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Idesam cumpre meta de restauração da floresta e certifica novos produtores de café orgânico em Matupi

Idesam cumpre meta de restauração da floresta e certifica novos produtores de café orgânico em Matupi

Ao final do ciclo do plantio 2023-2024 (março), serão mais 75 hectares de café robusta, que agora se estendem para os distritos de Sucunduri e Matupi, este, em fase de certificação, isto é, 234 ha implantados

Texto: Camila Garcêz/Idesam
Revisão: Elen Blanco/Idesam e Sarah Sampaio/Amazônia Agroflorestal
Foto: Divulgação/ Amazônia Agroflorestal

O Idesam cumprirá sua maior meta de restauração este ano. Com o maior plantio de café em sistemas agroflorestais (SAF) já operacionalizado serão 75 hectares de plantio que também passam por uma expansão de território, agora não só em Apuí, como também no distrito de Santo Antônio do Matupi. Na localidade, ao redor da BR 320, pertencente ao município de Manicoré, os novos produtores já estão em processo de recebimento da certificação da modalidade participativa, chamada Sistemas Participativos de Garantia (SPG).  

Segundo Marina Yasbek, consultora de Serviços Ambientais no Idesam, essa certificação confere o selo de produto orgânico, que é importante pois agrega valor e traz a possibilidade de aumento de geração de renda aos agricultores. “Nossos primeiros produtores de café em Matupi datam de 2018. E é esse grupo de seis famílias produtoras que estão concluindo agora o processo de formação e conversão orgânica de sua produção.” 

Ainda neste mês, essas famílias entrarão para o grupo de famílias certificadas da iniciativa. Elas serão capacitadas e assessoradas pelo Idesam e Amazônia Agroflorestal, para garantir a conformidade e acesso ao selo orgânico e a expectativa é de ampliação no número de plantios no distrito. 

De acordo com o artigo 2, da Lei n° 10.831 que estabelece o que é um sistema de produção orgânica, um produto da agricultura orgânica ou classificado como produto orgânico, é obtido por meio de um sistema de produção agropecuária orgânica ou de um processo extrativista sustentável, que não cause danos ao ecossistema local, seja ele na forma in natura ou após processamento. O uso de agrotóxicos, pode contaminar o solo, a água e os alimentos, causando danos à biodiversidade e gerando riscos à saúde. 

A legislação brasileira prevê três diferentes maneiras de garantir a qualidade orgânica dos seus produtos: a Certificação, os Sistemas Participativos de Garantia e o Controle Social para a Venda Direta sem Certificação. Os chamados Sistemas Participativos de Garantia (SPG), junto com a Certificação, compõem o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg), administrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 

A iniciativa é parceira do Sistema Participativo de Garantia (SPG) da Rede Maniva de Agroecologia do Amazonas. A Rede é um importante movimento social de promoção da agroecologia no Amazonas, a única SPG da região norte e certifica grupos em 5 municípios do estado. Além disso, realiza mutirões, oficinas e vivências para promover o intercâmbio de práticas agroecológicas.

Para Seu Manoel Siqueira, de 62 anos a certificação chega como forma de gratificação de um trabalho de 10 anos. “A primeira vez que eu insisti no café, nem recebi nada, até o café mesmo, não tinha pra quem vender, e aí eu desisti do café. Mas com esse novo formato, com o Idesam foi diferente. Porque eu sei que o que eu planto eu tenho pra quem eu vender”, relata. 

Seu Manoel conta que nasceu para agricultura, e com o apoio técnico que vem recebendo da iniciativa, está podendo dar novas perspectivas para a família. “Eu gosto de plantar. Nasci na roça e me criei na roça, então o meu pai me ensinou foi plantar o café, a roça, a mandioca, o cupuaçu, a banana. Então ter isso (organização) pra me incentivar ainda foi melhor. Porque eu já tô na idade, né? E aí tendo essa ‘firma’ (Amazônia Agroflorestal) que eu possa produzir e vender, sem me preocupar pra quem eu vou vender, fica melhor ainda”, destacou. 

Meta de Restauração 

Segundo dados da iniciativa, o impacto alcança positivamente 83 famílias locais, oferecendo não apenas fontes de renda sustentáveis, mas também fomentando a conservação da floresta. Os participantes têm a chance de ganhar até R$ 8 mil por hectare, cultivando o Café Apuí Agroflorestal, que possui certificação orgânica. O investimento por hectare, que ultrapassa os R$ 30 mil, é disponibilizado aos produtores sem custo algum. 

O trabalho do Idesam, voltado para a recuperação do solo e do bioma por meio de sistemas agroflorestais, não só proporciona benefícios econômicos, mas também contribui para a diversidade alimentar e oferece uma alternativa de renda através da cadeia produtivas sustentáveis. Atualmente, o Idesam é responsável pelo apoio à conservação de 7,13 milhões de hectares de floresta na Amazônia e até 2022 implantou 159 hectares de SAF visando a restauração florestal, conforme o seu Painel de Indicadores. Ao final de 2024, o Idesam terá implantado 227 hectares de Sistemas Agroflorestais visando a restauração florestal com retorno econômico aos produtores.  

Recentemente, o Idesam tornou-se um ator oficial no Brasil para a Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas (2021-2030), alinhando-se com a meta global de acelerar a restauração através de iniciativas conectadas. Com um plantio de 75 hectares voltados para a produção de café robusta, que se estende de Apuí para os distritos de Matupi e Sucunduri, o Idesam atingiu um avanço significativo na restauração ecológica. 

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