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ONGs da Amazônia debatem sistemas de controle social de Unidades de Conservação

Notícias Socioambientais – Enquanto as Unidades de Conservação (UCs) da Amazônia seguem fragilizadas, treze organizações não-governamentais se reuniram, na semana passada, na sede do ISA, em Brasília, para debater novas oportunidades de sinergia em torno do fortalecimento do controle social sobre essas áreas protegidas. Além do ISA, estiveram presentes representantes da CI-Brasil, CRIA, CSF, FVA, IEB, Idesam, IDS Mamirauá, IEPÉ, IUCN, IPÊ, TNC e WCS.

“Foi o encontro de um conjunto de instituições que têm um papel muito importante nessas unidades e que, juntas, abrangem um território expressivo de atuação pelos estados e bacias hidrográficas: totalizam mais de 100 UCs, entre federais e estaduais, de Proteção Integral e de Uso Sustentável”, destacou o biólogo Carlos Eduardo “Caê” Marinelli, analista de pesquisa socioambiental do ISA.

Para Caê, as instituições, que vivem contextos e cenários amazônicos diferentes, enfrentam problemas comuns. “Apesar do reconhecido papel dessas organizações no apoio à gestão de UCs na Amazônia, vivemos atualmente o dilema de drástica redução de financiamentos, ao mesmo tempo que os limites das UCs são alterados, que as taxas de desmatamento mostram que ainda não estão sob controle, e que crescem as ameaças do que poderá ser um grande retrocesso do Código Florestal brasileiro. Precisamos reunir as instituições com aspirações comuns para enfrentar esse desafio”, disse o analista.

O encontro também serviu para apresentar a essas instituições o resultado do processo de construção do sistema de indicadores socioambientais de UCs, desenvolvido pelo ISA com a colaboração de mais de 80 instituições (governamentais e não-governamentais) amazônicas e do DF, atuantes nas UCs dos nove estados da Amazônia Legal.

“Trata-se de um sistema inovador para prover a sociedade brasileira com informação sobre os rumos da sustentabilidade socioambiental das UCs da região. Mais do que um método de avaliação ou de monitoramento, é um sistema estratégico de apoio à gestão, baseado no fortalecimento do manejo participativo e voltado para uma agenda de responsabilidade socioambiental”, completou Caê.

Veja abaixo o mapa: “Distribuição espacial das UC (federais e estaduais) da Amazônia onde atuam as organizações da sociedade civil e representações do movimento social envolvidas na elaboração do sistema de monitoramento socioambiental.”

http://site-antigo.socioambiental.org/nsa/mapas/img/mapa_cae.JPG/mapa

“Já estamos considerando a incorporação do método em nossos futuros projetos”, disse Henyo Barreto-Filho, diretor acadêmico do IEB. Outras instituições também sinalizaram interesse na aplicação do sistema nas UCs em que atuam, caso do Idesam, na RDS do Uatumã, no estado do Amazonas.

Em novembro, o sistema será oficialmente lançado durante o Seminário de Áreas Protegidas e Inclusão Social (SAPIS), que acontecerá em Manaus – Amazonas. Em forma de um kit de trabalho, o material reunirá um aplicativo para computador, livro de trabalho no excell, artigos técnicos de divulgação das reflexões resultantes do sistema e relatórios em formato digital.

“Se as instituições se apropriarem e aplicarem o método, num futuro próximo, teremos um conhecimento mais abrangente sobre a situação das unidades de conservação, que vai além dos instrumentos que focam a governança dessas áreas sob a visão dos órgãos gestores, e que irá complementar o entendimento da sociedade sobre a situação das UCs na Amazônia”, finalizou Caê.

Fonte: http://site-antigo.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3418

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