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Amazônia 4.0 – Unicórnios à vista?

Amazônia 4.0 – Unicórnios à vista?

Veículo: Época Negócios
Em: 21/02/2022
Temas:   amaz aceleradora   

 
É com esse espírito que o programa de aceleração para negócios de impacto socioambiental na Amazônia da PPA colocou R$ 7,9 milhões em três edições. Desde 2018, apoiou 30 negócios e investiu em 12. Ao longo do tempo, o programa transformou-se na Amaz, a primeira aceleradora de impacto voltada a negócios na Amazônia. Com objetivo similar, a Plataforma de Empréstimo Coletivo também integra o sistema da PPA. Em 2020, uma rodada de investimentos foi exclusiva para negócios que promovem a conservação. Em menos de 24 horas, foram mobilizados R$ 3,3 milhões por mais de 70 investidores. No fim de 2020, 11 negócios concluíram suas captações, totalizando R$ 5,5 milhões.

Na Amaz, 12 negócios de impacto passaram por um período de pré-aceleração em novembro de 2021 e seis deles foram selecionados para receber R$ 200 mil em 2022. As empresas atuam em áreas diversas, como e-commerce de produtos da Amazônia, créditos de carbono, turismo de base comunitária, entre outros. Segundo Mariano Cenamo, o CEO da Amaz, “o Brasil fez grandes investimentos em pesquisa e inovação em cadeias que são competitivas no mercado internacional, como laranja, café e minério de ferro. Se colocarmos uma ínfima quantidade em outras cadeias promissoras, não tenho dúvida de que veremos um salto de produtividade muito rápido nos próximos cinco a dez anos”.

Mas qual a possibilidade de surgirem unicórnios da bioeconomia amazônica? De acordo com Cenamo, a atual economia da região, marcada pela pecuária extensiva e pela mineração, é um reflexo das opções existentes. “Se não fizermos nada para apoiar os empreendedores, nunca veremos novos negócios prosperando na região. O unicórnio que buscamos na Amazônia é aquele que cresça significativamente do ponto de vista financeiro, com valor de mercado alto, mas que também possa ser chamado de unicórnio pelo impacto positivo na floresta e na qualidade de vida das pessoas”, diz.

Isso significa que, além de atingir o valor de mercado de US$ 1 bilhão, faça parte da conservação de significativos fragmentos de floresta – por exemplo, de 1 milhão a 10 milhões de hectares e da geração de renda para milhares de famílias. Mas, para isso, Cenamo vê ao menos duas mudanças necessárias: uma transformação na forma como as empresas são avaliadas, que esteja alinhada a essa nova economia, e o investimento em ciência e tecnologia. Corrêa também vê dois fatores cruciais para mudar uma economia historicamente predatória para a bioeconomia: a formulação de políticas públicas e o entendimento de que é necessário um novo olhar de desenvolvimento, lembrando que a escala na Amazônia, diferentemente da magnitude da sua biodiversidade, será sempre menor.

“Às vezes, é mais vantajoso ter um prazo maior e condições mais favoráveis de pagamento do que um valor ambicioso”, diz Corrêa. “Se entrarmos com a mesma expectativa que temos no eixo Sul-Sudeste ou no Vale do Silício, não vamos encontrar um unicórnio. Mas, se apostarmos em um modelo de capacitação e treinamento, com recurso a fundo perdido, capital paciente ou filantrópico, unicórnios poderão surgir.”

Para saber mais: https://umsoplaneta.globo.com/biodiversidade/noticia/2022/02/07/epoca-negocios-lanca-edicao-especial-amazonia-40.ghtml

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