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Idesam lança tradução dos Padrões CCB para o português

Idesam lança tradução dos Padrões CCB para o português

Será lançada em abril a segunda edição Padrões CCB (Clima, Comunidade e Biodiversidade) para o português. O Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) coordenou a tradução dos Padrões CCB (www.climate-standards.org), criados para orientar a concepção de projetos de carbono baseados no uso da terra e que visem gerar benefícios adicionais às comunidades e à biodiversidade. Os padrões fornecem uma série de critérios verificáveis para determinar a capacidade de um projeto de efetivamente reduzir as emissões de gases de efeito estufa enquanto também melhora a qualidade de vida de comunidades locais e gera benefícios aos ecossistemas e à vida selvagem.

Para Mariano Cenamo, diretor executivo do Idesam, “esta tradução é muito importante pois fornece uma ferramenta mais acessível a um grupo amplo de atores locais como desenvolvedores de projetos, comunidades, populações tradicionais e autoridades governamentais, que enfrentam dificuldade em acessar o documento na língua inglesa”. Cenamo destaca que o processo de tradução contou com a participação de um comitê de especialistas renomados, o que permitiu uniformizar conceitos e termos importantes relacionados a projetos de carbono florestal.

Os padrões CCB asseguram aos investidores que os projetos com o selo garantem direitos e benefícios dos povos indígenas e comunidades locais, o correto desenvolvimento de programas de monitoramento, a conservação da biodiversidade, envolvimento efetivo de atores locais e segurança sobre os direitos do carbono, entre outros.

Os projetos submetidos à Aliança CCB são verificados por auditores independentes, que verificam se os projetos propostos cumprem com todos os critérios obrigatórios, assegurando assim que o projeto contribuirá para a mitigação das mudanças climáticas.

Para o diretor geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgilio Viana, os padrões CCB representam um passo importante na trajetória de valorização econômica dos serviços ambientais de florestas tropicais. “Para a Amazônia, os padrões CCB assumiram um papel histórico ao terem sido utilizados para a certificação do primeiro projeto de REDD da região: o Projeto Juma. A tradução deste documento pelo Idesam é uma importante contribuição para ampliar o acesso e a transparência do processo de validação e certificação do carbono florestal. Ampliar o debate sobre este tema é muito importante para o futuro da Amazônia”.

O Brasil tem atualmente quatro projetos registrados junto ao CCB. Um deles, o projeto de REDD do Juma, já está validado e deve passar em breve pelo processo de certificação, e os outros projetos registrados estão ainda em fase de validação.

Para Maurício Voivodic, auditor do Imaflora, instituição habilitada a validar projetos segundo os Padrões CCB e um dos revisores do documento “a tradução do padrão do CCB para português é o primeiro passo de um movimento muito importante que é o de adequar os mecanismos de mercado voluntário de carbono à realidade dos projetos brasileiros. Os padrões do CCB são especialmente interessantes para a nossa realidade pois adicionam benefícios ambientais e sociais aos projetos de carbono, garantindo, entre outras coisas, o respeito às comunidades locais”.

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