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Parceiros ‘Carbono Neutro’ conhecem de perto benefícios de suas neutralizações

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Parceiros ‘Carbono Neutro’ conhecem de perto benefícios de suas neutralizações

Por Henrique Saunier

 

Durante três dias, nove parceiros do Programa Carbono Neutro Idesam (PCN) estiveram na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, localizada ao nordeste do Amazonas, para conhecer de perto o resultado do trabalho de compensação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio de Sistemas Agroflorestais (SAFs). Uma iniciativa do Idesam, o encontro aconteceu entre 03 e 06 de abril, aproximando os clientes do PCN com as comunidades beneficiadas.

Entre os resultados alcançados pelo Programa Carbono Neutro, até o momento, estão o plantio de mais de 22 mil árvores em 27 áreas, 26 hectares de áreas degradadas recuperadas, 60 parceiros carboneutralizados e 27 famílias beneficiadas pelas atividades. O principal objetivo do programa é perenizar a produção agrícola e florestal local, por meio de um modelo de desenvolvimento social de baixo carbono, de forma a gerar “créditos” de carbono para compensar a emissão dos parceiros interessados. No total, a visita à RDS do Uatumã contou com a presença de nove parceiros do Idesam neste programa, que representaram as instituições bi02, Sobrebarba, TRE-AM, TR Mídia e Herenboen Nederland Foundation.

Segundo a pesquisadora do Programa Mudanças Climáticas (PMC) do Idesam, Isabele Goulart, a ideia da visita é fazer com que os clientes conheçam o funcionamento da dinâmica de campo e entendam melhor o programa Carbono Neutro como um todo. Além de vivenciar a realidade amazônica, os parceiros puderam conhecer de perto as famílias que ajudam o programa a existir e os benefícios gerados por cada iniciativa de neutralização.

Adicional a essa maior aproximação dos clientes com o campo, a expedição pôde mostrar como as árvores são plantadas e como as comunidades locais se envolvem com o programa, a fim realizar uma conexão e “dar mais sentido ao investimento que eles (clientes) estão fazendo para a neutralização das emissões geradas por suas empresas ou iniciativas”, conforme explica Goulart.

“Durante a expedição foi possível mostrar alguns dos sistemas agroflorestais plantados para neutralizar as iniciativas de cada parceiro. Mostramos como os plantios são feitos e um pouco dos resultados gerados pelo programa. Os parceiros puderam, também, participar com o plantio de mudas”, completa a pesquisadora.

De acordo com o técnico agrícola do programa, Jefferson Araújo, o encontro entre as empresas e as famílias beneficiadas foi uma oportunidade para mostrar da forma mais prática a biodinâmica da reserva, com os próprios produtores falando sobre os benefícios do sistema, que vai muito além da plantação de mudas. Com isso, as empresas puderam conhecer áreas antes totalmente degradadas, mas que agora já têm produção encaminhada e geração de renda às famílias.

Entre as principais potencialidades da RDS estão as plantas madeireiras, que servirão para a produção futura de andiroba, cumaru e castanha, além da utilização de madeira das árvores ipê, tauari, paricá, cedro e itaúba prevista para os próximos 27 anos. Cupuaçu, graviola, açaí e cacau, todos plantados após uma análise local de mercado feita pelo Idesam, também são produtos com alto potencial de produção na região.

“Depois que o Idesam chegou houve mudanças significativas, com o apoio de assistência técnica não só no plantio, mas na criação de pequenos animais. Além disso, a RDS possui quatro viveiros de mudas atualmente, sendo que alguns deles já começaram a explorar o potencial turístico da área, com visitações do público”, relata Araújo.

Oficina de leitura reforça conceitos de preservação entre as crianças

A expedição, que contou com visitas nas comunidades de Santa Luzia e Jacarequara, foi responsável ainda por uma Oficina de Leitura voltada às crianças locais. A oficina foi uma iniciativa do autor do livro ‘Guerreiros da Amazônia’, Ronaldo Barcelos, da TR Mídia, uma das iniciativas que tiveram suas emissões neutralizadas pelo programa. O livro conta as aventuras de heróis da floresta com superpoderes de animais amazônicos e que usam seus conhecimentos mágicos para preservar o meio ambiente.

O livro escolhido para a atividade com as crianças da RDS do Uatumã não poderia ser mais apropriado, já que esta é a primeira publicação carbono neutro do mundo. A proposta da atividade nasceu quando o terceiro livro da trilogia Amazon estava em fase final, sendo incluído no PCN para compensar as emissões de gases de sua produção.

Lançado em 2009, a série ‘Guerreiros da Amazônia’ foi introduzida espontaneamente em dezenas de escolas pelo Brasil, com professores da quinta e sexta utilizando os livros como apoio em aulas ou matérias sobre o meio ambiente, Amazônia e clima.

“Viajo pela Amazônia há 20 anos e pude perceber claramente que os meus livros não chegariam para as crianças da região devido à logística e custos.  Decidi fazer algo a respeito com recursos próprios da nossa editora.  Nesses últimos anos, conseguimos doar 10 mil livros para 500 escolas, a maioria na Amazônia. Isso só foi possível com o apoio de ONGs como o Idesam”, ressalta Barcelos, que fornece, anualmente, uma média de dois mil livros para doação em escolas e comunidades.

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