Na última sexta-feira (8), o IDESAM – em parceria com a Associação Agroextrativista das Comunidades da RDS do Uatumã (AACRDSU) – realizou a atividade inaugural da Incubadora de Negócios Florestais.

A ação, programada para acontecer a partir das 7h, consiste no lançamento de um estande na feira municipal do Coroado, localizada na Zona Leste de Manaus, para a venda de produtos trazidos diretamente da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã.

Entre os produtos comercializados nessa primeira fase estavam: castanha-do-Brasil in natura e descascada, limão e tucumã produzidos de forma orgânica, mel de cana-de-açúcar e artesanato (entre colares e utensílios domésticos). Os pesquisadores envolvidos no projeto da Incubadora do Idesam ficaram responsáveis pela venda na Feira do Coroado, assim como a prospecção de possíveis estabelecimentos interessados nos produtos, a fim de estabelecer uma cartela de compradores dos produtos do Uatumã.

De acordo com o secretário executivo do IDESAM, Carlos Gabriel Koury, a atividade é uma forma de verificar a recepção desses produtos e a viabilidade logística empreendida nessa comercialização. “Inicialmente, buscamos uma proposta que não exigisse um alto investimento dos comunitários, a fim de evitar riscos financeiros”, destaca Koury. Futuramente, a proposta é criar uma pequena indústria de polpa de frutas, mas isso será decidido à medida em que as atividades sejam implementadas. 70-447

Após levantar informações com os comunitários de que produtos poderiam ser trazidos – a curto prazo – para a capital (citados anteriormente), o Instituto entrou em contato com a Prefeitura de Manaus que, por meio da Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento (SEMPAB), cedeu um espaço na feira do Coroado.

O principal objetivo é eliminar os intermediários dessa cadeia produtiva, conhecidos como “atravessadores”, fazendo com que o produto chegue direto da Reserva do Uatumã para o consumidor final, incrementando a renda da comunidade. 70-448 pdf

Outro ponto importante é a ideia de trabalho conjunto desenvolvida entre os comunitários da Reserva, que até então eram concorrentes dentro do mercado local. “A produção pode ser melhor comercializada quando pensada através de um trabalho coletivo. Enquanto a produção estava restrita aos mercados de Itapiranga e São Sebastião do Uatumã, eles trabalhavam individualmente”, destaca o engenheiro, acrescentando que, a partir de agora, o objetivo é que todos trabalhem em um sistema de parcerias para levar essa produção para Manaus.

Além de benefícios sociais, também os consumidores ganham ao consumir produtos livres de agrotóxicos e outros produtos químicos, uma vez que toda a produção da Reserva é feita de maneira orgânica, com adubação natural e em pequena escala.

Esta é outra frente onde a incubadora irá atuar “Estamos trabalhando na certificação orgânica do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para os produtores do Uatumã e, como resultado, buscamos expandir o mercado da RDS para escolas municipais e governo”, finaliza Koury.