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Idesam participa de projeto de REDD+ na Terra Indígena Suruí

Idesam participa de projeto de REDD+ na Terra Indígena Suruí

Depois da experiência positiva na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, onde foi responsável pela coordenação técnica do do primeiro Projeto de REDD+ do mundo certificado com o status Ouro pelo Aliança Clima Comunidade e Biodiversidade (CCBA), o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) iniciou uma parceria para apoiar o desenvolvimento do projeto de REDD+ na Terra Indígena Sete de Setembro, do povo Paiter Suruí.

O povo indígena Paiter-Suruí fez contato com o homem branco pela primeira vez a apenas 30 anos atrás. O acesso e primeiro contato aconteceram com a abertura da rodovia federal BR-314, que liga as capitais Cuiabá e Porto-Velho. Por essa rodovia a região começava a ser explorada e colonizada, subsidiada por grandes incentivos do governo, trazendo consigo também o sarampo que dizimou grande parte da população reduzindo-a a cerca de 200 pessoas. A população atual tem cerca de 1000 pessoas. A demarcação do território dos Paiter-Suruí ocorreu em 1983. Este passou a ser denominado de Terra Indígena (T.I.) Sete de Setembro e ocupa uma área de aproximadamente 248.000 ha. Alguns fazendeiros que já ocupavam áreas dentro dele foram expulsos e os Paiter-Suruí acabaram por habitar essas áreas. A região de entorno está fortemente desmatada e a pressão de madeireiros e fazendeiros na fronteira da T.I. é cada vez mais intensa.

O projeto está em fase de planejamento e irá envolver outras instituições, lideradas pela Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí, representante dos quatro clãs indígenas que compõem o Suruí. “Este é um processo totalmente inovador e inventivo, baseado nas discussões políticas, capacidades técnicas e viabilidade econômica de cada parceiro. Fizemos o Juma e fomos pioneiros. Então, essa experiência nos ajuda e fortalece a continuar a sugerir novas abordagens”, explica Gabriel Cardoso Carrero, pesquisador do Programa de Mudanças Climáticas do Idesam.

Segundo Carrero, entre as primeiras ações a serem desenvolvidas pelo Idesam no projeto está o desenvolvimento, quantificação e validação de uma linha de base para o desmatamento no território Suruí, estratificando-a por vegetação, baseada na informação disponível do modelo SimAmazonia I. Após a validação deste cenário, serão avaliados os estoques de carbono e suas emissões potenciais. Somente após essas análises iniciais, o projeto irá ganhar forma, ajudando o esforço do povo Suruí em preservar a cultura e desenvolver alternativas ambientalmente responsáveis de subsistência.

Além do Idesam e da Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí, participam do projeto Incubadora de projetos do Grupo Katoomba, a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, a Equipe de Conservação da Amazônia e a Forest Trends Association.

Saiba mais sobre o Projeto Carbono Florestal Suruí

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