Sou moradora da RDS Uatumã e a minha relação com a Amazônia é familiar: de filha pra mãe. Sou filha da Amazônia. Ocupo um espaço que eu amo e procuro cuidar, incentivando outras pessoas a cuidarem também. Na reserva temos um plano de manejo comunitário, um sistema agroflorestal, uma miniusina de óleos, uma movelaria familiar e uma pousada. Quando digo temos é porque nosso, da nossa comunidade.  

Para mim, a bioeconomia não é uma palavra que significa economia de vida, mas sim, esperança de vida. 

O manejo é cuidar, cuidar da floresta; é algo que nos dá orgulho. Os SAFs ensinam a gente a fazer floresta e com a opção de escolher o que eu vou plantar o que eu quero colher. A movelaria garante a venda de objetos de madeira para vários países, feitos por mãos de ribeirinhos. Eu estou dentro e fazendo parte. Eu acredito. Isso é a floresta em pé e viva, necessária para a gente continuar vivendo também.  

*Discurso feito durante participação na ExpoAmazônia BIO & TIC 23