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Organizações testam nova tecnologia de inventário de carbono florestal

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Organizações testam nova tecnologia de inventário de carbono florestal

A obtenção de estimativas precisas e o monitoramento de estoques de carbono em florestas tropicais dependem em grande parte da obtenção e análise de dados confiáveis, que demandam intensivo trabalho de campo de equipe técnica qualificada para coleta de dados. Na maioria das vezes essas atividades consomem ainda grande quantidade de tempo e podem incluir erros em diversas etapas do processo. Com o objetivo de aperfeiçoar processos de inventário e monitoramento florestal, o Idesam, a Equipe de Conservação da Amazônia (ACT-Brasil), a empresa Google e a Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí estão testando uma metodologia inovadora de coleta de dados, que unirá tecnologia de ponta desenvolvida pela Google, com o conhecimento tradicional e autonomia do povo indígena Suruí. A iniciativa conta com o apoio financeiro da Fundação Gordon e Betty Moore, e faz parte de uma série de atividades que estão sendo desenvolvidas no âmbito do Projeto de REDD+ Suruí.

O Projeto de REDD+ Suruí é uma iniciativa liderada pelo próprio povo Suruí, com a ajuda de diversos parceiros como a ONG Forest Trends, a Associação Kanindé, a ACT, o IDESAM e o FUNBIO. O projeto consiste na geração de créditos de carbono para viabilizar a proteção da terra indígena Sete de Setembro, localizada na região Nordeste do Estado de Rondônia, que atualmente encontra-se bastante ameaçada pelo desmatamento para produção pecuária, invasões e extração ilegal de madeira. O Idesam e a ACT-Brasil (Equipe de Conservação da Amazônia) estão testando a nova tecnologia desenvolvida pela Google, que consiste no sistema ANDROID – permite reunir em um só aparelho formulários de coleta de dados, GPS e máquina fotográfica, para construir uma metodologia de inventários para monitoramento da floresta e da fauna com a participação de indígenas da etnia Suruí e Uru-ue-uau-uau, em Rondônia.

Entre Outubro e Novembro de 2010, dois técnicos do Idesam, um da ACT-Brasil e 6 guerreiros Suruí estão na Terra Indígena Sete de Setembro realizando um inventário florestal de biomassa (carbono) com uso da tecnologia. Esse trabalho inicial faz parte da metodologia necessária para definir o número total de parcelas a serem inventariadas para definir o estoque total de carbono na Terra Indígena. O estudo está servindo também para avaliar o uso e funcionalidade da tecnologia, a fim de detectar possíveis dificuldades e formas de aprimoramento. O trabalho de campo continuará no primeiro semestre de 2011. O objetivo é que, depois de realizado o inventário, os próprios Suruí passem a monitorar de forma autônoma suas florestas e que os dados sejam disponibilizados publicamente pela internet – aumentando a transparência e credibilidade do projeto.

Com a nova metodologia será possível a realização de praticamente todas as etapas de inventário e monitoramento dos estoques de carbono pelos próprios Índios Suruí, que enviarão relatórios praticamente em tempo real (através da tecnologia ANDROID), o que representa uma enorme economia de tempo e recursos e um passo importante para a implementação do Projeto de REDD+.

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