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Conhecendo o “Green Value”

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Conhecendo o “Green Value”

Por Leandro Farias, coordenador do Projeto Amapá

Com o apoio da pesquisadora Dra. Shoana Humphries, do Earth Innovation Institute, e da Embrapa Acre, participei da oficina “Green Value” em Rio Branco, Acre, realizada no Centro de Referência e Inovação da Educação. Esta oficina foi ministrada por Dra. Humphries e Dr. Alvaro Cabrera, pesquisador do International Network for Bamboo and Rattan (INBAR). Estiveram presentes profissionais da Embrapa Acre, Secretaria de Desenvolvimento Florestal do Estado (SEDENS), Secretaria de Meio Ambiente do Estado (SEMA-AC), FUNTAC, Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação Ambiental do Acre (IMC), CTA, Cooperfloresta, Tecman, Roncoflorestal e Reflorestadora Amazônia Viva.

Green Value é uma ferramenta para análise financeira simplificada de iniciativas florestais (IFs). Sua simplicidade não está no fato de ser um arquivo XLS contendo um conjunto de planilhas a serem alimentadas, mas sim na maneira como elas estão organizadas e também em como foram escritas as instruções para preenchê-las, ou seja, muito didáticas. Isto porque foi elaborada não somente pensando em engenheiros ou técnicos que possuem familiaridade com planilhas, mas também em usuários leigos que possam com o tempo possuir uma relação mais amigável com o Excel, por exemplo, que para muitos é um grande vilão.

Dra. Shoana Humphries desenvolveu esta ferramenta com Dr. Thomas P. Holmes (autor do software RILSIM – Reduced Impact Loggin Simulator), que colaborou com sua Tese de Doutorado na qual teve como objeto de pesquisa o Manejo Florestal Comunitário no Brasil e no México. Neste locais ela avaliou, dentre outras coisas, a viabilidade financeira das iniciativas florestais e percebeu que alguns custos ou não estavam sendo incluídos, ou vinham sendo calculados de maneira super ou subvalorizados. Os exemplos mais comuns foram: a não inclusão de recursos advindos de projetos para custear um engenheiro e,ou técnicos; e a não inclusão dos custos de depreciação de maquinário e equipamentos.

A estrutura da ferramenta é voltada para análise financeira de somente um empreendimento e de uma safra, por exemplo, coleta de castanha no ano de 2014. Mas, também prevê analises mais complexas por períodos maiores. As informações que a ferramenta produz são de grande valia para tomadas de decisão em qualquer iniciativa florestal e também outras iniciativas (turismo, p.ex.). Por ser organizada por atividades, é possível verificar quais estão sendo mais onerosas e que necessitam de ser ajustadas. No Manejo Florestal, por exemplo, pode-se verificar que produzir um volume X de madeira em tora não é viável, sendo necessário, se possível, produzir um volume de 1,5X para se tornar viável, ou ainda, que o processamento de madeira está inviabilizando a iniciativa e, portanto, vender a madeira em tora é mais viável.

As experiências podem ser as mais diversas, porém ainda são muito poucas. O gargalo está no acompanhamento e registro de todos os custos e receitas da iniciativa, pois nem sempre isso é feito. Portanto, é essencial que desde o início de um projeto ressaltemos a importância da coleta dessas informações para que uma ou mais pessoas se responsabilizem por esta atividade (registro de dados).

No Estado do Amapá teremos a oportunidade de testar essa ferramenta em momentos diferentes: ANTES, gerando cenários para análise de viabilidade de diferentes modelos de produção florestal; DURANTE, coletando informações com assentados, órgãos e instituições locais para “alimentar” as planilhas; e DEPOIS para analisar as decisões tomadas, propor ajustes ou comemorar o sucesso, que é o que sempre desejamos.

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