividade nasceu quando o terceiro livro da trilogia Amazon estava em fase final, sendo incluído no PCN para compensar as emissões de gases de sua produção.

Lançado em 2009, a série ‘Guerreiros da Amazônia’ foi introduzida espontaneamente em dezenas de escolas pelo Brasil, com professores da quinta e sexta utilizando os livros como apoio em aulas ou matérias sobre o meio ambiente, Amazônia e clima.

“Viajo pela Amazônia há 20 anos e pude perceber claramente que os meus livros não chegariam para as crianças da região devido à logística e custos.  Decidi fazer algo a respeito com recursos próprios da nossa editora.  Nesses últimos anos, conseguimos doar 10 mil livros para 500 escolas, a maioria na Amazônia. Isso só foi possível com o apoio de ONGs como o Idesam”, ressalta Barcelos, que fornece, anualmente, uma média de dois mil livros para doação em escolas e comunidades.

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Programa Carbono Neutro plantará 10 mil árvores na RDS do Uatumã https://idesam.org/programa-carbono-neutro-plantara-10-mil-arvores-na-rds-do-uatuma/ https://idesam.org/programa-carbono-neutro-plantara-10-mil-arvores-na-rds-do-uatuma/#respond Wed, 13 Jan 2016 14:53:47 +0000 http://www.idesam.org.br/?p=9204 https://idesam.org/programa-carbono-neutro-plantara-10-mil-arvores-na-rds-do-uatuma/feed/ 0 Sistemas Agroflorestais: semeando desenvolvimento para a agricultura familiar https://idesam.org/sistemas-agroflorestais-semeando-desenvolvimento-para-a-agricultura-familiar/ https://idesam.org/sistemas-agroflorestais-semeando-desenvolvimento-para-a-agricultura-familiar/#respond Fri, 21 Mar 2014 03:55:52 +0000 https://idesam.org.br/?p=5284 Por Priscila Rabassa – 

A implantação do novo Sistema Agroflorestal (SAF) do IDESAM no município de Apuí está a todo vapor. A área, de propriedade do agricultor Carlos Ueda, tem um propósito experimental onde será observado, dentre outros fatores, a produtividade e fertilidade de cinco parcelas de tratamento, sendo o café e o guaraná os principais.

Em consórcio com o café e o guaraná, já estão sendo cultivadas espécies de ciclo curto como, por exemplo, milho, macaxeira, banana, abacaxi, melancia e maracujá e o componente arbóreo composto por espécies madeiráveis como itaúba, jatobá e cedro. Além dessas, estão sendo plantadas espécies para ciclagem e fixação de nutrientes como ingá, eritrina e gliricidia.070-412 exam

Apesar de pouco tempo do início de plantio das espécies, já é possível ver que algumas plantas estão crescendo e junto com elas a crença de que o SAF é o melhor caminho para desenvolver a agricultura familiar em Apuí.

Para o Engenheiro Agrônomo e pesquisador do IDESAM, Vinícius Figueiredo, a utilização de SAFs é uma opção viável e que traz uma série de vantagens econômicas e ambientais para o produtor e para a sociedade, tais como custos de implantação e manutenção reduzidos, a diversificação na produção, a melhoria na alimentação e na estrutura e fertilidade do solo devido à presença de árvores que atuam na ciclagem de nutrientes, além de contribuir para a recuperação de áreas degradadas.

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“Adicionalmente a esses aspectos, a introdução do componente florestal no sistema, constitui-se em alternativa de aumento de emprego e da renda rural”, comenta Figueiredo. Isso acontece devido à diversidade de produtos plantados, o que reduz o risco de impacto econômico derivado da flutuação de preços no mercado e o de perda total da colheita, quando se tem uma única cultura.

A associação de culturas anuais, como grãos, ou de ciclo curto, como as hortaliças, juntamente com as árvores reduz os custos de implantação do sistema agroflorestal. No longo prazo, o custo também é minimizado quando as árvores começam a gerar produtos comercializáveis, como, por exemplo, madeira e frutas.

Apesar do reconhecimento dos benefícios dos SAF’s, o seu conhecimento e uso ainda são limitados. Para a Analista de Projetos do IDESAM, Aparecida Sardinha, isso representa uma oportunidade para o desenvolvimento de mais ações que venham a estimular sua difusão no município.

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“Analisando essa realidade, estamos criando mecanismos para estimular a implantação de SAFs na região como forma de assegurar a sustentabilidade dos sistemas agroflorestais, a igualdade social e a proteção ambiental”, comenta Aparecida.300-209 exam

A expectativa da equipe é que espécies de ciclo curto, como o milho e a melancia, comecem a ser colhidos até o mês de abril.

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Encontro de Parceiros do Fundo Vale – Macapá/AP https://idesam.org/encontro-de-parceiros-do-fundo-vale-macapaap/ Mon, 10 Jun 2013 13:38:18 +0000 http://www.idesam.org.br/?p=3459 Por Heberton Barros, pesquisador do Programa Mudanças Climáticas

Nos dias 22 e 23 de maio, uma equipe do Idesam participou do 1o Encontro de Parceiros do Fundo Vale em Macapá, capital do estado do Amapá. Comigo representando o instituto estavam o técnico florestal Marcelo Jacaúna, responsável pela produção de sementes florestais e articulação da Rede de Sementes do Apuí e o pesquisador Pedro Soares, coordenador Programa Carbono Neutro.

O evento teve como tema central a discussão sobre territórios dentro da lógica do Desenvolvimento Territorial Integrado, dando continuidade as discussões já iniciadas pela rede de Parceiros do Fundo Vale na última reunião realizada em Brasília, no final de 2012.

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O tema abordado traz à tona a atuação e importância da parceria firmada entre o Fundo Vale e instituições socioambientais que atuam no território amazônico através da análise e reflexão dos efeitos diretos e indiretos que o aporte de recursos para o desenvolvimento de projetos gera na gestão do território num sentido amplo.

Durante o encontro, discutimos a necessidade de fortalecimento das redes de articulação entre entidades ambientalistas que atuam no território, como forma de fortalecimento institucional e operacional.

Também houve um espaço para o intercâmbio de experiências e produtos oriundos do desenvolvimento dos projetos apoiados pelo Fundo Valem. Neste espaço, o Idesam levouas sementes florestais produzidas pelo projeto Semeando Sustentabilidade em Apuí, algumas publicações do Instituto e o Programa Carbono Neutro IDESAM.

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Parceria incentiva Ecoturismo com selo “carbono neutro” https://idesam.org/parceria-incentiva-ecoturismo-com-selo-carbono-neutro/ https://idesam.org/parceria-incentiva-ecoturismo-com-selo-carbono-neutro/#respond Fri, 17 Aug 2012 14:38:43 +0000 https://idesam.org.br/wp/?p=2186 A partir de setembro deste ano, uma parceria entre o Projeto Carbono Neutro Idesam (PCN) e a empresa de turismo Tropical Tree Climbing vai permitir aos turistas visitar a Amazônia de maneira mais sustentável.

Ao fazer a reserva no site da TTC, os viajantes poderão optar pela neutralização das emissões referentes à hospedagem na pousada local, no município de Presidente Figueiredo (AM), e ao transporte até a floresta.

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As emissões referentes ao transporte e estadia dos aventureiros serão compensadas através do plantio de Sistemas Agroflorestais (SAFs) na Reserva do Uatumã, onde o Carbono Neutro já atua desde 2010. De acordo com Pedro Soares, coordenador do PCN, um dos objetivos da parceria é reforçar a ideia da carboneutralização. “Com essa parceria, nós queremos sensibilizar os visitantes sobre a importância de fazer um turismo consciente e de baixo impacto, além de estender os benefícios aos moradores da RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) do Uatumã, onde as mudas referentes à compensação serão plantadas”, destaca.

Saiba como são feitos os reflorestamentos do Programa Carbono Neutro

Especializada em escalada recreativa em árvores da Amazônia, a TTC conta com um público apreciador do ecossistema amazônico, da vida selvagem e atividades ao ar livre. Sendo assim, a parceria entre o IDESAM e a TCC não só contempla as necessidades dos amantes da natureza, como atende à crescente demanda por viagens “carbono zero”, buscando incentivar o turismo consciente. “O nosso público é bastante consciente e há tempos temos essa demanda. Com essa iniciativa, também conscientizaremos outras pessoas sobre a importância que este ato envolve”, explica Vanessa Marino, diretora administrativa e co-fundadora da TTC.

Ela destaca que o próximo passo será incluir no website da empresa uma ferramenta onde o viajante possa acompanhar os resultados da neutralização de suas emissões pleo PCN. A neutralização de carbono é uma tendência mundial, os turistas vêm se educando e questionando cada vez mais as consequências de todas as etapas de uma viagem”, comemora.

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