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ARTIGO – Prática ancestral promete soluções para mitigar as mudanças climáticas

ARTIGO – Prática ancestral promete soluções para mitigar as mudanças climáticas

Exemplos no Brasil evidenciam como as agroflorestas produzem alimentos, madeira e óleos, além de restaurar áreas degradadas e regenerar ecossistemas, unindo conservação e produção agrícola

Por Paola Bleicker em Le Diplomatique

Agroflorestas são sistemas produtivos utilizados há milhares de anos. Ainda hoje, diversas culturas o fazem ao redor do mundo. O assunto vem ganhando relevância decisiva para a vida no planeta, até mesmo para recuperar o Rio Grande do Sul da maior tragédia de sua história.

A prática já vem demonstrando importantes resultados como solução para combater os efeitos das mudanças climáticas. A seca do ano passado na Amazônia é um dos exemplos.  A maior seca dos últimos 120 anos, causada pelos efeitos do fenômeno El Niño e das mudanças climáticas globais, resultou em grande prejuízo para as indústrias e para o sustento das populações locais, com maior número de queimadas e altas temperaturas, além da falta de água potável e danos à biodiversidade. Os riscos à qualidade de vida, inclusive em serviços básicos como a saúde e a educação, acenderam o sinal de alerta para a urgência na adaptação aos impactos do aquecimento global já em curso.

Com apoio do Idesam, foram plantadas, em março, após o início das chuvas, um total de 6 mil mudas de 19 espécies nativas, em Sistema Agroflorestal (SAF), visando gerar oportunidade de renda ao instalar sistemas produtivos custeados por recursos de compensação de emissões. O modelo combina árvores de diferentes características e finalidades no sentido de manter o equilíbrio ecológico, a produção de alimentos e a extração sustentável de produtos florestais, óleos, frutos e resinas, vendidos para o sustento das famílias. Outros exemplos são o Café Apuí Agroflorestal, além de produtos fornecidos pelos SAFs na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, como óleo de copaíba, breu-branco, entre outros. Esses produtos são comprados por indústrias a partir da empresa de base comunitária Inatú.

Segundo a ciência, as Soluções Baseadas na Natureza (SbN) – entre as quais, a restauração das florestas – podem entregar cerca de 30% da redução de gases de efeito estufa necessária à segurança climática do planeta. O tema ganha evidência na Década da Restauração de Ecossistemas da ONU, com efeitos também na redução da perda de biodiversidade e de serviços da natureza, como a provisão de água limpa e solos em boas condições ao cultivo de alimentos. O Idesam é ator oficial da iniciativa mundial no Brasil.

Leia na íntegra na matéria publicada em 10/07, no site Le Diplomatique

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