Data: 10/02/2024
Veículo: Real Time1
Texto: Otávio Vislley
Foto:  Divulgação

Imagine um futuro onde a indústria da moda se encontra com a sustentabilidade da Amazônia. Essa é a visão da startup Yara Couro da Amazônia, que transforma resíduos da pele de peixe em um couro sustentável.

O projeto da startup recebeu R$ 2 milhões do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), coordenado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e executado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), para instalar a primeira fábrica-piloto em Santana, no Amapá, à beira do Rio Amazonas.

A Yara baseia sua tecnologia no princípio do “Green Leather”, um couro produzido de maneira sustentável em todas as fases do processo.

Desde a obtenção das peles de peixe, evitando que se transformem em resíduos descartados de forma inadequada, até o processamento do produto final, a startup busca empregar ingredientes orgânicos originários da própria floresta.

O couro pode ser utilizado para a produção de bolsas, carteiras, cintos, chapéus, pulseiras e outros acessórios, explorando suas texturas e cores.

Em entrevista ao RealTime1, a ceo da empresa Bruna Freitas afirmou que a produção ainda é feita de uma forma experimental.

“A indústria do couro é conhecida por ser poluente, então, no nosso processo produtivo, priorizamos a substituição de ingredientes tóxicos, ingredientes químicos, por elementos mais naturais, por exemplo, uma pigmentação diferente, testando alguns ingredientes da Amazônia”, disse.

A empresa prioriza o pescado que tem escama e que possui uma tradição de consumo. Os mais utilizados são o pirarucu, acará-açu, corvina e a pescada-amarela.

“Cada peixe escamado cria um padrão único, semelhante a uma impressão digital que representa sua identidade singular. Por meio do processo de beneficiamento, é viável ajustar a maleabilidade e a maciez conforme a necessidade da peça a ser fabricada”, completou.