Por que o Idesam foi eleito a Melhor ONG de Meio Ambiente de 2023?
Por Angélica Queiroz / Um Só Planeta
Data: 10.01.24
Foto: GettyImages
O Brasil possui mais de 800 mil ONGs, mas, embora seja quase automático para alguns relacionar essas organizações à pauta ambiental, essa não é a área onde atuam a maioria delas. Das mais de 800 inscritas na última edição do Prêmio Melhores ONGs, menos de 40 se dedicam a essa causa. A associação, no entanto, faz sentido. No Brasil, as organizações do terceiro setor têm papel fundamental no trabalho de conscientização e ação para frear o aquecimento global e o desmatamento em nossos biomas, protegendo diretamente as comunidades mais vulneráveis, mas cuidando, ao mesmo tempo, do planeta todo.
Em 2023, as organizações que trabalham na região tiveram um ano particularmente desafiador. Apesar das tímidas boas notícias, como a redução do desmatamento, no ano passado uma seca sem precedentes atingiu o Amazonas, baixando o nível dos rios e aumentando os focos de incêndio, o que colocou todos os municípios em situação de emergência.
A atuação do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) foi fundamental frente a esse e outros desafios. Para enfrentar a seca, o Idesam reativou, de modo emergencial, uma de suas campanhas, a ‘Regatão do Bem’. A iniciativa levou mais de 80 toneladas de alimentos e água a mais de 11 municípios na região, minimizando a situação de insegurança alimentar da população mais vulnerável. Esse é só um exemplo de por que, em 2023, a ONG foi reconhecida pelo Prêmio Melhores ONGs, referência no setor, como a melhor na categoria meio ambiente e sustentabilidade, se consolidando como uma das organizações não governamentais mais relevantes e de maior impacto.
Trabalhando há mais de 20 anos na busca por soluções criativas para os desafios sociais e ambientais da maior floresta tropical do planeta, a organização colabora para a construção de uma nova realidade para a região, que passa pela conservação florestal e melhoria da qualidade de vida das suas populações. “Das mudas que plantamos para reflorestar áreas degradadas ao investimento direto em empreendimentos amazônicos de impacto socioambiental, de uma comunicação potente e transparente, assim como uma governança coesa, robusta e de impacto, veio o reconhecimento do Prêmio”, comenta a diretora executiva do Idesam, Paola Bleicker.
Um dos diferenciais do trabalho do Idesam é conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação de florestas. “Acreditamos que a construção de negócios sustentáveis ligados a bioeconomia é fundamental para reverter a perda de florestas geradas pelo desmatamento ilegal e a desigualdade social”, explica Paola Bleicker. “Para isso, desenvolvemos nossa teoria de mudança e plano de ação em um ciclo composto por estruturação de cadeias de valor, inovação em bioeconomia, aceleração de negócios e investimentos de impacto”, detalha.
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