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Bioeconomia na Amazônia: empreendedores equilibram desenvolvimento e preservação

Bioeconomia na Amazônia: empreendedores equilibram desenvolvimento e preservação

Data: 20/01/2024
Veículo: Em Tempo
Texto: Isabella Lima
Foto:  Reprodução/Instagram

Alternativas sustentáveis contribuem para uma economia inclusiva que consideram as comunidade tradicionais e o meio ambiente

Há um crescente e urgente movimento de transformação econômica nos estados que compõem a Amazônia Legal, onde a bioeconomia emerge como protagonista de uma revolução sustentável. Em um contexto onde a preservação ambiental é tão crucial quanto o desenvolvimento econômico, essa alternativa surge como uma resposta inovadora, buscando conciliar crescimento e conservação.

As soluções disruptivas de uma economia mais sustentável conseguem transcender o impacto econômico no mercado, sendo possível gerar desenvolvimento de cerca de 750 mil famílias de comunidades tradicionais, que possuem relação de subsistência com a natureza, de acordo com estudo um estudo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Embrapa e outras instituições, a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Neste levantamento, o Embrapa conceitua a bioeconomia como em um tipo de economia que se desenvolve a partir dos princípios da sustentabilidade, objetivando a utilização de recursos da biodiversidade alinhados aos conhecimentos tecnológicos e tradicionais.

Compreender as realidades amazônicas enriquece a discussão sobre a Amazônia. A economista Denise Kassama apontou que a bioeconomia permite que exista uma maneira de respeitar os limites das florestas e adaptar as produções, para torná-las sustentáveis.

“O que as pessoas que discutem no redor do mundo sobre Amazônia é que o caboclo e o ribeirinho precisam sobreviver, mas é muito fácil falar em preservação sem levar em consideração toda uma população que precisa tirar o seu sustento. Mas sim, tem espaço para isso, acredito que se abre um mercado global sobre esses produtos sustentáveis e a bioeconomia”,

explicou.

Entretanto, Kassama destacou que um grande impasse para o estabelecimento desse modelo de economia relaciona-se às questões logísticas, devido à complexidade dos locais geográficos. A partir de políticas públicas e incentivo do poder público, a bioeconomia pode abrir oportunidade para setores de agricultura familiar, cooperativas de extração e manejo de itens amazônicos, como algumas espécies de peixes, artesanato, biocombustível e outras formas.

A inclusão neste cenário é fundamental para o êxito do desenvolvimento alinhado a diretrizes sustentáveis. O gerente de inovação e Bioeconomia do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (IDESAM) com foco na política pública Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), Paulo Simonetti, a bioeconomia abre espaço para que comunidades responsáveis por manter a floresta em pé.

“À medida que essas comunidades, dentro do território, conseguem ter essa inclusão produtiva, por meio de suas associações ou cooperativas, conseguem gerar renda maior e ter seu trabalho reconhecido. Essa cadeia também gera oportunidades no entorno do território como transporte, circulação de dinheiro nos municípios a partir do acesso a bens e serviços que esses trabalhadores passam a ter”,

esclareceu.

O Idesam recebeu o reconhecimento com o prêmio de melhor Organização Não Governamental (ONG) do segmento de Meio Ambiente de 2023. A instituição possui iniciativas para contribuir e promover o desenvolvimento da bioeconomia local, a partir de projetos voltados para a captação das comunidades, estruturação do processo produtivo, assim como realiza a articulação política de maneira com que o desenvolvimento siga as diretrizes governamentais.

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