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Rondônia quer transformar redução de emissões por desmatamento em investimentos no Estado

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Rondônia quer transformar redução de emissões por desmatamento em investimentos no Estado

Com mais de 11 milhões de hectares de florestas conservadas, Rondônia é um Estado crucial no debate sobre clima e florestas na Amazônia.

 

Por Comunicação Idesam

 

O Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), se aliou ao Idesam, a BVRio e a organizações locais por meio do Fórum Estadual de Mudanças Climáticas para estruturar a sua “Estratégia Operacional e Financeira de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal). A Estratégia aponta que, até 2030, Rondônia poderá evitar a emissão de 156 MtCO2 de Gases de Efeito Estufa e com isso atrair o equivalente a U$ 780 milhões pelos esforços em conservação de florestas e fomento a cadeias produtivas sustentáveis, por meio do mecanismo do REDD+.

Eliezer de Oliveira, coordenador-técnico do tema na Sedam/RO, ressalta que o Estado estruturou a Estratégia de REDD+ no âmbito da já aprovada Política Estadual de Governança Climática e Serviços Ambientais (PGSA), “visando atrair uma nova leva de investimentos públicos e privados para estruturação de programas estratégicos para a redução do desmatamento e fomento a cadeias produtivas sustentáveis junto a produtores e comunidades locais no Estado de Rondônia”.

Pedro Soares, gerente do Programa de Mudanças Climáticas do IDESAM e coordenador da elaboração da estratégia estadual de REDD+, destaca que “os serviços ambientais são ativos importantes para viabilizar novos modelos econômicos e produtivos que mantenham a floresta em pé, enquanto geram renda e prosperidade para os diferentes atores que contribuem para conservação florestal”.

A construção da Estratégia de REDD+ ocorreu dentro do Programa de Governança Climática do Estado de Rondônia, com apoio de agências internacionais e coordenado pelo Instituto BVRio. Segundo Beto Mesquita, diretor de políticas e relações internacionais da BVRio, as florestas precisam ser encaradas como um vetor e não um entrave para o desenvolvimento. “Enxergamos grandes oportunidades para conectar os resultados de redução de desmatamento em Rondônia por meio do REDD+ aos mercados de carbono em construção dentro e fora do Brasil, o que poderá representar uma grande oportunidade para o desenvolvimento socioeconômico do Estado”, destaca Mesquita.

Com a estratégia criada e as reduções de emissões devidamente apuradas, o próximo passo é conectar os resultados estaduais de REDD+ com investimentos oriundos de empresas, governos subnacionais, sistemas de pagamentos por resultados, como o Fundo Verde para o Clima, Programa “REDD+ for Early Movers”, e mercados de carbono, com o CORSIA e o Artigo 6 do Acordo de Paris.

Mais investimentos ambientais

O projeto de Governança Climática e Serviços Ambientais nasceu de uma parceria entre a Força Tarefa de Governadores para o Clima e Floresta (CGF), a agência de cooperação da Noruega (NORAD) e o PNUD, voltado a construir estratégias e políticas públicas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa resultantes do desmatamento e da degradação florestal, além de promover ações concretas para o desenvolvimento de atividades compatíveis com a manutenção das florestas.

Participam ainda da iniciativa a Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé), o Centro de Estudos Rio Terra CES Rio Terra), Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé) e o Pacto das Águas.

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