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Treinamento Colheita e Pós-Colheita do Café

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Treinamento Colheita e Pós-Colheita do Café

Por Geovani Machado, técnico do Projeto Café

No último dia 20 de maio, participei de uma viagem para Ouro Preto do Oeste, em Rondônia (330 km de distância de Porto Velho em linha reta), para um treinamento de colheita e pós-colheita de café, realizado pela Embrapa Rondônia e parceiros. Comigo estavam o engenheiro agrônomo Vinicius Figueiredo (também do Idesam) e os agricultores João Ramos e João Nilton, integrantes do Projeto CAFÉ, desenvolvido em Apuí desde outubro de 2012.

Saímos de Apuí às 6h da manhã do dia 20, atravessando balsas e passando por cidades e a capital do estado (RO), até chegar ao nosso destino, por volta das 20h30. O treinamento ocorreu durante os dias 21 e 22 de maio e seu foco principal era produção de um café de qualidade. Cerca de 70 técnicos extensionistas, entre alguns outros interessados, participaram do treinamento.

Abaixo destaco alguns pontos interessantes abordados na palestra do pesquisador Juarez Fonseca, da Universidade Federal de Viçosa:

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  • Com o café Conilon (Coffea Canephora), o produtor pode esperar até quando 80 a 90% dos frutos estejam maduros para iniciar a colheita, pois, diferente do café Arábica (Coffea Arabica), os grãos não caem facilmente.
  • Uma colheita bem feita deve passar pelo processo de pró-limpeza, que consiste na retirada de impurezas (galhos, folhas, pedras) com a abanação das peneiras. Esse processo deve ser realizado ainda no campo.
  • Deixar o café ensacado por mais de 50 horas depois de colhido causa uma grande perda de qualidade final. O correto é começar o processo de secagem no mesmo dia em que o fruto foi colhido. Esse processo (secagem) requer importantes cuidados para atingir uma boa qualidade e um alto potencial na classificação como grão e bebida fina.
  • Deve-se tomar o máximo cuidado para que a secagem não seja feita de forma muito lenta ou rápida, evitando o processo de fermentação. A secagem em temperaturas muito elevadas provoca perda de peso e a quebra dos grãos durante o beneficiamento, comprometendo a qualidade do produto final.

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Na atividade prática sobre a classificação do café (bebida), realizada pela Emater Rondônia, tivemos a oportunidade de conhecer e participar de um processo de degustação, para definir a qualidade do café em ordem de classificação, considerando características como aroma e sabor.

Traçando um paralelo entre o café “bebida” e o café “grão”, podemos considerar que um determinado café, para ser classificado como de boa ou má qualidade, depende de uma série de fatores em toda a sua cadeia produtiva, como o tipo de processamento pós-colheita; a seleção de grãos com maturação completa; a separação dos grãos defeituosos e atacados pela broca do café; a secagem correta, visando atingir os 13% ideais de umidade no grão, entre diversos outros.

Também foram apresentadas tecnologias de colheita e pós-colheita adaptadas à agricultura familiar, aspectos legais e tecnologias de secagem do café, somando importantes conhecimentos que serão repassados aos 27 produtores envolvidos no Projeto CAFÉ, em Apuí.

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