Elos da Amazônia premia projetos indígenas que transformam tradição em inovação
Os vencedores foram ManioColor, de Sioduhi Paulino, e IKABEN, de Joeliton Vargas Moraes
Texto: Imprensa INDT
Foto: Divulgação Sioduhi
A quinta edição do edital Elos da Amazônia – Empreendedorismo Científico Indígena premiou duas iniciativas inovadoras que combinam tecnologia, sustentabilidade e valorização cultural. Promovido pelo Idesam, Suframa e Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), com apoio da Embrapii, o edital recebeu 55 projetos de cinco estados da Amazônia Ocidental (RR, RO, AM, AC e Amapá), reforçando o potencial da bioeconomia indígena para o desenvolvimento sustentável da região.
Os vencedores foram ManioColor, de Sioduhi Paulino, e IKABEN, de Joeliton Vargas Moraes. O ManioColor transforma resíduos da mandioca em corantes têxteis naturais, oferecendo uma alternativa sustentável aos corantes sintéticos utilizados pela indústria. O processo artesanal valoriza os saberes ancestrais e impulsiona a economia circular na região de São Gabriel da Cachoeira (AM).
Já o IKABEN utiliza blockchain para garantir transparência e rastreabilidade na propriedade intelectual dos grafismos indígenas, promovendo uma grife de vestuário autêntica, na qual 10% dos lucros são revertidos às comunidades detentoras dos direitos culturais.
Os impactos socioambientais do edital foram expressivos: 76,4% das iniciativas participantes promovem a conservação da floresta, e 50% dos projetos estimam investimentos entre R$ 300 mil e R$ 600 mil para o lançamento no mercado. A maior parte das inscrições veio do Amazonas (69,1%), seguido por Rondônia e Acre (10,9% cada).
Além dos projetos premiados, o Elos da Amazônia 2024 reforçou a necessidade de fortalecer as cadeias produtivas indígenas e ampliar oportunidades para empreendedores indígenas nos setores de alimentos, cosméticos e construção civil. O incentivo ao empreendedorismo indígena, segundo Koury, não apenas gera renda, mas também contribui para a preservação ambiental, cultural e econômica das comunidades indígenas, promovendo um futuro mais sustentável e inclusivo para a Amazônia.
Parcerias
O apoio do edital Elos da Amazônia 2024 foi uma extensão da parceria entre organizações, com o objetivo de gerar um impacto significativo na economia indígena, ao mesmo tempo em que promove a preservação ambiental.
“É inspirador ver como o edital Elos da Amazônia está impulsionando soluções tecnológicas criadas por povos originários, que unem saberes ancestrais e inovação. Apoiar projetos como o ManioColor e o IKABEN reforça o compromisso do INDT com a bioeconomia e a preservação cultural, mostrando que é possível gerar impacto tecnológico e socioambiental positivo enquanto fortalecemos as comunidades indígenas e suas iniciativas empreendedoras”, ressalta Geraldo Feitoza, diretor-executivo do INDT.
De acordo com Carlos Koury, diretor de inovação em bioeconomia do Idesam, os projetos finalistas demonstram um elevado nível de ciência, tecnologia e inovação, evidenciando que o conhecimento indígena acadêmico está cada vez mais presente no cenário do empreendedorismo. No entanto, ele destaca que muitos projetos ainda enfrentam desafios estruturais, como dificuldades logísticas, falta de infraestrutura e barreiras no acesso ao mercado.
“Os projetos inscritos mostram como a ciência e a tecnologia podem caminhar lado a lado com os saberes tradicionais, fortalecendo a bioeconomia e trazendo soluções sustentáveis para a Amazônia”, destaca Koury.
Sobre o Idesam
O Idesam é uma ONG amazonense com atuação na Amazônia Legal desde 2004 e trabalha pela conservação e desenvolvimento sustentável da Amazônia e suas populações. Possui a qualificação de Organização Social de Interesse Público (Oscip) e o reconhecimento como uma das 100 melhores ONGs do Brasil em 2022 e como a melhor organização ambiental da Região Norte pelo prêmio Melhores ONGs 2020. Recebeu o Prêmio Empreendedor Social 2022, promovido pela Folha de São Paulo e Fundação Schwab, na categoria ‘Inovação e Meio Ambiente’; e é credenciada como ator da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas (2021-2030). Para saber mais, acesse: www.idesam.org
Sobre o INDT
O Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT) foi fundado em 2001 pela Nokia. Em 2013, passou a atuar como Centro de PD&I da Microsoft, permanecendo até 2016, quando se tornou um instituto independente, mantendo-se como um dos maiores Centros de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do País. O INDT oferece soluções nas áreas de Software, Hardware & Firmware, Comunicação e Redes, Manufatura Avançada, Veículos Autônomos e Robótica, Materiais e Química e BioTech. É também Unidade Embrapii desde 2017, contribuindo com a inovação industrial, proporcionando recursos e incentivos financeiros para projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em todo o Brasil.
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