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Grãos de café agroflorestal não foram contaminados por agrotóxicos de avião, aponta análise

Grãos de café agroflorestal não foram contaminados por agrotóxicos de avião, aponta análise

 

Por Assessoria
Foto: Arquivo Idesam

 

No dia 8 de fevereiro deste ano, um avião despejou agrotóxicos em uma zona rural de Apuí. Na ação, parte dos agrotóxicos acabaram atingindo outras propriedades rurais vizinhas da área; entre elas, a de um produtor do café agroflorestal em Apuí. Diante do impacto da ação, o Idesam, que já havia publicado uma nota de repúdio, elaborou um Relatório de Análise de Riscos para orientar a equipe local sobre respostas à emergência e iniciou uma série de ações buscando mitigar os impactos.

“Após o registro do ocorrido e uma investigação inicial dos fatos, demos início a uma série de ações visando apoiar os agricultores, proteger a certificação orgânica do projeto e dar respostas aos parceiros e aos consumidores em geral”, explica Marina Reia, líder da Iniciativa Estratégica Café Apuí.

Com as visitas técnicas realizadas aos produtores, foi possível atestar que os danos se restringiram a apenas um dos produtores do projeto, diferente do que havia sido divulgado inicialmente. “O [segundo] produtor esclareceu que sua propriedade não foi atingida. Julgou inicialmente, pela proximidade com o outro produtor, que teria sido afetado, mas não tem observado morte de plantas nem qualquer alteração típica de contaminação”, indicou o técnico Adalberto Vieira, responsável pelas visitas.

Em relação ao produtor afetado, foi realizada uma análise de resíduos no grão do café, para verificar o nível de contaminação. “Fizemos a coleta dos grãos de café, enviamos para o laboratório, e recebemos o resultado negativo de presença de agrotóxicos”, informou Marina.

As amostras do grão de café foram enviadas para análise laboratorial da Eurofins do Brasil, laboratório especializado em ensaios bioanalíticos. O parâmetro usado no ensaio foi GBP74 GB Multiresíduos Quechers LC e o resultado foi “nenhum resíduo de pesticidas quantificado”.

 

Resultado da análise laboratorial das amostras de café do local do incidente.

 

Apesar de não terem sido encontrados indícios de agrotóxicos nos grãos de café, a equipe técnica optou por não incluir o lote do produtor afetado na produção do café orgânico, neste ano. “No primeiro momento,  planejamos uma campanha de crowdfunding para apoio aos produtores. No entanto, verificamos que o sistema não precisará ser completamente reconstruído”, explica Sarah Sampaio, diretora executiva da Amazônia Agroflorestal, que comercializa as marcas Café Apuí Agroflorestal e Café Apuí Orgânico.
As equipes da startup e do Idesam estão trabalhando juntas; se mobilizando para reduzir as chances de um novo incidente dessa natureza na região. “Estamos elaborando um mapa detalhado das propriedades orgânicas do café agroflorestal em Apuí para protocolar junto às autoridades locais; para que estejam cientes dos locais onde os produtores do Café Apuí estão presentes”, explica.

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