Tecnologia visa ampliar negócios na Amazônia e facilitará relação de extrativistas com a floresta
Marca coletiva Inatú Amazônia apresenta seu primeiro site, aplicativo e plataforma
Texto: Camila Garcêz/Idesam
Foto: Lincon Barbosa/Idesam
A Inatú Amazônia apresentou no mês de julho seu site, aplicativo e plataforma. Elaborados pelo Idesam e financiados por meio do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), as ferramentas vem facilitar a gestão de colheitas, produção e comercialização dos produtos da sociobiodiversidade amazônica, como os óleos essenciais e vegetais, que terão seu controle de produção por meio da plataforma e aplicativo; e as peças de madeira originadas do manejo florestal comunitário, que estarão disponíveis na vitrine do site oficial da marca.
“O PPBio custeou a implantação, a execução e todo o processo de elaboração do site, plataforma e aplicativo. Então ele é o principal financiador dessas atividades dentro do projeto Inatú Amazônia Modelo de Negócios de Impacto Socioambiental”, afirma o líder da Iniciativa Estratégica Produção Sustentável, Marcus Biazatti.
Os softwares desenvolvidos ao longo de 8 meses se destinam ao rastreamento de insumos, gestão de custos e maquinários utilizados no processo industrial, que, atualmente, é um dos grandes desafios enfrentados pelas organizações sociais para a mensuração dos custos de produção.
A plataforma, por exemplo, visa quebrar paradigmas entre o produtor, a floresta e sua relação de trabalho. Ela permitirá um controle dos custos de produção de forma prática, intuitiva e organizada, possibilitando o mapeamento de toda a cadeia produtiva e auxiliando na valoração e formação do preço final desses produtos. Ela foi desenvolvida para que os extrativistas possam ter controle da produção, custos e estoque, de maneira automatizada.
Mateus Vinícius, desenvolvedor da Iniciativa Produção Sustentável e responsável pela plataforma, destaca que os principais desafios na construção da plataforma estiveram relacionados aos processos produtivos. “Tendo em vista que um mesmo processo pode ocorrer de várias maneiras diferentes e com máquinas diferentes, a equipe de programação junto com os técnicos da Inatú padronizaram algumas etapas básicas que todo óleo ou manteiga deve seguir de acordo com cada matéria prima sendo processada”.
Já o aplicativo, irá auxiliar extrativistas e manejadores a mensurar gastos com alimentação durante a temporada de coleta, quando passam dias dentro da floresta. A mesma facilidade poderá ser aplicada ao transporte utilizado, dando autonomia para que coloquem o valor da passagem, a quantidade de gasolina gasta durante o percurso ou até mesmo uma contribuição dada em uma carona, promovendo autonomia sobre a própria força de trabalho.
“Na criação do aplicativo, tivemos o privilégio de entender sobre extrativismo, criar todo o processo de coletas que o usuário vai utilizar, dando a ele uma rastreabilidade de uso de maneira agregar valor ao seu trabalho em campo”, explica Mauro Lima, desenvolvedor Fullstack Web/Mobile responsável pelo aplicativo.
Para o site, a lógica foi pensada de modo a proporcionar um canal direto de comunicação da Inatú Amazônia com seus clientes. Uma espécie de vitrine digital, baseada nos elementos que mostram a identidade das organizações sociais que gerenciam o negócio, além de sua origem e as pessoas por trás dela.
Jaime Lima, analista de marketing da Iniciativa de Produção Sustentável do Idesam, afirma que a valorização desses elementos é de suma importância para que as pessoas possam se enxergar dentro do negócio e entenderem que o seu trabalho está sendo valorizado e apresentado para o mundo.
“No site o cliente conseguirá ver exatamente de onde vem cada produto, a localização geográfica de cada ponto das organizações sociais, ver o rosto das pessoas por trás de cada produto e as propriedades dos óleos. Nós pensamos todo o processo de criação de texto, layout e identidade visual para valorizar esses empreendedores da floresta”, conta.
Em breve, a plataforma e aplicativo estarão disponíveis para uso das organizações sociais e o site será disponibilizado em seu domínio na internet para acesso global. André Pedroso foi o designer responsável pelas entregas e João Lucas de Lima, o estagiário de desenvolvedor das tecnologias.
Deixe um comentário