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Tour Aromático: aromas da floresta estimulam turismo de base comunitária na Amazônia

Tour Aromático: aromas da floresta estimulam turismo de base comunitária na Amazônia

O primeiro tour mobilizou 11 turistas que tiveram a oportunidade de conhecer mais a experiência aromática na floresta amazônica. 

Texto: Vanessa Brito/Idesam 
Fotos: Michael Paz

Você sabe o que é turismo de base comunitária? O tema vem chamando cada vez mais a atenção por incentivar o turismo que adota práticas sustentáveis em comunidades tradicionais. Na Amazônia, mais especificamente na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, os turistas encontram o cenário dessas vivências, onde também participam de um “tour” repleto de aromas e saberes da floresta.  

Foto: Michael Paz

Foto: Michael Paz

O projeto iniciou no ano passado e mobilizou 11 turistas na primeira turma do “Tour Aromático” e deve voltar a ocorrer entre os dias 17 a 23 de março deste ano. Outras viagens estão previstas no período de 22 a 7 de julho e 5 a 10 de setembro. Aqueles que já participaram da experiência ficaram encantados não só com os aromas e belas paisagens, mas também com o contato com comunitários e ribeirinhos, além de poderem estar mais conectados com a natureza e com as pessoas que vivem na floresta amazônica.  

“Foi uma experiência de iniciação! Fui sem muita expectativa e fui preenchida com um sentimento de integridade e comunhão com a natureza, o que mais gostei foram os trajetos pelo rio e a caminhada na Floresta!”, comentou Alessandra Guerra, uma das turistas que acompanharam o tour. “Foi sensacional. Nada como conhecer nossa terra com os olhos da Aromaterapia”, complementou Sandra Torres, outra participante da experiência. 

O tour realizado pela empresa Aura Amazônia com parceria da Inatú Amazônia, uma iniciativa estratégica do Idesam, é realizado também com o apoio de comunitários da região. Pelo menos 1500 pessoas estão envolvidas na ação. “O objetivo do “tour” é proporcionar uma imersão cheirosa na Amazônia. Conhecer as mãos que produzem as essências e conhecer as árvores e suas propriedades curativas e aromáticas”, explicou Louise Lauschner, especialista em cadeias da sociobiodiversidade do Idesam. 

“Através do acompanhamento do Idesam, os turistas podem acompanhar a rotina da usina de óleos amazônicos, conhecer os extrativistas que coletam a matéria prima e conhecer sobre a história da RDS do Uatumã e seus povos”, completou Louise. O Turismo de Base Comunitária (TBC) dá o tom das atividades realizadas dentro da reserva, tanto a partir das conexões, como na experiência com a floresta, atividades comunitárias, hospedagem na pousada da comunidade e contato com a culinária local.  

“No Tour Aromático, tudo foi pensado em parceria com os ribeirinhos, desde a aula de destilação de Breu na usina de óleos, a presença dos guias na floresta, até o piloto que leva a lancha com os visitantes e a propriedade da pousada. Além disso, o Idesam cede um funcionário para acompanhar o tour em tempo integral. Também há a compensação monetária de todos os produtos que as cooperativas oferecem, numa feira organizada pelos próprios ribeirinhos”, explicou Ana Luiza Medori, da Aura Amazônia.   

Como parte das atividades, a edição deste ano contará ainda com a inclusão de uma festa na comunidade Caribi, localizada dentro da RDS Uatumã. “Será a primeira organizada para os visitantes, com comida local, bebida, música e bingo da comunidade. O ingresso já está incluído no pacote do Tour. Ainda estamos na segunda edição, então tudo isso é novo para os moradores também e queremos que eles se tornem independentes”, disseram Ana Luiza e Aline Alves, da Aura Amazônia. 

As pessoas viajantes do “Tour Aromático” têm a chance de realizar trilhas, conhecer árvores como as de breu (Protium ssp), copaíba (Copaifera ssp), andiroba, cupuaçu, cumaru. Além disso, é possível entender o processo de extração e destilação, as áreas de produção, os serviços ambientais desenvolvidos na RDS do Uatumã e outros processos desenvolvidos pelo Idesam.  

Serviços ambientais 

O tour inclui visita à comunidade Santa Luzia do Caranatuba, área que conta com um Sistema Agroflorestal (SAF).  “Os Sistemas Agroflorestais integram espécies voltadas para a restauração ambiental das áreas, mas também contam com espécies voltadas para a alimentação e também espécies de interesse econômico como a copaíba, breu, andiroba, entre outras. Nos primeiros anos os extrativistas recebem o plantio e assistência técnica para manter as áreas. Conforme o amadurecimento das espécies, os extrativistas recebem o apoio do Idesam para desenvolver as cadeias produtivas, como no caso dos óleos de copaíba, breu e andiroba”, explica a gestora ambiental Elen Blanco, da iniciativa de Serviços Ambientais e Programa Carbono Neutro Idesam.  

PCN realiza um inventário das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) geradas pelas atividades dos seus parceiros, como o “Tour Aromático”, e converte as emissões para toneladas de CO2 equivalente (TCO2e). Dessa forma, é possível contabilizar a quantidade de árvores necessárias para realizar a compensação dessas emissões.  

“No caso do Tour Aromático, serão contabilizadas todas as emissões referentes ao deslocamento aéreo, terrestre, barco, hospedagem, entre outros fatores. Para realizar a compensação o Idesam, através do PCN, realiza anualmente o plantio de árvores na quantidade correspondente para compensar as emissões de todos os seus parceiros ao longo do ano. Essas árvores são plantadas na própria RDS do Uatumã e atendem também, espécies aromáticas como a copaíba e o breu. O plantio é feito em Sistemas Agroflorestais o que possibilitada desenvolver uma área de produção de alimentos ao mesmo tempo que recupera áreas degradadas dentro da RDS”, concluiu Elen. 

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