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Comercialização de Madeira Sustentável em Unidades de Conservação do Amazonas

Comercialização de Madeira Sustentável em Unidades de Conservação do Amazonas

Rodada de Negócios Sustentáveis oferece oportunidade pioneira para compradores e vendedores de madeira negociar diretamente preços, condições de pagamento e prazos de entrega de produtos de florestas manejadas

A oferta de madeira legalizada é hoje um dos principais gargalos do setor florestal e madeireiro na Amazônia. A irregularidade na oferta do produto legalizado limita o crescimento do setor e a geração de emprego e renda para populações urbanas e ribeirinhas em diversos municípios do Amazonas. As Unidades de Conservação de Uso Sustentável tem como missão fomentar a atividade extrativista gerando renda e melhores condições de vida às suas populações residentes, tendo a produção sustentável de madeira como um dos produtos com maior potencial de comercialização. Entretanto, apenas a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá possui uma cadeia de produção madeireira em funcionamento no Amazonas.

Com objetivo de dinamizar a produção sustentável de madeira na RDS do Uatumã, o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), iniciou em 2009 a elaboração de 14 Planos de Manejo Florestal Sustentável de Pequena Escala (PMFPE)¹, visando extrair madeira de terra-firme através do manejo comunitário. Os PMFSPE produzirão anualmente até 2.500 m³ de madeira processada e beneficiarão diretamente 230 famílias de 14 comunidades da RDS, abastecendo os mercados consumidores locais de São Sebastião do Uatumã, Itapiranga, Presidente Figueiredo e Manaus.

Os PMFSPE da RDS do Uatumã são os primeiros Planos de Manejo Florestal comunitários de terra-firme aprovados em Unidade de Conservação do Estado do Amazonas. Eles foram elaborados pelo Idesam, em parceria com a Associação Agroextrativista das Comunidades da RDS do Uatumã (AACRDSU), contando com o apoio do CEUC/SDS e da Fundação Amazonas Sustentável – FAS.

A primeira venda da madeira comunitária será realizada através da “Rodada de Negócios Sustentáveis da RDS do Uatumã” que promoverá a comercialização de madeira com atestado de origem legal oriundas dos PMFSPE das Comunidades da Reserva. O intuito principal do evento é buscar condições transparentes e preço justo para a venda da madeira das comunidades da Reserva.

A Rodada de Negócios Sustentáveis acontecerá no dia 17 de março de 2010 (sábado) no Auditório da Câmara Municipal de São Sebastião do Uatumã, a partir das 13:30 hs e será aberto a todos os interessados. O evento é resultado do esforço conjunto das organizações: AACRDSU, Idesam, SEBRAE – que apoiou a organização da Cooperativa CONSTROI de Móveis e Barcos de São Sebastião do Uatumã –, o Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC/SDS) –orgão gestor das UC do Amazonas – e a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS).

Nesta Rodada de Negócios pioneira serão ofertados mais de 300m³ de madeira serrada, entre as espécies: Abiu, abiurana, acariquara, acariquara branca, Angelim pedra, Angelim rejado, caripé, castanha jarana, castanha sapucaia, cedrinho, cumaru, cupiúba, fava-arara-tucupi, itaúba, itaúba-abacate, louro, louro-rosa, massaranduba, matamatá-do-romeu, matamatá-mirim, matamatá-roxa, muiracatiara, murrão, pajurá, Pará-pará, pau-d’árco, tachi preto, tanimbuca, tanimbuca amarela, tauari e uchi-torrado. Com o sucesso do evento, novas rodadas serão elaboradas para ofertar madeira manejada ao mercado madeireiro.

¹ Planos de Manejo de até 500ha que permite a extração anual em metros cúbicos do total da área de manejo, descontado as áreas de preservação permanente (APPs). Ou seja, uma área de 500ha de manejo, descontando as APPs fica por exemplo com 430ha, o que permite a extração anual de 430m³ de madeira. O critério de sustentabilidade deste modelo de manejo é estabelecido na forma de extração (baixo impacto na floresta com a retirada de poucas árvores por hectare) e no momento da seleção das árvores que serão exploradas, onde para cada árvore derrubada deve-se deixar na floresta outras duas árvores de menor diâmetro da mesma espécie, garantindo a manutenção das espécies exploradas.

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