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Carbono Neutro recebe novas famílias para o Plantio 2019

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Carbono Neutro recebe novas famílias para o Plantio 2019

Modelo de Sistemas Agroflorestais (SAFs) tem mudado perfil e proporcionado melhoria de vida aos produtores da região 

 

Texto: Henrique Saunier
Foto: Athena Meincke

 

A transição de uma agricultura tradicional para a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) de menor impacto no meio ambiente é apenas uma das conquistas das cerca de 40 famílias moradoras de oito comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, todas apoiadas pelo Programa Carbono Neutro (PCN) Idesam. Com 9 famílias ingressando neste ano, os benefícios vão além da compensação e neutralização de toneladas de CO2 na atmosfera, gerando ainda um importante impacto social positivo na região.

Em avançada fase de preparação, com a finalização da abertura dos “ninhos” que receberão as mudas, o Plantio 2019 do PCN será um dos maiores já coordenados pelo Idesam, contabilizando 12 mil futuras árvores plantadas no um período de um ano.  Incluindo 9 novas famílias neste ano, o plantio nos 35 SAFs acompanhados pelo Idesam deve ser iniciado ainda na primeira metade de fevereiro.

A crescente participação das mulheres no setor e maior diversidade de produtos cultivados já são um reflexo deste trabalho de quase uma década do Idesam em parceria com moradores da região. Francimeire Brigido, uma das agricultoras que já está pronta para iniciar os trabalhos no plantio de mudas em 2019, é um claro exemplo do papel fundamental das mulheres no programa. Nascida e criada na comunidade do Livramento e apaixonada pelas plantas que enfeitam os arredores de sua casa, o serviço não é nenhum sacrifício ou novidade para Francimeire ou para as outras mulheres da RDS que ajudam a manter de pé e saudáveis as áreas de Sistemas Agroflorestais (SAFs) apoiadas pelo Idesam.

“Gosto muito de viver aqui e desde que começamos a atuar junto ao projeto do Idesam, pude trabalhar com diversas variedades de mudas. Me traz muita satisfação esse trabalho de cultivar, de cuidar da plantação, das minhas plantas. Sou muito grata por essas pessoas que apoiam esse projeto e nos ajudam a continuar esse trabalho tão importante para a natureza”, revela Francimeire em depoimento sobre os impactos do Carbono Neutro na comunidade.

Para o coordenador técnico do PCN, Jefferson Souza, que oferece assistência constante aos produtores e acompanha de perto da realidade local, esse tipo de mudança é uma das razões dele considerar o projeto bem sucedido e com esperança de continuidade por muitos anos. Na sua avaliação, o programa conseguiu desmistificar para os comunitários muitas questões acerca do trabalho de instituições como o Idesam e do cultivo em SAFs, o que ao longo dos anos, despertou o interesse de outros produtores que viram os resultados positivos concretos.

“A cultura extrativista é muito presente e agora que estamos percebendo essa mudança para uma agricultura para além do auto consumo, algo impulsionado bastante pelos cursos e conversas que o Idesam promoveu na região com as famílias. Antes, havia uma produção basicamente de mandioca, agora já existe uma perspectiva de cultivo de açaí, cacau e cupuaçu para produção futura, mas esse processo de conscientização também é gradativo”, destaca Jefferson.

O gerente de mudanças climáticas do Idesam, Pedro Soares, afirma que o plantio representa um marco para o PCN Idesam, pois reflete uma expansão do programa nos últimos anos. “Batemos recorde no plantio de arvores na RDS do Uatumã, com mais de 12 mil mudas no período de um ano, o que reflete diretamente na nossa missão de atrair parceiros para reduzir a sua pegada de carbono, além do benefício para o clima e para as comunidades”, ressalta.

Além dos próprios comunitários que participam ativamente do PCN, outros atores beneficiados são os viveiros de mudas que abastecem o programa, todas adquiridas de produtores locais. O plantio também se baseia na ideia de levar um incremento na renda dos moradores locais, visando espécies com forte apelo comercial para o mercado local e até mesmo exportação, como a introdução de tipos de pimentas e plantas para extração e beneficiamento de óleos vegetais.

 

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