Idesam lança guia para financiamento de manejo florestal sustentável
A publicação destaca informações sobre programas e linhas de financiamento atualmente disponíveis e gerenciadas por instituições financeiras relacionados à obtenção de crédito para atividades de manejo florestal de pequena escala e menor impacto.
Texto: Vanessa Brito/Idesam
Foto: Reprodução
A conservação florestal tem sido um grande desafio para a criação de políticas públicas no Brasil e uma prioridade para a governança territorial, com enfoque em seu uso sustentável. Como forma de contribuir para o desenvolvimento de ações neste contexto, o Idesam lançou no mês de janeiro o “Guia de Financiamento de Manejo Florestal Sustentável de Pequena Escala e Maior Impacto”.
O estudo é assinado por Tayane Carvalho e Fernanda Meirelles, integrantes da Iniciativa de Governança Territorial (IGT) do Idesam, com apoio do Climate And Land Use Alliance (Clua) dentro do Projeto Clua Inatú Amazônia. A publicação já está disponível para download gratuito no endereço http://idesam.org/publicacoes e conta com informações sobre crédito rural, manejo florestal, organizações, políticas públicas e outros.
Marcus Biazatti, líder da iniciativa Inatú Amazônia do Idesam, afirma que a Clua tem papel fundamental no apoio financeiro ao desenvolvimento sustentável. “Por meio desse projeto executado na região de Lábrea e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, a Clua apoia ações de promoção e desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis para o manejo florestal comunitário e fabricação de pequenos objetos de madeira na movelaria familiar instalada na comunidade ribeirinha Caribi”, explicou.
Ele conta como a publicação auxilia os produtores rurais no contexto de oferecer mais acesso às informações sobre linhas de crédito e financiamento. “Este tipo de conteúdo reúne informações sobre linhas de financiamento específicas para o setor florestal de menor escala se torna imprescindível no apoio ao desenvolvimento das cadeias produtivas”, destaca Biazatti.
Para Tayane Carvalho, uma das autoras do guia, as informações poderão estimular os produtores rurais a desenvolverem as atividades de manejo. “Desde que o produtor familiar tenha licença para atividade de manejo florestal sustentável, ou que solicite esta licença ao órgão ambiental responsável, as informações presentes nessa publicação poderão estimular o produtor a dar início às atividades do manejo”, afirmou.
Entre os pontos destacados está o reconhecimento de órgãos financiadores da relevância do produtor florestal para a economia e conservação ambiental, quando a atividade madeireira é proveniente de Plano de Manejo Florestal Sustentável, ou seja, praticada de acordo com a legislação vigente.
“Algumas dessas linhas, inclusive, abrangem todos os estados da região norte ou mesmo o território nacional. Muitas vezes o produtor familiar se sente desencorajado em adentrar o setor florestal e madeireiro por não possuir capital para implantação do manejo. No guia é possível verificar os valores máximos de financiamento, assim como as taxas de juros e as instituições responsáveis pelos financiamentos, permitindo que ele compare as opções e escolha a que melhor se adequa a sua necessidade”, disse Tayane Carvalho.
Outras informações disponíveis estão relacionadas a documentos e o passo a passo para obter financiamento junto da instituição, reunindo em uma única publicação diversas informações que o produtor precisaria buscar em sites ou em agência física de cada rede bancária/instituição financiadora, facilitando o acesso à informação e a tomada de decisão e contribuindo para impulsionar o desenvolvimento florestal e conservação ambiental.
“Florestas manejadas respeitam os mecanismos de sustentação do ecossistema porque a extração da madeira ocorre de forma menos destrutiva e invasiva, sem comprometer a prestação de serviços ambientais, e isso acontece quando são aplicadas as diretrizes do plano de manejo previstas na legislação florestal. Para que as múltiplas espécies madeireiras continuem passíveis de uso, assim como os múltiplos produtos e subprodutos não-madeireiros, é indispensável que haja qualidade nas operações exploratórias, e isso não ocorre quando a exploração é feita de forma predatória. Somente por meio do plano de manejo florestal sustentável é possível o desenvolvimento desse setor”, concluiu.
GUIA – Financiamento de Manejo Florestal Sustentável de Pequena Escala e Menor Impacto
Sobre o Idesam
O Idesam é uma Oscip com atuação na Amazônia Legal desde 2004. Em 2022, teve o reconhecimento como uma das 100 melhores ONGs do Brasil e o Prêmio Empreendedor Social- Inovação em Meio Ambiente pela Folha de São Paulo e Fundação Schwab. O propósito do Instituto é promover uma nova economia de base inclusiva e sustentável na Amazônia, criando conexões aos atores de suas cadeias de valor e apontando novos caminhos inovadores para a conservação e a redução da pobreza. Até o momento, os indicadores são de 8,5 milhões de hectares de florestas conservadas em 34 territórios na Amazônia; 6 mil famílias impactadas e 23 organizações sociais envolvidas. Coordena e apoia as iniciativas estratégicas AMAZ Aceleradora de Impacto, Programa Prioritário de Bioeconomia, Inatú Amazônia, Café Apuí Agroflorestal e Programa Carbono Neutro, além da secretaria executiva do Observatório da BR-319.
Deixe um comentário