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Diagnóstico florestal é o primeiro passo para desenvolver manejo sustentável na Floresta de Tapauá

Diagnóstico florestal é o primeiro passo para desenvolver manejo sustentável na Floresta de Tapauá

Estudo avaliará viabilidade produtiva para manejo florestal comunitário na floresta estadual, que poderá aumentar geração de renda para comunidades do entorno

 

Por Comunicação Idesam
Foto: Arquivo Idesam

 

O mês de outubro marcou o início de mais uma atividade do projeto Cidades Florestais: Madeira-Purus, dessa vez na Floresta Estadual (FES) Tapauá, localizada entre os municípios de Canutama e Tapauá. O objetivo do trabalho é elaborar um diagnóstico florestal e produtivo dessa unidade de conservação; e entender quais espécies têm potencial de mercado e podem gerar renda para as comunidades do entorno da Floresta.

Ao levantar o potencial produtivo – madeireiro e não-madeireiro – na floresta de Tapauá, queremos contribuir  para a implementação do manejo florestal comunitário”, afirma Marcus Biazatti, coordenador técnico do Idesam, que reforça ainda o impacto positivo dessa atividade no desenvolvimento local de arranjos produtivos.

Esse impacto ocorre pois, quanto maior a produção local de óleos, frutos, madeira ou outros produtos florestais, maior é a circulação de renda, empregos e segurança alimentar dessas localidades.

O estudo a ser realizado pelo Idesam contribui ainda com as metas propostas do Plano de Gestão da UC, publicado em 2014. Na ocasião, o plano indicou, como uma de suas metas “Conhecer detalhadamente os recursos naturais da Floresta Estadual Tapauá”, que contempla atividades como ‘Pesquisas sobre os diversos produtos não madeireiros que podem surgir como alternativa econômica para os moradores da UC’; e também ‘Pesquisa sobre as espécies madeireiras da Floresta Estadual Tapauá nas áreas de várzea e terra firme’.

A FES Tapauá é uma área que recebe dupla pressão para o desmatamento, não só por sua localização, no sul do Estado (o chamado ‘cinturão do desmatamento’), mas também por sua proximidade com a rodovia BR-319. Conforme dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), depois de uma queda nos índices de desmatamento entre os anos de 2016 e 2018, o desmatamento na UC voltou a crescer em 2019 e 2020.

O Observatório BR-319, que também monitora a área, colocou, no último levantamento publicado em seu monitoramento mensal, o município de Tapauá entre os que tiveram maior variação no comparativo com o ano passado, com cerca de 118% de aumento.

 

“A promoção do manejo florestal é uma atividade indispensável quando pensamos em alternativas para evitar atividades ilegais e invasão de terras. A comunidade precisa estar envolvida e participante e poder colher os frutos desse serviço que naturalmente prestam em favor da floresta”

Marcus Biazatti, coordenador técnico do Idesam

 

A equipe responsável por esse trabalho já está sendo mobilizada, treinada e preparada para a atividade. Todos os protocolos de segurança recomendados pela OMS estão sendo seguidos nesse processo de retomada das atividades de campo. 

 

Estrutura 

De modo geral, além do inventário, estão previstos mais dois produtos para a atividade: (1) um diagnóstico participativo sobre produtos de origem agrícola, serviços da sociobiodiversidade, infraestrutura produtiva, potencialidades e fragilidades relacionadas às cadeias produtivas, nas comunidades localizadas no Rio Jacaré; e (2) um estudo de viabilidade econômica para o manejo florestal comunitário a partir da localização da área propícia ao manejo florestal, com base nos dados do inventário florestal amostral.

 

O Projeto Cidades Florestais

O Cidades Florestais: Madeira-Purus é uma iniciativa do Idesam, apoiada pelo projeto Legado Integrado da Região Amazônica (Lira), do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). A iniciativa beneficia quatro Unidades de Conservação localizadas nas calhas dos rios Madeira e Purus (FLOTA Tapauá, RDS Igapó Açu, RDS Rio Amapá e Resex Ituxi) e envolve seis associações comunitárias em ações de formação de lideranças consolidação de cadeias produtivas sustentáveis, monitoramento e desenvolvimento regional. Um dos objetivos da iniciativa é buscar a sustentabilidade financeira das Áreas Protegidas por meio de mecanismos previstos na legislação, incentivando o desenvolvimento sustentável e a geração de renda para as comunidades. 

Além das associações locais, a iniciativa conta com a parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/AM+) e da ONG Casa do Rio. O LIRA é apoiado por recursos do Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore. Para o desenvolvimento dos projetos socioambientais, o IPÊ conta com parceiros de diversos setores e trabalha como articulador em frentes que promovem o engajamento e o fortalecimento mútuo entre organizações socioambientais, iniciativa privada e instituições governamentais. Para saber mais, acesse lira.ipe.org.br.

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