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Equipe de Apuí realiza visitas técnicas em Manaus – Parte 1

Equipe de Apuí realiza visitas técnicas em Manaus – Parte 1

Por Vinícius Figueiredo, pesquisador do Programa Mudanças Climáticas do Idesam

O Idesam desenvolve, atualmente em Apuí, ações direcionadas ao desenvolvimento sustentável do município, atuando na coleta de sementes, produção de mudas, recuperação de áreas degradadas, intensificação da pecuária de corte e produção de café em agroflorestas.

Nos dias 17 e 18 de março, a equipe do IDESAM – Apuí esteve em Manaus para realizar visitas de campo com o intuito de trocar experiências e conhecer novas maneiras de trabalhar com produção de mudas de espécies florestais e agronômicas e com sistemas agroflorestais.

Foram visitados centros de pesquisa (Embrapa e Ceplac), a universidade federal do Amazonas (UFAM) e um viveiro especializado em produção de citrus, que serão descritos na sequencia.

Embrapa Amazônia Ocidental

Fomos até a sede da Embrapa para conhecer o trabalho com melhoramento genético e as cultivares clonais de guaraná e seringueira.
Primeiramente, conhecemos a pesquisa de mais de 15 anos para a seleção genética de 4 cultivares de guaraná resistentes a doenças e produtivos. Esses cultivares têm como vantagens a alta produtividade e a resistência genética à antracnose, principal doença da cultura. Segundo o pesquisador Firmino Filho, quando manejadas de acordo com as recomendações do sistema de produção, chegam a produzir em média 1,5 kg de sementes secas por planta, enquanto a média regional é 0,2 kg por planta.

A produção de mudas é feita via enraizamento de estacas, cortando-se ramos vegetativos de plantas matrizes selecionadas, provenientes de um jardim clonal, ou seja, as plantas serão idênticas (clones). O plantio de mudas clonais, além da resistência genética, também é interessante pela uniformidade da lavoura no florescimento e maturação dos frutos.

No campo, foi possível visitar algumas parcelas experimentais das variedades de guaraná com manejos diferentes quanto à adubação química e orgânica do solo, vimos o processo de produção de mudas clonais por estaquia e discutimos outras questões e curiosidades sobre a cultura.

Durante a segunda parte da visita, fomos conhecer a produção de mudas enxertadas de seringueira. O processo dura em média 18 meses e a Embrapa Ocidental é a única no Brasil que realiza duas enxertias, sendo 1 para painel (onde extrai a borracha) e outro enxerto para a copa, resistente ao Mal-das-Folhas e outras doenças e pragas da seringueira.

Primeiro é feito a sementeira em área plana e à sombra da mata, após faz-se a repicagem das plântulas que são transplantadas para o solo em uma área de viveiro até atingirem o padrão recomendado para enxertia, sendo no mínimo 1,5 cm de diâmetro a 5 cm do solo. O viveiro no solo e adensado chega a capacidade de até 50 000 porta-enxertos aptos a enxertia por hectare. As gemas vegetativas (borbulhas) são retiradas de jardins clonais que podem ser utilizados por, no mínimo, 5 anos e sua vida útil pode ser até 8 anos. Após 21 dias da enxertia de base, é feita a primeira verificação do pegamento e liberação para plantio. A enxertia de copa deve ser iniciada quando no mínimo 70% das plantas atingirem 2,2 metros permitindo assim a enxertia a 1,7m de altura. Geralmente essas características são alcançadas cerca de 10 meses após o plantio das mudas enxertadas com o clone para painel. Os clones utilizados são de alta produtividade, precoces, com previsão de até 1000 kg de borracha seca/ha no sétimo ano.

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